Meu companheiro aqui

Chegando ao Colégio Bright Way para trabalhar, meu humor estava longe de ser o melhor, ainda abalado pela partida da minha querida vovó. Ao entrar na escola, fui interceptada por Annette, uma das funcionárias do refeitório – alguém que eu conseguia tolerar na maioria dos dias.

"Beth - meu Deus, Bethany, você ouviu?" Annette arfou, correndo em minha direção.

"Bom dia, Annette," suspirei, antecipando mais um boato. Meu humor não estava para isso. "O que está acontecendo?"

Annette pegou seu iPhone chique do bolso do casaco, mexeu nele algumas vezes e me entregou. "Olha, a escola acabou de postar algo no site." Ajustei meus óculos para examinar a nova informação. Estariam reduzindo o quadro de funcionários?

Observei uma fotografia de um grupo de figuras corporativas bem vestidas com a legenda: "COLÉGIO BRIGHT WAY ANUNCIA NOVO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO."

"Por que você está me mostrando isso?" Levantei uma sobrancelha. O que a mudança no conselho tinha a ver comigo?

"Você está brincando? Há um aviso no quadro de avisos que os novos membros do conselho vão fazer uma visita à escola," ela sussurrou. Agora fazia sentido. "Você sabe o que isso significa? Primeiras impressões."

Ah, meu Deus! Por que isso tinha que acontecer quando eu estava de mau humor? Eu não estava preparada para nada disso, e tinha certeza de que meu escritório estava uma bagunça.

"Por que você está me segurando aqui então?" Dei um leve empurrão em seu ombro. "Preciso arrumar tudo no meu escritório. Não acredito que isso está acontecendo."

Saí apressada do corredor e corri para o meu escritório. Eu trabalhava como enfermeira da escola e, às vezes, como conselheira para os adolescentes. Eu amava meu trabalho, e os adolescentes raramente me davam trabalho, exceto pela resistência à orientação. O salário era ótimo, e meus colegas eram uma alegria de trabalhar, principalmente porque, ao contrário de Annette, respeitavam meu espaço pessoal.

Como esperado, meu escritório estava tão desorganizado quanto eu havia antecipado. Curativos misturados com analgésicos, formulários médicos dos alunos espalhados pelas prateleiras, e algumas prateleiras acumulando poeira.

Limpei todas as prateleiras, varri o chão, organizei os arquivos, arrumei os medicamentos em seus respectivos compartimentos e garanti que as camas estivessem apresentáveis. Quando terminei, estava tanto cansada quanto com fome pelo trabalho.

Tranquei o escritório e me dirigi ao refeitório para uma refeição antes que os membros do conselho inspecionassem meu escritório. Como Annette disse, primeiras impressões importavam. Eu precisava causar uma boa impressão nos meus novos chefes, ou correria o risco de perder meu emprego.

Como funcionária, eu tinha direito a refeições melhores do que as oferecidas normalmente aos alunos no refeitório. Eu nem precisava esperar na fila; podia entrar e sair da cozinha quando quisesse. Além disso, Annette estava lá para garantir que eu não ficasse com fome.

"Que aroma delicioso é esse?" Não pude deixar de perguntar ao ser envolvida por um cheiro forte e doce ao entrar na cozinha.

"Apenas um prato especial para algumas pessoas ricas," Annette me dispensou, servindo um pouco de arroz basmati no meu prato. "Foi preparado especificamente para um dos novos membros do conselho."

"O quê? Por que eles têm uma refeição especial?" Perguntei, perplexa com o privilégio dos novos membros do conselho.

"Você não ouviu?" Annette colocou mais arroz basmati no meu prato. "Carson Gray está no novo conselho."

"Você está brincando," engasguei com a água que estava bebendo de um copinho de plástico.

"É verdade. Aparentemente, ele tem um irmão nesta escola. Eu me pergunto como nenhum de nós nunca soube disso."

Ao simples mencionar de Carson Gray, meu coração deu um salto. Ele era uma presença onipresente, aparecendo nas notícias, revistas, tendências de mídia social, anúncios e outdoors. Para um homem tão poderoso estar no conselho de administração da escola, isso tinha um significado imenso.

"Isso é incrível! Eu me pergunto quem é o irmão dele; ele é um cara de sorte, para ser honesta."

Annette ignorou meu comentário, e eu voltei para o meu escritório, minha mente ocupada com pensamentos sobre Carson Gray. Por muito tempo, eu quis conhecê-lo. Como ele seria na vida real? Usaria sapatos dourados, chegaria em uma carruagem e teria servos se curvando aos seus pés? Eu finalmente iria vê-lo – ele estaria no meu escritório!

Por razões que eu não conseguia entender, decidi perfumar todo o meu escritório com meu perfume de rosas. Parte de mim esperava causar uma boa impressão se ele entrasse no meu escritório, enquanto a outra parte simplesmente queria impressioná-lo – por razões desconhecidas.

Eu estava no meio de inserir meu nome no portal de presença dos funcionários quando ouvi passos do lado de fora do meu escritório. Imediatamente me levantei e comecei a arrumar minhas roupas para causar uma impressão duradoura. Essa era minha chance, ou de manter ou de perder meu emprego.

Uma batida na porta precedeu a entrada do cheiro mais poderoso que eu já havia sentido na vida. No momento em que chegou ao meu nariz, minha cabeça começou a girar, e eu me senti tonta. No fundo de mim, meu lobo interior rosnou, "companheiro. Vá."