


Capítulo 3 Deus deveria mandar André para o inferno
POV de Elena Romano:
"Já que você a levou, isso significa que pode me deixar ir?" A voz de Andrew tremia enquanto ele olhava para San, o medo estampado em seu rosto.
Quando Andrew estava jogando, ele agia como se fosse durão, como se não se importasse com as consequências. Mas agora, diante de seu credor, ele era apenas um covarde patético. "Você pode levá-la e fazer ela fazer pornô. Você disse que ela tem um rosto bonito."
"Mas Andrew, um rosto bonito não vai fazer sua filha adotiva ser um sucesso no pornô. Ela não tem curvas. É só pele e osso, parece que não come há dias. Isso não vai vender. Além disso, ela é virgem," disse San, dando uma tragada no cigarro, a fumaça escondendo sua expressão. "Ela provavelmente nem sabe fazer um boquete."
Os gangsters ao nosso redor caíram na gargalhada, e Andrew começou a tremer ainda mais. San não tinha intenção de deixá-lo escapar.
"Você pode fazer ela traficar drogas! Ela é esperta, não vai ser pega. Você pode esconder as drogas dentro dela, e se precisar, pode cortar as pernas dela!" Andrew estava desesperado, suando e falando mais rápido.
Se os gangsters não o estivessem segurando, ele provavelmente estaria de joelhos, implorando para San poupá-lo.
"Eu vi na TV. Você pode costurar as drogas nas pernas amputadas dela, facilita o transporte!"
"Cara, você é um idiota." Ouvindo a sugestão ingênua de Andrew, San revirou os olhos. "Ela é uma mulher, não uma criança ou uma pessoa idosa. Uma mulher jovem e bonita só tornaria o transporte de drogas mais perigoso. Provavelmente seria estuprada até a morte antes de entregar a mercadoria ao meu empregador."
San jogou a bituca do cigarro e caminhou até Andrew para dar um tapa nele.
Eu vi o rosto de Andrew inchar e sua boca sangrar.
Embora eu também estivesse em perigo, não pude deixar de sentir uma certa satisfação ao ver Andrew sofrer. Não era nada comparado ao que Rosa e eu passamos.
San o repreendeu novamente, "Andrew, você é um idiota. Você sabe quanto me deve?"
Andrew estava tremendo, sem ousar olhar para San. "Olhe para ela, ela é jovem e vibrante. Seus órgãos seriam muito saudáveis, e acho que valeriam muito."
Eu não pude deixar de rir. "Então por que não vender nós dois? Seus órgãos podem não ser tão saudáveis, mas ainda seriam úteis para transplantes, certo, pai?"
O rosto de Andrew ficou ainda mais pálido.
Ele achava que eu deveria estar implorando pela misericórdia de San, pronta para ser despida e forçada à prostituição, e finalmente ter meus órgãos vendidos para que ele pudesse continuar jogando.
Mas eu não estava.
"Maldita, cala a boca. Sua vadia," Andrew gritou para mim, esquecendo que San ainda estava lá.
Eu olhei para San e disse em voz alta, "O dinheiro que esse desgraçado deve não pode ser coberto apenas vendendo um conjunto de órgãos, certo?"
Se Rosa e eu estávamos destinadas a sofrer, por que Andrew deveria sair ileso?
Podíamos muito bem ir para o inferno juntos. Afinal, Rosa já estava morta hoje.
San não disse nada, mas me ouviu. Ele acenou com a mão, chamando outro cara.
Eu o ouvi falando com os gangsters, e então eles colocaram panos pretos sobre nossas cabeças.
Andrew continuava implorando por misericórdia, mas os gangsters estavam cansados de suas lamúrias. Eu ouvi o som de socos atingindo Andrew e seus gritos.
Os gritos de Andrew trouxeram um breve alívio ao meu coração cheio de ódio.
Quando o pano preto foi retirado, Andrew e eu estávamos amarrados em um porão.
"Elena. Sua vadia. Por causa do que você disse, agora nós dois vamos morrer." Andrew rolava no chão, tentando se aproximar de mim. Seus olhos estavam vermelhos, como um cachorro raivoso querendo me morder. "Eu deveria ter te matado quando Rosa morreu, vocês duas peças de lixo. Trazendo má sorte para mim."
Eu só sentia ironia.
Andrew nem tinha entrado na sala, mas sabia que Rosa estava morta, o que significava que ela morreu na frente dele.
Como ele pôde assistir Rosa morrer e depois voltar para o cassino sem nenhuma culpa?
"Admite, Andrew, você é o verdadeiro lixo, o que traz má sorte para todos." Eu o provoquei, "Sua má sorte nunca te deixou ganhar um centavo no cassino, não é?"
Eu conhecia bem meu pai adotivo. Ele sempre esperava virar a sorte na mesa de jogo, e isso o irritaria mais do que qualquer insulto.
O cérebro estúpido de Andrew só pensaria que sua sorte estava na próxima mão, e com apenas mais uma aposta, ele ganharia tudo de volta e viveria o sonho de ser rico.
"Cala a boca! Eu deveria ter feito você abrir as pernas para aqueles homens quando você ainda era uma criança. Isso teria te feito obediente."
"Vai para o inferno, Andrew."
Nós nos xingamos, ambos desejando que o outro caísse morto. Honestamente, nos últimos dezoito anos, toda vez que eu abria os olhos, esperava que Andrew simplesmente desaparecesse, de preferência direto para o inferno.
