Capítulo 5

Não fiquei fora por muito tempo; abri os olhos, sentindo-me revigorada apesar da dor que agora permanecia entre minhas pernas. Olhei ao redor, percebendo que ele ainda estava no banheiro; eu podia ouvir o chuveiro ligado.

Eu precisava saber o nome dele. Deusa, aquilo tinha sido... perfeito.

Eu tinha esquecido completamente de Judah e agora tudo voltava, mas de alguma forma isso não diminuía o sexo que acabara de ter.

Sentei-me, puxando o lençol para cobrir meu peito enquanto procurava algo para vestir, embora meu corpo só quisesse sucumbir à escuridão mais uma vez. A porta do banheiro se abriu, e eu vi o deus tatuado sair, vestindo apenas uma calça e um cigarro entre dois dedos enquanto dava uma tragada.

Por um momento, ele me lembrou de Alejandro Rossi, o rei Lycan, que também era meu cunhado.

Estranho.

Sacudi a cabeça, afastando o pensamento, por que diabos ele veio à minha mente?

"Você vai ficar só olhando?" Ele perguntou, jogando a toalha que segurava na cama.

"Bem, eu estava pensando que acabamos de transar, mas ainda não sei seu nome." Comentei, prestes a sair da cama, mas no momento em que meus pés tocaram o chão, percebi que estavam pesados como chumbo, e fui forçada a sentar novamente.

Ok, eu precisava ficar quieta um pouco.

"Você ainda não sabe quem eu sou?" Ele disse, tirando uma camiseta cinza.

Olhei para ele curiosa, apenas para encontrar aqueles olhos azuis gelados fixos nos meus.

"Não, só sei que você é um Alfa."

A aura dele parecia mudar, e eu podia sentir sua raiva através do vínculo.

"Futuro Alfa." Sua voz estava cheia de veneno, e eu olhei para ele completamente chocada.

A aura dele era impressionante, como diabos ele ainda não era um Alfa?

"Futuro?" Perguntei curiosa.

"Qual é o seu nome?" Ele perguntou em vez de responder, tirando-me dos meus pensamentos.

"Eu ainda não sei o seu..."

"Leo. Leo Rossi." Ele respondeu friamente, me fazendo congelar.

Meus olhos se arregalaram em choque enquanto eu olhava para o homem à minha frente.

Não pode ser...

"Leo Rossi?!" Pulei da cama, quase caindo no chão. Peguei a toalha e a enrolei ao redor de mim enquanto tropeçava até ele. "Como eu não percebi?!"

Ele franziu a testa, recuando quando eu segurei seu rosto, sentindo sua barba roçar nas pontas dos meus dedos.

"Oh, Dante nunca vai me deixar esquecer disso! Oh meu Deus, um Rossi? O que o papai vai pensar?!" Minha cabeça estava girando, mas eu não podia negar o fio de excitação que correu por mim ao pensar em ser marcada por ele.

Eu e Kiara seríamos marcadas pela mesma família! Eu estava marcada pelo primo da Sky! Oh deusa, ela definitivamente não vai ficar com ciúmes, com certeza não. E papai! O que papai vai pensar ao perceber que ambas as suas filhas estão marcadas por Rossis tatuados e com piercings? Meu pobre pai! E então-

"Quem é você?" Sua voz era calma, mas mortal, e eu congelei no meio do pensamento, olhando para ele.

"Você não me reconhece?"

"Deveria?"

Meu sorriso vacilou diante da hostilidade em seu tom.

Eu sabia que Leo tinha se distanciado dos Rossi, a ponto de nunca estar por perto. Marcel, seu pai, ainda mantinha o título de Alfa, embora Leo comandasse a alcateia, recusando-se a permitir que Leo assumisse. A briga entre Leo e o resto dos Rossi era de anos atrás, e era óbvio que ainda permanecia.

"Azura, Azura Rayne Westwood." Declarei, sem mais sorrir enquanto olhava para ele seriamente.

Seus olhos brilharam perigosamente enquanto percorriam meu corpo, seu coração batia forte, e quando seus olhos voltaram para os meus, eu só vi uma raiva cega neles.

"Westwood. Selene está de brincadeira." Ele quase cuspiu. "Eu sabia que era bom demais para ser verdade."

"O que há de errado em ser-"

"Ser uma Westwood? Claro, uma das Alcateias de Elite, certo? Bastardos privilegiados que podem fazer o que bem entendem." Ele recuou, olhos que tinham desejo e interesse agora só mostravam ódio.

"Ei, isso não é justo-"

"Eu, Leo Rossi, futuro Alfa da alcateia Sangue, rejeito você, Azura Rayne Westwood, como minha companheira e Luna."

Eu congelei enquanto a dor violenta me rasgava e um grito saiu dos meus lábios. A dor ardente tomou conta do meu pescoço e eu caí de joelhos. Ele me marcou, me marcou e depois me rejeitou, causando uma dor ainda pior do que uma rejeição instantânea...

Eu não conseguia respirar, a intensidade da dor no meu pescoço me matando. Eu arranhei meu pescoço, meu coração batendo forte.

"Eu nunca aceitarei a filha de um Elite como minha companheira." Suas palavras cruéis eram distantes e fracas, minha visão escurecendo levemente. Olhei para frente, vendo-o se afastar.

Apenas uma verdade gritava na minha cabeça, me deixando completamente devastada.

Rejeitada.

Ele me rejeitou.