Capítulo 2 Não me mate
Nathan olhou fixamente para a espingarda nas mãos de Olivia, seu rosto instantaneamente perdendo a cor. "Olivia, o que você está fazendo? Você ficou louca?"
Ele instintivamente deu um passo para trás, suas costas batendo no braço de um banco. A dor o fez fazer uma careta, mas ele não ousou fazer barulho. A excitação que ele sentira sobre o investimento momentos atrás agora estava completamente consumida pelo terror.
Seraphina também havia perdido a postura arrogante que exibira ao gritar com os convidados. Sua voz tremia enquanto falava: "Olivia, querida, eu sei que você está chateada, e nós estamos erradas! Mas você não pode ficar brandindo uma arma! Se essa coisa disparar, não é brincadeira!"
"Olivia, você vai nos matar? Se você nos matar, você também está acabada!" Aurora deliberadamente levantou a voz em um grito, mas seu tom ligeiramente trêmulo traía seu medo.
Olivia lentamente levantou a espingarda, o cano preto primeiro apontando para Nathan, observando seu rosto ficar pálido como cinza; depois virando-se para Seraphina, vendo suas pernas fraquejarem enquanto quase desabava; finalmente parando no rosto apavorado de Aurora.
"Acabada?" Ela riu levemente, um lampejo de sarcasmo em seus olhos. "Você acha que minha vida já não está acabada?"
Ela deu um passo à frente, o cano da arma agora a apenas quinze centímetros da testa de Aurora.
Aurora gritou de terror, lágrimas instantaneamente escorrendo pelo rosto: "Não... não me mate! Eu nunca mais vou ousar! Vou fazer a mamãe te dar todas as joias dela, vou fazer o papai te dar metade das ações da empresa..."
"Ações?" Olivia levantou uma sobrancelha. "Ele realmente as entregaria?"
Nathan engoliu em seco, o pomo de Adão subindo e descendo visivelmente.
Ele abriu a boca, querendo dizer algo, mas não ousando. Finalmente, ele só conseguiu dizer com uma voz trêmula: "Sim, eu daria. Eu te dou o que você quiser, só abaixe a arma..."
"Tarde demais." A voz de Olivia de repente ficou fria. "Quando você jogou o Jasper na neve, por que não pensou em dar a ele uma chance de viver? Quando você tomou o trabalho de vida da mamãe como seu, por que não pensou em me deixar uma saída?"
Vendo o estado emocional dela, a voz de Nathan tremia enquanto ele falava: "Desculpe, eu estava errado. Eu vou tratar você e o Jasper bem a partir de agora..."
Olivia interrompeu: "Não precisa. Já que você sabe que estava errado, por que não vai fazer companhia à minha mãe?"
"Não, você não pode me matar. Eu sou seu pai."
Ela de repente apontou o cano da arma para Nathan, seu sorriso doce enquanto dizia: "Já que você é meu pai, vou te dar uma chance para últimas palavras."
Aurora se encolheu atrás de Seraphina. "Olivia, calma. Ele é nosso pai!"
Seraphina também tentou persuadi-la cuidadosamente: "Sim, Olivia, você ainda tem o Jasper. Pense nele. Se algo acontecer com você, quem vai cuidar dele?"
Ela sabia que Jasper era a única pessoa que Olivia se importava agora, a única que poderia restaurar sua sanidade. Mas ela estava errada.
Olivia ignorou completamente as duas, olhando diretamente para Nathan. "Já que o papai não tem últimas palavras, hora de ir!"
Com isso, ela puxou o gatilho.
O tiro explodiu pela catedral, e os três simultaneamente gritaram e cobriram suas cabeças. Seraphina até desmaiou de choque, Nathan desabou no chão convulsionando, e Aurora fechou os olhos e gritou: "Não me mate! Eu estava errada!"
No entanto, a dor esperada nunca veio—apenas algumas gotas de líquido frio respingaram em seus rostos.
Aurora abriu os olhos tremendo para encontrar várias manchas vermelhas brilhantes em seu vestido branco. Ela olhou fixamente, tocou o líquido em seu rosto com o dedo e levou-o ao nariz—era tinta.
"Balas de tinta?" ela murmurou.