Então talvez Rosa e eu pudéssemos ter tido uma vida normal.
Mas agora, Rosa estava morta, e esse desgraçado ainda estava respirando.
Nesse momento, um cara entrou com um médico de jaleco branco que começou a tirar sangue de nós dois.
Andrew sentiu o medo da morte novamente. Ele parou de gritar e torceu o corpo, tentando evitar a agulha.
O cara não teve piedade, desferindo alguns socos fortes em Andrew até que ele obedecesse.
O rosto de Andrew ficou pálido, e o porão caiu em um breve silêncio.
Todos sabíamos que a morte estava próxima. Eles já estavam tirando sangue para testes de DNA, e quem sabia se veríamos o amanhã.
Eu me encostei no canto, procurando uma pedra na parede, tentando usá-la para cortar as cordas que me amarravam.
Pensei em Rosa.
Ela deu a vida dela para que eu pudesse viver.
Fiquei um pouco impulsiva. Quem deveria pagar e ir para o inferno era Andrew. Eu não deveria sacrificar minha vida por esse desgraçado.
Ele não valia a pena.
Andrew estava ofegante, rolando lentamente no chão.
Talvez ele também estivesse tentando escapar.
Enquanto eu me concentrava em cortar a corda com a pedra, uma sombra bloqueou minha visão.
Era Andrew. Em algum momento, ele havia cortado suas cordas.
Eu vi a lâmina na mão dele. Droga!
Esse desgraçado sempre escondia lâminas consigo para cortar as roupas ou mochilas dos outros e roubar carteiras!
Eu tinha esquecido!
O sapato de Andrew pisou no meu rosto, me chutando para o chão, sua expressão cheia de alegria. "Elena, fique aqui e apodreça. Ou talvez você possa me implorar, me fazer um boquete, e talvez eu te perdoe?"
Seus olhos estavam cheios de malícia enquanto ele pressionava a lâmina contra meu pescoço. Eu podia sentir a pele do meu pescoço sendo cortada.
Implorar para ele?
Eu não era ingênua o suficiente para pensar que implorar para esse demônio faria ele cortar minhas cordas.
Eu sabia muito bem o quanto nos odiávamos.
"Andrew, seu desgraçado, você ainda consegue usar seu pau? Ejaculação precoce? Ou não consegue levantar? É por isso que você sempre fica na mesa de jogo?"
Ouvindo minhas palavras, Andrew parecia furioso. Ele me agarrou e me deu dois tapas, tornando quase impossível para mim ouvir sua voz.
"Elena, não tente me provocar. Eu não vou deixar você morrer tão facilmente. Você ainda precisa ser uma mercadoria para San."
Andrew me olhou lutando, então abaixou a cabeça enquanto sussurrava como um demônio, "Você sabe, aquela vadia da Rosa ainda estava chamando seu nome antes de morrer.
Ela não precisava morrer, mas você a matou.
Quando eu estava batendo nela, ela foi muito dócil, não resistiu, o que tornou tudo entediante para mim. Então eu só ia dar alguns socos e parar.
Mas aquela vadia viu sua carteira na minha mão e a pegou. Ela chorou e me perguntou o que eu fiz. Eu disse a ela que roubei você e te deixei quase morta em um beco. Ela enlouqueceu."
Enquanto Andrew falava, ele puxou a gola para baixo para que eu pudesse ver os arranhões sob seu pescoço. "Vê isso? Essas são as marcas que a vadia da Rosa deixou. Ela começou a me atacar, e para me proteger, eu tive que esmagar a cabeça dela com a garrafa de cerveja que estava na minha mão."
Eu senti um frio por todo o corpo, e cerrei os dentes com força enquanto meu corpo todo tremia.
Como ele ousa!
Andrew, esse demônio, sorriu.
Ele sabia muito bem como realmente me machucar.
Rosa, minha mãe adotiva, minha única família, era minha vulnerabilidade.
"Andrew!" Eu gritei, misturando soluços.
Ainda assim, Andrew não parou. Ele continuou, "Então, é tudo culpa sua, Elena."
Eu não sabia como parar de chorar. As lágrimas continuavam a escorrer dos meus olhos.
Andrew, esse demônio, ele deveria ir para o inferno!
Se realmente existisse um Deus, como ele poderia deixar alguém como Andrew ainda viver neste mundo! Enquanto Rosa teve que perder a vida por causa de um lixo desses!
Observando os passos de Andrew se afastando, eu gritei alto, "Alguém está tentando escapar. Peguem ele."
Andrew, você tem que pagar o preço.
Alguém aí fora? Alguém está tentando escapar."
Andrew abriu a porta do porão em meio aos meus gritos furiosos. Seus passos ficaram leves, como se a liberdade estivesse bem na frente dele.
Eu xinguei esse desgraçado ainda mais alto, mas minhas palavras não chamaram mais sua atenção.
Depois que ele saiu, o porão ficou preenchido apenas com meus soluços.
Eu me encostei na parede para pegar a pedra novamente, tentando cortar as cordas nas minhas mãos.
Quando eu quase pensei que aquele demônio Andrew realmente tinha conseguido sua liberdade, ouvi seus gritos novamente.
Logo, Andrew foi arrastado de volta por um homem, com muitos novos ferimentos no corpo, coberto de hematomas e sangue.