CAPÍTULO NOVE: O PLANO SAIU PELA CULATRA

Ariel estava a caminho do banheiro para se aliviar quando sentiu alguém a observando com um olhar afiado. Ignorou, pois já estava acostumada a receber esses olhares. Depois de se aliviar, lavou as mãos na pia e se dirigiu à porta. Ao puxar a maçaneta, percebeu que a porta não se movia, não importava quanta força ela usasse. Foi então que percebeu que alguém a havia trancado no banheiro. Tudo bem, decidiu esperar que viessem lhe dizer por que a haviam trancado ali. Enquanto esperava, uma ideia lhe veio à mente. Ela sorriu maliciosamente, foi até a janela e a abriu pela metade.

"Por que ela não está gritando? Você tem certeza de que a trancou?" Velma, que estava ficando impaciente, questionou ferozmente seus cúmplices.

"Sim, trancamos mesmo, certificamo-nos de que ela entrou antes de trancar a porta, não é?" Um dos cúmplices respondeu e esperou a confirmação dos outros dois amigos, que assentiram rapidamente com segurança.

"Tem certeza de que ela não fugiu?" Velma perguntou incerta.

"Sim, posso garantir, além disso, as janelas do banheiro são altas demais para alguém pular até o chão." Outro cúmplice respondeu confiante.

Isso era estranho. Acreditava-se que fantasmas realmente existiam na escola Anderson. Especialmente os famosos rumores de que duas garotas cometeram suicídio nos banheiros femininos e, desde então, estão cheios de ressentimento. Sua presença sempre é sentida nos banheiros. Velma não acreditava que uma garota jovem como Ariel sobreviveria a uma experiência tão horrível.

"Destranca a porta e empurra!" Ordenou Velma.

"Sim" um cúmplice respondeu enquanto destrancava a porta apressadamente.

Quando a porta foi aberta, o que os aguardava era uma escuridão total. Antes que pudessem reagir, uma mão puxou os quatro rapidamente de uma só vez. As quatro garotas não reagiram até ouvirem um estrondo alto da porta se fechando com força e sendo trancada do lado de fora. Como todas estavam com muito medo dos fantasmas, se amontoaram em um canto, tremendo de medo. De repente, um vento forte soprou, fazendo seus cabelos ficarem arrepiados. Agora tinham certeza de que um fantasma realmente existia. O vento que soprou em seguida foi ainda mais aterrorizante para elas. Foi até acompanhado de alguns assobios. Isso fez com que as quatro garotas amontoadas gritassem de terror no topo de suas vozes.

Ariel, que estava esperando o show começar, curvou os lábios maliciosamente e saiu caminhando de forma despreocupada. Ela tinha uma mão no bolso enquanto caminhava casualmente. Isso a fazia parecer tão elegante que os alunos tiveram que dar mais algumas olhadas para ela antes de voltar ao que estavam fazendo.

"Hmph, e daí que ela é bonita? Sua roupa suja foi exposta no fórum da escola." uma garota rechonchuda que ouviu os suspiros de admiração dos alunos ao verem Ariel resmungou e os repreendeu com desdém.

"Sim, ela parece boa por fora, mas é podre por dentro, que desperdício!" Outro aluno comentou.

"Você tem razão, ela é só um vaso bonito, pra quê serve, hein?" um garoto comentou sarcasticamente.

Depois de ouvir todos esses comentários, Ariel tinha certeza de que algo estava acontecendo no fórum da escola, e tinha a ver com ela. Ela foi até a sala para dar uma olhada. Quando entrou na classe, as discussões pararam imediatamente e todos fingiram estar concentrados em seus livros. Quando olhou para Maya, ela desviou o olhar com culpa, o que confirmou ainda mais suas suspeitas. Ariel sentou-se em seu lugar, pegou o celular do armário e o ligou. Ao abrir o fórum da escola, foi recebida com todas as ofensas de diferentes pessoas que haviam lido a postagem anônima.

"Ei, você está bem? Eu tentei discutir com esses valentões, mas eles me venceram." Maya suspirou reclamando.

"Está tudo bem, obrigada" Ariel agradeceu sinceramente. Ela ficou realmente emocionada que alguém estava disposto a defendê-la quando estava sendo intimidada.

No sétimo andar da corporação Cliffstad, um homem estava ocupado folheando arquivos quando uma batida veio de fora. O homem era Cliff Hovstad, irmão de Ariel e o primogênito da família.

"Entre!" ele disse calmamente.

Leon, seu assistente, abriu a porta e entrou segurando uma pilha de papéis e um arquivo.

"Senhor, as coisas que você me pediu para verificar," disse Leon, enquanto colocava o arquivo na mesa.

"Ok, pode sair," Cliff instruiu.

"Sim, senhor," Leon concordou e saiu.

Cliff pegou o arquivo e começou a folheá-lo. Quanto mais ele lia, mais a expressão em seu rosto se fechava. Ele estava lendo sobre as coisas sujas que Ariel havia feito enquanto estava no interior. Ao olhar seus registros de desempenho, ele agora tinha certeza de que algo estava errado. Seu interesse por sua irmãzinha Ariel aumentou. Parecia que sua irmã tinha muitos segredos, e ele precisava desvendá-los um por um.

Na residência dos Hunter, no escritório de Bellamy, uma batida na porta o distraiu do que estava fazendo.

"Entre!" Bellamy ordenou sombriamente.

Liam, seu assistente, entrou segurando um celular. Ele limpou a garganta e disse:

"Chefe, você precisa ver isso." Ele disse enquanto entregava o celular. Na tela estava a postagem anônima sobre Ariel e os insultos e ofensas direcionados a ela. Eram tão desrespeitosos e dolorosos que até alguém tão insensível quanto Bellamy Hunter se sentiu machucado só de olhar. Como uma garota tão frágil poderia lidar com isso sozinha? Ele se perguntou como ela estava depois de passar por tal fiasco sozinha.

De repente, ele sorriu. Liam, que conhecia bem aquele sorriso, sabia que alguém iria enfrentar a fúria do chefe.

"Como ousam!" Bellamy rosnou sinistramente, sua voz reverberando pelo escritório.

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