O COMEÇO DOS PROBLEMAS DE KAYA.

Capítulo 2

Ponto de Vista do Alpha SILAS.

Eu andava de um lado para o outro na minha sala de guerra, com meu conselheiro, Sage, seguindo de perto. "Isso é um desastre." Sage disse.

"Perdemos muitos membros da matilha, e não vou deixar essa guerra continuar. Preciso de um plano para acabar com isso, e preciso agora." Eu disse, minha voz baixa e raivosa.

Sage assentiu, sua expressão sombria. "Entendo, Alpha. E acho que tenho uma solução para esse problema."

Parei de andar e me virei para encarar Sage, uma faísca de esperança nos meus olhos.

"O que é?" perguntei.

"Precisamos focar nas fraquezas do inimigo. Precisamos estudar seus padrões e encontrar uma maneira de explorá-los. Coloquei alguns dos nossos melhores espiões no território deles e acho que encontrei um padrão, um padrão que acredito que podemos usar a nosso favor." Sage disse.

Pensei por um momento, considerando as palavras de Sage.

"Estou ouvindo." Eu disse.

Sage puxou um mapa e o espalhou sobre a mesa. "Aqui. É onde os soldados inimigos têm organizado seus ataques. Acho que se atacarmos aqui, podemos interromper suas linhas de suprimento e cortá-los da fonte de abastecimento. Fazendo isso, vamos enfraquecê-los e forçá-los a mudar de estratégia. Enquanto o inimigo tenta pensar em uma nova estratégia, eles se tornam vulneráveis e é aí que atacamos." Sage disse.

Eu olhei para o mapa, considerando o plano. Era arriscado, mas poderia funcionar.

"Se fizermos isso, podemos virar o jogo da guerra. Mas também é uma aposta. Podemos perder tudo se o inimigo contra-atacar e podemos perder tudo se não funcionar." Sage disse.

"Eu sei, Sage, mas acho que é um risco que temos que correr," eu disse, olhando para o mapa por um momento antes de olhar para Sage. "Confio no seu julgamento, vamos fazer isso."

Sage assentiu e um alívio passou por seu rosto. "Obrigado, Alpha. Não vou decepcioná-lo," ele disse. "Agora precisamos planejar e preparar nossas forças. Não temos muito tempo e nossos soldados estão morrendo."

Quando estávamos prestes a detalhar nosso plano, houve uma batida na porta.

Olhei para cima e vi meu filho, Lucian. "Com licença, Alpha. Tenho notícias que não podem esperar." Fiz um gesto para ele entrar, e Lucian entrou na sala.

"O que foi?" perguntei, com uma nota de preocupação na voz.

Lucian respirou fundo e falou. "Receio que tenho más notícias, Alpha. A esposa de Marcus, um dos nossos guerreiros de confiança, acabou de morrer em batalha."

"E Marcus?" perguntei, já temendo a resposta.

"O companheiro dela, Marcus, sofreu o mesmo destino que ela. A única filha sobrevivente deles, Kaya, agora está sozinha em casa, e me disseram que ela está em grande sofrimento." Lucian disse.

Senti uma onda de tristeza me invadir. Marcus e sua esposa tinham sido leais e corajosos, e sua perda seria profundamente sentida pela matilha.

"E quanto a Kaya?" perguntei, minha voz grave. "O que faremos por Kaya?"

Lucian suspirou. "Acho que seria melhor se ela pudesse manter sua casa e viver lá sob a proteção da matilha. Ela é talentosa e bem versada em magia e poções. E poderíamos usar suas habilidades na matilha. Também ouvi dizer que ela é uma alma gentil e bondosa."

Considerei as palavras de Lucian. Sabia que ele estava certo, mas também sabia que dar a casa a Kaya seria uma questão delicada, um campo minado político.

Ainda assim, confiava no julgamento de Lucian. "Tudo bem, faça o que achar melhor." Eu disse e observei os ombros de Lucian relaxarem.

"Obrigado, Alpha," Lucian disse e se virou para sair, e logo fiquei sozinho com Sage.

"Vamos continuar de onde paramos?" Sage perguntou.

"Sim, claro, desculpe pela interrupção." Eu disse e voltamos ao trabalho.

Mas a porta da sala se abriu de repente e minha Luna, Freya, entrou decidida.

"Luna... está tudo bem? Por que sua expressão está sombria?" perguntei, minha voz carregada de preocupação.

"Está longe de estar tudo bem. Acabei de encontrar Lucian e ele me disse que você está considerando permitir que Kaya fique com a casa." Freya disse, seu tom desafiador.

Eu sabia que Lucian devia ter sido forçado a contar a verdade, Freya era linda e feroz. Com uma teimosia que poderia fazer até os homens mais fortes tremerem nas botas. Eu conhecia muito bem minha Luna e meu filho.

"Sim... eu dei minha permissão. Algum problema?" perguntei, meu tom casual.

"Sim, há um problema. Sou contra essa decisão e exijo que a casa seja dada a mim. Sempre gostei daquela casa, mas Marcus e sua esposa se recusaram a me dar. Agora que eles estão fora do meu caminho, quero aquela casa!" Freya disse, sua voz mal escondendo sua raiva.

"E por que você quer aquela casa?" perguntei, incrédulo.

"Quero guardar minhas melhores carnes lá. E também, outras coisas importantes devem ser guardadas lá." Ela disse, sem se importar com a expressão de descrença no meu rosto.

"E se eu me recusar a te dar a casa?" perguntei, endireitando minhas costas.

"Então ficarei triste e também chateada com você." Freya disse, sua expressão se tornando triste.

"Freya... você sabe que Kaya acabou de perder os pais e aquela casa é a única coisa que ela tem, a única lembrança deles. Por que você está tão determinada a tomar aquela casa? Não se preocupe, eu conseguirei uma casa maior e melhor para você." Eu disse, esperando que ela mudasse de ideia.

"Eu quero apenas aquela casa, nada mais, nada menos!" Freya disse e saiu da sala furiosa.

Eu sabia que a vida seria difícil para Kaya se eu tomasse a casa, mas também sabia que Freya faria pior se eu a recusasse.

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