Capítulo 11

"Vamos lá," disse Meredith. "Preciso de vocês dois no centro. Príncipe Lysander, tome seu lugar."

Dei um passo à frente e me juntei a Seraphina sob a luz dourada que derramava do lustre acima. O mármore polido sob minhas botas brilhava como o reflexo do luar no vidro preto. Meredith acenou para que eu me aproximasse.

"O Shahar," ela começou, seu tom didático e afiado, "é mais do que uma dança. É a resposta da alma à paixão, a resposta do corpo ao cortejo. Há três fluxos—cada um mais íntimo que o anterior. O primeiro, Vareth, simboliza curiosidade. O segundo, Shavari, simboliza perseguição. O último, Korthai, simboliza rendição."

Seraphina fez um som entre uma risada e uma tosse. "Você quer dizer que temos que encenar a rendição na frente de centenas de convidados?"

"Não encenar," Meredith repreendeu. "Vocês devem sentir. A dança só funciona se for real. A magia Fae sentirá a falsidade e diminuirá o impacto."

Aproximei-me mais de Seraphina. Sua respiração falhou. Seus olhos se fixaram nos meus, amplos, vulneráveis, aquecidos.

"Suponho que começamos com Vareth?" perguntei.

Meredith assentiu. "Sim. Agora—mãos nos quadris dela. Gentilmente."

Obedeci, colocando minhas mãos em sua cintura. Sua pele estava quente, sedosa sob meus dedos. Sua respiração falhou novamente, e senti o bater de seu pulso através de suas costelas. Suas mãos subiram lentamente para descansar sobre meus ombros.

"Bom," murmurou Meredith. "Agora... conduza-a. Flua com ela."

Começamos a nos mover.

No início, nossos corpos mal se tocavam. Deslizávamos em círculos, um ritmo medido e cuidadoso. Mas à medida que a música ao fundo aumentava o ritmo—tambores com o pulso de um coração, violinos entrelaçando desejo no ar—nossos movimentos se aproximaram.

Seraphina arqueou-se em minha direção, seu peito roçando o meu. Deslizei uma mão por suas costas, a outra desceu mais, ancorando-a pela curva de sua cintura. Sua respiração sussurrou contra meu pescoço.

Fluímos. Lentamente, depois mais intensamente.

Eu podia sentir o fogo crescendo em nós dois. Sua coxa deslizou entre as minhas. Meus quadris pressionaram os dela. A dança exigia isso. Não podíamos fingir. Sua magia tocou a minha, hesitante, depois crepitando. Seu lobo se agitou sob sua pele; eu podia senti-lo me observando através de seu olhar, avaliando... desejando.

Ela girou sob meu braço, sua saia esvoaçando. Quando voltou ao meu peito, nossos corpos se entrelaçaram, e ficamos ali ofegantes—suor brilhando em nossa pele, o ar pesado com nosso cheiro misturado.

Meredith bateu palmas uma vez. "Aceitável," declarou. "Agora vamos passar para Shavari."

Seraphina gemeu.

Eu não tinha certeza se sobreviveria a Korthai.

Eu encontrava o quadril de Seraphina a cada investida, meu quadril se movendo contra seu traseiro no ritmo sensual da música. Minhas mãos deslizavam pelas curvas de sua cintura, os dedos se cravando em seus quadris onde a pele de porcelana encontrava músculo e calor. Isso não fazia parte das instruções de Meredith—mas a princesa loba não parecia se importar.

Não, ela se empurrava mais contra mim, jogando a cabeça para trás contra meu ombro com um gemido baixo que vibrava no meu peito. Ela estava perdida no ritmo, em mim, e eu nela. Meu pau, duro e ansioso, pressionava contra a curva de sua bunda, buscando mais fricção do que a seda de seu vestido de treino permitia. Pelos astros, eu estava a segundos de dizer dane-se o Shahar—arrastá-la para fora deste salão dourado e para minha cama, onde eu poderia me enterrar nela, longamente e com força, até ela gritar meu nome.

