Capítulo 2
POV ALISSON COOPER
Deitada no sofá, eu lutava para manter os olhos abertos. Desde que cheguei do trabalho, só tomei um banho e me joguei no sofá. Deixei o livro cair no chão, levantei e olhei para o relógio pendurado na parede, eram 20h. Suspirei aliviada, tenho tempo suficiente para dormir até amanhã.
Decido ir para o quarto, mas antes de chegar lá, ouço batidas na porta. Aproximo-me e escuto murmúrios do lado de fora. Quando abro, dou de cara com Debbie acompanhada por dois amigos que eu já conhecia.
"Uau, o que aconteceu com você?" ela perguntou ao ver meu estado sonolento.
"Acabei de acordar, o que você está fazendo aqui?"
"Vim te visitar, até trouxe companhia."
"Debbie, está tarde," digo sonolenta.
"Ainda são oito da noite."
Junto com os rapazes, ela entra e se aproxima do sofá. Vejo-os pegarem cartas e começarem a jogar. Observei aquela cena sem querer participar, esperando ansiosamente que ela fosse embora e os levasse com ela. Não queria ser rude com eles, sei que ela acha que sou uma pessoa solitária, por isso insiste que eu saia mais e arranje um namorado.
"Vem jogar, Alisson, você não sabe o que está perdendo."
"Eu não sei jogar isso."
"Vem aqui, eu te ensino," ofereceu o rapaz que a acompanhava.
"Estou bem aqui, obrigada."
"Vem... Não seja tímida," ele insistiu.
Suspirei e me aproximei deles. Ethan começou a me explicar como eu deveria jogar as cartas, e em pouco tempo consegui entender a sequência do jogo. Estava tão entretida que as horas passaram, pedimos comida e continuamos a jogar.
"Que tal tornar o jogo mais interessante?" Caio, que estava ao lado de Debbie, sugeriu.
"Mais interessante?"
"Sim, veja... Poderíamos fazer uma aposta."
"Estou fora, não sou boba de fazer apostas," disse Debbie.
"Não precisa ser dinheiro," ele persistiu, revirando os olhos.
"Poderíamos apostar em tirar algumas roupas."
"Não acho que seja uma boa ideia..." Debbie protestou.
"Concordo," apoiei suas palavras.
"E por que não? Somos todos amigos."
"Acho melhor vocês irem embora," levantei-me do chão.
"Se não quiser apostar, não aposte," disse Ethan.
"Debbie, você viu a hora? Trabalhamos cedo amanhã."
"Ela está certa," Debbie também se levantou. "Vamos embora."
Assim que eles saíram pela porta, tranquei-a e fui para o quarto. Estava exausta, e meu único desejo era me jogar na cama. Fui ao banheiro, tirei a roupa, entrei no chuveiro e deixei a água morna lavar meu corpo e recarregar a energia que perdi durante o dia. Voltei para o quarto enrolada em uma toalha, aproximei-me do guarda-roupa, vesti uma camisa de flanela, soltei o cabelo e me joguei no colchão.
Na manhã seguinte, já estava esperando Debbie em frente à casa. Hoje ela me daria uma carona para o trabalho. Dormi bem essa noite, e minha energia estava recuperada. No entanto, assim que o carro dela parou na minha frente e olhei para seu rosto, vi enormes olheiras mostrando que ela não tinha dormido bem.
"Bom dia, Debbie," cumprimentei assim que entrei no veículo.
"Bom dia, Alisson," ela bocejou.
"Não dormiu bem essa noite?"
"Me lembra de não sair à noite de novo, por favor."
"Se você me ouvisse mais vezes, talvez não tivesse uma noite ruim de sono."
"Como você está sempre certa, não se cansa de ser perfeita?"
"Não."
"Entendi. Mas enfim... O Ethan está interessado em você."
"Eu sei, ele já me pediu em namoro."
"E o que você disse?"
"Disse que o considerava um amigo."
"Você deveria conhecê-lo melhor, ele é muito bonito."
"Caio é um idiota, você viu o que ele queria fazer?"
"Ele não quis dizer aquilo, estava só brincando."
"Não tive essa impressão."
"Você é desconfiada assim?"
"Não sou desconfiada, só não confio nas pessoas cegamente."
Depois de enfrentar o trânsito, chegamos ao local de trabalho e fomos direto para a enorme cafeteria. Eram exatamente 8h, já havia uma boa quantidade de pessoas ao redor da arena. Passamos pela multidão, e enquanto caminhávamos, senti uma queimação estranha e angustiante por todo o corpo. Parei de andar e olhei para os lados, não sabia o que estava procurando.
"Alisson!" Debbie me chamou.
Voltei a andar, e depois de guardarmos nossos pertences, começamos nosso dia de trabalho. Hoje eu era responsável por atender os clientes fora da cafeteria, na praça de alimentação, atendia e anotava seus pedidos, sempre com um sorriso no rosto.
"A Arena está muito movimentada hoje," Debbie comentou.
"Eu percebi."
"É porque um empresário está por aí com o filho."
"Empresário?"
"Sim, por isso está tão cheio."
"Agradecemos a ele."
Algumas horas depois, o jogo já havia terminado, e o número de clientes dobrou naquele momento. Eu estava contando as horas para o meu dia de trabalho acabar e eu poder ir embora. Depois de atender o último cliente, um grupo de homens vestidos de terno e óculos escuros se aproximou da área de alimentação, pareciam ser seguranças. No meio deles estava um homem alto, de cabelos loiros e olhos azuis, sua expressão era intimidadora, ele era maior que os próprios seguranças, parecia que ele é quem os protegia. Aquele homem exalava pura testosterona, um ar de arrogância e poder, ele era muito atraente.
Os seguranças se afastaram e ficaram a curtas distâncias, o homem extremamente bonito desviou os olhos para mim, por um momento perdi o fôlego, aquele olhar intimidador me manteve olhando para ele, e eu não conseguia desviar.
"Moça."
Ouvi uma voz doce e baixa me chamar, olhei para baixo, e um pequeno garoto estava diante de mim, ele era um ser tão pequeno e tão bonito.
"Olá, pequeno." Sorri para ele.
"Quero fazer meu pedido."
"Ah! Perfeitamente... O que você gostaria?"
"Sorvete de chocolate!"
Com o pedido anotado na minha mente, caminhei até o outro funcionário para prepará-lo. Com o sorvete nas mãos, me virei e percebi que a criança havia se aproximado daquele homem, eles estavam compartilhando a mesma mesa. Senti-me intimidada pelo fato de ter que me aproximar, não podia mandar outro funcionário no meu lugar, ou o chefe não iria gostar nada disso. Afastei aquele sentimento e me aproximei da mesa, assim que entreguei o enorme sorvete de chocolate, disse:
"Aqui está, bom lanche."
Assim que virei as costas para voltar ao trabalho, ouvi a criança ordenar:
"Sente-se!"
Fiquei surpresa com a atitude da criança, logo deduzi que ele era um garoto mimado, então me virei para ele e falei com um pequeno sorriso.
"Não posso, meu anjo, estou em horário de trabalho."
"Sente-se!"
Ouvi a voz grossa carregada de autoridade e perigo, me virei e me deparei com olhos azul-acinzentados e uma expressão séria, por um momento minhas pernas ficaram bambas. Um dos seguranças se aproximou de mim, colocou uma cadeira e me forçou a sentar. Céus, no que eu fui me meter?









































































































































