Olivia riu. "Isso mesmo. Você não vale a pena eu cometer um crime. Como foi? Como foi encarar a morte?"
Nathan, ao lado dela, também percebeu o que havia acontecido. Olhando para a tinta vermelha em seu terno e a cápsula no chão, ele de repente entendeu — a arma não estava carregada com balas de verdade!
Nathan se levantou de um pulo, seu terror anterior instantaneamente substituído por raiva. Ele apontou para o nariz de Olivia e xingou: "Sua vadia! Como ousa nos assustar com balas de tinta?! Eu vou te matar hoje!"
Seraphina, reanimada por alguém que apertou seu ponto de pressão, viu a tinta vermelha em seu corpo e também explodiu: "Meu vestido novo! Olivia, sua louca! Eu vou te despedaçar!"
A mãe e a filha cercaram Olivia pelos dois lados, com Nathan também rangendo os dentes e seguindo atrás. Todo o medo e humilhação acumulados momentos antes agora haviam se transformado em raiva assassina.
Justo quando eles avançaram para atacar Olivia, as portas da catedral se abriram de repente.
Damon, que estava esperando do lado de fora, ouviu o tiro e correu para ver o que estava acontecendo. No entanto, a cena lá dentro o deixou atordoado.
Olivia segurava uma espingarda de cano duplo enquanto seus familiares a perseguiam, todos cobertos de tinta vermelha.
"O que diabos vocês estão fazendo?"
As três pessoas prestes a atacar congelaram no meio do movimento, como se tivessem sido atingidas por um feitiço de paralisia.
Olivia foi a primeira a reagir, avançando com um sorriso: "Damon, isso é apenas uma tradição de celebração que nossa família tem quando uma filha se casa! Gostamos de disparar tiros comemorativos após a cerimônia de casamento. Você pode perguntar ao meu pai se não acreditar em mim."
Nathan limpou a tinta vermelha do rosto, olhando sombriamente para Olivia. Ele sabia que ela estava o ameaçando. Se ele quisesse que esse casamento continuasse e obter o investimento da família Howard, ele teria que reconhecer essa suposta tradição.
"Sim, Damon, nós temos essa tradição."
Nathan forçou um sorriso enquanto olhava para Damon.
Damon franziu a testa para eles. "É uma maneira bem... incomum de celebrar."
"Sem problema, meu pai vai limpar este lugar, não é, pai?"
Olivia sorriu docemente, afetuosamente entrelaçando o braço com Nathan e interpretando o papel de uma filha obediente.
Nathan olhou para a catedral manchada de tinta vermelha, um lampejo de ressentimento em seus olhos.
"Sim, eu vou limpar."
Nathan não teve escolha a não ser engolir essa humilhação.
Damon sentiu o cheiro da tinta na catedral e franziu a testa.
"Muito bem então. Eu preciso levar a Sra. Howard para conhecer nossa matriarca agora."
Depois de falar, Damon parou de olhar para Nathan e os outros, em vez disso, liderou Olivia para fora da catedral. Antes de sair, Olivia ainda fez uma careta para Nathan e sua família.
"Estou furiosa! Por que uma mulher dessas existe?"
Seraphina bateu o pé de raiva.
"Eu vou me vingar dela! Vou fazer ela pagar por cada humilhação que sofremos hoje."
Aurora também gritou de raiva.
"Calem-se as duas!"
Nathan lançou um olhar feroz para sua esposa e filha.
"Não se esqueçam do status de Olivia agora. Se a ofendermos, aquela mulher louca pode muito bem fazer algo insano — como incendiar a mansão Howard. Então nossa família inteira será arrastada por ela!"
"Como isso é possível? A menos que ela não queira mais o irmão."
Aurora cruzou os braços e zombou.
Nathan olhou friamente para sua filha.
"Idiota! É melhor você rezar para que Jasper continue saudável, ou da próxima vez que Olivia puxar o gatilho, não serão balas de tinta que sairão — serão balas de verdade."











































































