Agarrei seus quadris e a girei para me encarar, depois a inclinei para trás. Seu cabelo caía em direção ao chão de mármore como uma cascata carmesim. Surpresa iluminou seus olhos âmbar-dourados enquanto eu passava a mão pela extensão macia de sua coxa, dobrando sua perna para encaixá-la sobre a minha. Sua mão voou para a nuca do meu pescoço, segurando firme para manter o equilíbrio—ou talvez por algo mais.

Um sorriso malicioso curvou meus lábios.

Seu peito subia e descia em respirações pesadas. Suas pupilas estavam dilatadas, escuras de desejo. Um leve brilho de suor adornava suas clavículas.

“Você é bom nisso,” Sera arfou, sua voz baixa e ofegante. “Por que... eu não estou surpresa?”

“Tive algumas aulas,” murmurei, deixando minha voz cair em um ronronar sedutor. “Mas ainda há muito que eu poderia te ensinar. Coisas que te surpreenderiam muito.”

Um suspiro suave escapou de seus lábios, e ela piscou lentamente para mim—atordoada, necessitada. Deusa, ela era linda quando se desmanchava. E eu queria ser o único a desfazer cada fio.

Aplausos quebraram o encanto.

Meredith estava na beira da pista de dança, suas mãos juntas, seu rosto severo iluminado por algo próximo à alegria. “Muito bem,” ela disse. “Nada mal para seu primeiro Shahar. Nada mal mesmo.”

Eu me endireitei, puxando Seraphina para cima comigo. Sua perna escorregou da minha, mas eu mantive minhas mãos em sua cintura. Ela não se afastou. Seus olhos âmbar estavam fixos em mim, escurecidos para ouro derretido, pupilas dilatadas de luxúria. O cheiro do seu desejo era intoxicante—mel selvagem e algo mais escuro, primal.

Suas garras cravaram levemente na parte de trás do meu pescoço. Um rosnado baixo reverberou em seu peito—um aviso sedutor que fez meu pau pulsar de desejo.

Ela era minha.

Ou poderia ser.

Então—

Um suspiro agudo na entrada do salão de festas.

Minha cabeça se virou para o som.

Uma fada sombra feminina estava congelada no limiar. Seu cabelo castanho-chocolate caía sobre os ombros, e seus olhos prateados estavam arregalados de descrença. Lágrimas rapidamente se acumularam nos cantos.

Rosalina.

Droga.

Uma pedra de pavor caiu no meu estômago.

Seraphina se virou lentamente para ver o que eu estava olhando. Seu olhar se fixou em Rosalina, e um rosnado curvou seus lábios. Seus caninos se alongaram, os olhos se estreitaram enquanto a fúria tomava conta de cada centímetro de sua postura. Suas garras pressionaram mais fundo nas minhas costas.

Eu não me movi. Não conseguia.

Rosalina recuou—um passo, dois. Seus olhos prateados brilhavam com traição. Ela balançou a cabeça, os lábios tremendo. Um olhar de ódio me atravessou como um raio. Então ela se virou e fugiu.

“Rosalina!” Lati, instintivamente dando um passo à frente.

Mas a mão de Sera apertou meu pulso.

Virei a cabeça. Ela me olhava, suplicante.

“Lysander,” disse suavemente. “Não vá atrás dela. Por favor.”

Eu congelei.

Eu estava no topo de uma montanha em um deserto morto—dois platôs diante de mim. Um segurava Seraphina, feroz e ardente como um nascer do sol no inverno. O outro segurava Rosalina, lágrimas nas bochechas, meu passado entrelaçado com o último desejo de seu irmão. Eu não podia ficar suspenso entre elas. Tinha que escolher.

Rosalina ou Seraphina.

Minha promessa, ou meu coração?

