PRÓLOGO 2

O cansaço e a ansiedade percorriam o corpo trêmulo de Aurora enquanto ela ansiava por um momento de alívio. Os restos da festa caótica estavam espalhados ao seu redor, e ela acabara de terminar de limpar a bagunça quebrada. Suas mãos agora estavam marcadas por cortes, ainda sangrando por causa do ocorrido.

Sua tia e prima estavam conspicuamente ausentes, provavelmente se refugiando em suas próprias atividades. Tia Margot, confortavelmente instalada em seu quarto luxuoso, enquanto Sandra provavelmente estava entretida na companhia de seu namorado, Tim.

Um sentimento de medo e apreensão tomou conta dela, e assim que seus pensamentos pareciam se materializar, Thomas emergiu das sombras, sua presença pairando de forma ameaçadora.

Seu olhar severo fixou-se nela. A gagueira de Aurora piorou, dificultando encontrar sua voz. Ela tentou se encolher, seus ombros se curvando, enquanto procurava desesperadamente as palavras certas para dizer.

Ela gaguejou suavemente, sua voz mal audível. "T-Tio T-Thomas," conseguiu dizer. "V-você p-precisa de a-alguma coisa?"

Thomas, segurando um copo na mão, bateu-o com força no balcão. "Você entende as consequências do que fez esta noite?" ele disparou.

"T-Tio T-Thomas," ela gaguejou suavemente, sua voz mal audível. "E-eu n-não quis c-causar p-problemas. E-eu só n-não..."

Thomas a interrompeu abruptamente, sua voz cortando o ar com uma mistura venenosa de raiva e condescendência. "Já tive o suficiente das suas desculpas, Aurora," ele fervia, seu olhar penetrante e estreito.

"Você está constantemente criando caos e confusões. Não consegue fazer nada direito? Você sequer compreende a importância daqueles convidados esta noite? Eu venho perseguindo o contrato deles incansavelmente nos últimos seis meses. Eu poderia ter fechado negócios lucrativos, mas graças a você, tudo desmoronou. Margot perdeu a compostura por causa das suas ações, e aqueles convidados ficaram longe de impressionados."

O coração de Aurora afundou, sua gagueira piorando com a intensidade de sua ansiedade. Ela desejava desesperadamente encontrar coragem para se defender, para justificar suas ações, mas o medo a paralisava. Ela se sentia pequena e insignificante, incapaz de desafiar as acusações de seu tio.

"E-eu s-sinto muito," conseguiu dizer, sua voz mal acima de um sussurro. "E-eu vou t-tentar f-fazer m-melhor."

Enquanto Aurora permanecia ali, seu corpo tremendo de medo e seu espírito esmagado, a raiva de Thomas parecia escalar. Em um acesso de fúria, ele avançou e agarrou seu pulso com um aperto áspero, seus dedos cravando na pele delicada dela. Um grito agudo escapou dos lábios de Aurora enquanto a dor percorria seu braço.

"Você vai fazer melhor! Já é tarde demais para isso, não acha?" Thomas zombou, suas palavras pingando desdém. "O acordo está cancelado, e é tudo por sua causa."

"V-você está apertando f-forte demais," ela conseguiu gaguejar através das lágrimas, sua voz cheia de agonia.

Mas Thomas não deu atenção ao seu apelo. Ele manteve o aperto, seus olhos frios e inflexíveis. A dor irradiando de seu pulso intensificou-se, fazendo Aurora estremecer e as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

"V-você está m-me machucando, T-Tio T-Thomas," ela engasgou, sua voz uma mistura de dor e desespero.

O aperto de Thomas apenas se intensificou, um sorriso cruel se espalhando pelo seu rosto. Ele se deleitava com o poder que tinha sobre ela, saboreando a visão de sua vulnerabilidade e dor. Sua voz gotejava malícia enquanto ele se inclinava mais perto, suas palavras um sussurro venenoso.

"Suas lágrimas não significam nada para mim," ele zombou. "Você não passa de um fardo, uma fraca. Este é o seu lugar, ser controlada e machucada. Lembre-se disso."

O coração de Aurora se despedaçou em milhões de pedaços ao sentir o peso da crueldade de seu tio sobre ela. A dor em seu pulso intensificava-se a cada momento que passava, o tormento de seu aperto simbólico do abuso emocional e físico que ela havia suportado por tempo demais.

Através de suas lágrimas e angústia, uma faísca de desafio acendeu-se dentro de Aurora. Ela sabia que não podia continuar vivendo nesse ciclo de medo e dor. Reunindo cada grama de força que lhe restava, ela teve coragem de falar, apesar de sua voz trêmula.

"P-por favor, T-Tio T-Thomas," ela choramingou, sua voz tremendo com medo e determinação. "M-me solte. V-você não pode m-me tratar assim."

"Eu te trato como eu quiser. Você merece a dor que eu te dou. Você tem ideia do custo dos copos que você quebrou hoje? Eles valem mais do que sua existência insignificante."

"Eu... n-não fiz n-nada, foi a S-Sandra."

"Como você ousa ter a audácia de culpar minha filha por sua própria desajeitadez?" Thomas exclamou com raiva.

"M-mas..." Antes que ela pudesse terminar a frase, Thomas levantou a mão, silenciando-a.

"Sem desculpas! Agora," ele disse de maneira assustadoramente calma. "O que você tem a dizer por si mesma?" William exigiu, sua voz impregnada de uma mistura potente de raiva e desprezo.

"V-vou t-tentar mais," ela sussurrou, sua voz mal audível. "N-não quero c-causar mais p-problemas." Aurora disse, seu olhar fixo no chão.

Ele soltou seu pulso, seu aperto deixando marcas vermelhas como um doloroso lembrete de sua agressão.

Quando Thomas finalmente soltou seu aperto de ferro em seu pulso, um alívio momentâneo tomou conta dela. No entanto, antes que ela pudesse aproveitar plenamente essa sensação fugaz de alívio, Sandra entrou furiosa na sala, seu rosto contorcido de raiva. Sua presença sozinha enviou um calafrio de apreensão pela espinha de Aurora, e ela se preparou para mais um ataque de fúria.

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