Cerrei os dentes. “Eu...eu...” Engoli em seco, a mandíbula tão tensa que poderia quebrar ossos. “Me dê um momento, Sera.”

A dor piscou em seu rosto. Meu pulso deslizou livre de seu aperto. Virei e saí correndo do salão de festas, ignorando a reprimenda aguda de Meredith. Meu coração batia mais alto que meus passos enquanto corria pelo corredor, passando por guardas e servos assustados. Segui o cheiro de Rosalina—chuva de tempestade e violetas selvagens.

Um movimento rápido chamou minha atenção além das janelas—uma forma esguia correndo pelos jardins.

Atravessando a porta, entrei nos jardins. Os soluços de Rosalina ecoavam pelo crepúsculo. Ela estava indo em direção ao muro de pedra—tentando escapar.

“Rosalina!”

Saltei, agarrando-a pela cintura e puxando-a contra meu peito. Ela gritou e se debateu, chutando com fúria selvagem.

“Me solte, seu bastardo!” ela soluçou.

“Pare!” Eu a virei para me encarar, prendendo seus braços.

“Seu mentiroso!” ela gritou. “Seu traidor maldito!”

“Eu não estou traindo você!” Eu retruquei, embora mesmo enquanto as palavras saíam da minha boca, soavam vazias.

Ela zombou, o rosto manchado de raiva e desespero. “Não no sentido técnico, talvez—mas emocionalmente?” Ela riu amargamente, lágrimas escorrendo pelas bochechas. “Você a segurou como se fosse sua. Você dançou com ela como se já a amasse.” Sua voz falhou. “Você a ama.”

Seus soluços explodiram, violentos e crus. Ela desabou em meus braços.

“Rosalina, foi apenas uma dança,” eu disse, minha voz desesperada. “O Shahar foi comandado pelo meu pai. Eu não tinha escolha.”

Uma voz sombria sussurrou em minha cabeça: Mentiroso. Você queria isso. Cada toque. Cada momento.

Afastei o pensamento.

“Você jurou,” ela sibilou. “Você jurou a Kieran que cancelaria esse noivado. Mas eu não vi você tentar nem uma vez. Você está apenas seguindo com isso—como um bom príncipe. Você vai dançar o Shahar na frente da corte, e isso será tudo. Você será dela. E eu serei... esquecida.”

Suas palavras atingiram como chicotadas. O último pedido do meu irmão de armas ecoou na minha mente.

Cuide da minha irmã.

“Rosalina,” eu sussurrei, segurando seu queixo gentilmente e levantando seu olhar. “Olhe para mim.”

Ela resistiu. Então lentamente, seus olhos prateados encontraram os meus.

“Eu tentei,” eu disse, a verdade pesada na minha língua. “Deuses, eu tentei cancelar isso. Mas meu pai—Rainha Ravenna—nenhum deles quer ouvir. Se eu pressionar demais, se eu cancelar agora... pode significar guerra. Entre a Corte Sombra da Noite e o Clã da Lua Carmesim. Entre nossos povos.”

Uma brisa soprou atrás de mim, acariciando a parte de trás do meu pescoço. Eu não precisava me virar.

O cheiro me alcançou primeiro—madressilva e baunilha.

Seraphina.

Ela me seguiu.

Apertei a mão de Rosalina. “Eu não estou te abandonando. Mas eu tenho que encontrar uma maneira de acabar com isso de um jeito que não queime tudo até as cinzas. Você sabe que eu não posso—”

Seu suspiro suave me interrompeu.

Eu me virei.

Seraphina estava a poucos metros atrás de mim, o vento agitando seu longo cabelo ruivo. Seu rosto era indecifrável. Seus olhos, dourado selvagem contornados por desespero. Ela não falou. Não precisava.

Em uma noite, eu havia quebrado os frágeis corações de duas mulheres.

E eu não tinha certeza de qual delas eu acabara de destruir.

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