Capítulo 11 Quero que você seja minha esposa
POV de Emma
A ligação de Eleanor me surpreendeu. "Emma, querida, por favor venha jantar em casa hoje à noite. A família sente sua falta." Sua voz era calorosa, mas tinha uma tensão incomum.
Apesar da minha relutância, concordei. Talvez fosse hora de enfrentar a família Reynolds, mesmo que as coisas com Gavin estivessem além de qualquer reparo.
Quando cheguei à mansão dos Reynolds mais tarde naquela noite, ouvi a voz irritada de Jonathan antes mesmo de alcançar a porta.
"Ela é sua noiva, Gavin! Você carregou outra mulher na frente de todos! E a viúva do seu irmão, de todas as pessoas! Não tem vergonha?"
Algo caiu. "Se você não registrar seu casamento com Emma amanhã, não pise mais nesta casa!"
Respirei fundo e empurrei a porta. A discussão parou instantaneamente enquanto todos os olhos se voltavam para mim.
"Querida Emma, você está em casa!" A voz de Eleanor soou enquanto ela saía da sala de jantar. Ela me abraçou calorosamente. "Estamos esperando para jantar."
Eleanor deu uma leve batida no ombro de Gavin, incitando-o a se levantar da cadeira. Ele se aproximou com passos medidos, pegando minha bolsa de grife.
"Você está atrasada," ele disse, com um tom mais suave do que eu esperava. "Onde você estava?"
"Fui ver Rick para jogar tênis," respondi honestamente, observando seu rosto cuidadosamente.
O maxilar de Gavin se apertou imperceptivelmente. "Da próxima vez que for ao Rick, me avise antes."
Olhei ao redor da sala, notando a mesa perfeitamente arrumada para quatro. "Onde está Sophia?" perguntei, sem conseguir esconder um leve tom de irritação na voz.
Os olhos de Gavin se voltaram para sua mãe, depois para mim. "Vamos conversar lá em cima," ele murmurou.
Eu me desculpei para me refrescar antes do jantar, indo ao banheiro. Enquanto lavava as mãos, a porta se abriu atrás de mim. Gavin entrou, fechando-a silenciosamente. O espaçoso banheiro de repente parecia pequeno demais, íntimo demais para a conversa que precisávamos ter.
"O que está acontecendo com você ultimamente?" ele perguntou, encostando-se na porta. "Você tem estado distante."
Encontrei seu olhar diretamente. "Onde está Sophia? Não a vejo no jantar."
Gavin suspirou, passando a mão pelo cabelo perfeitamente estilizado. "Meus pais acharam que a cena no prédio da empresa—comigo carregando ela para o centro médico—parecia inadequada. Eles insistiram que ela voltasse para a casa dela e de Lucas. Arranjamos uma enfermeira em tempo integral para cuidar dela."
Estudei sua expressão cuidadosamente. "Você não parece feliz com esse arranjo."
"Podemos parar com essa guerra fria?" Gavin perguntou, dando um passo mais perto. "Está ficando ridículo."
"Eu vi Sophia na loja de móveis," disse diretamente. "Ela estava usando seu cartão preto para comprar muitos itens caros."
Surpresa passou por seu rosto. "O que ela estava fazendo lá? O médico disse que ela precisa de repouso."
"Isso é o que te preocupa? Não o fato de ela estar usando seu cartão pessoal?" pressionei. "Ela tem a herança de Lucas. Por que precisaria especificamente do seu?"
Gavin se mexeu desconfortavelmente. "Ela disse... que queria preparar um quarto especial para o bebê, mas não queria que meus pais vissem as despesas e se preocupassem que ela estivesse gastando demais."
Dei um passo à frente. "O que realmente está acontecendo entre vocês dois, Gavin? Você deve algo a Lucas? Você estava envolvido com Sophia antes de Lucas morrer?"
"Emma!" Sua voz subiu abruptamente. "Você está me investigando?"
"As imagens de segurança de você segurando ela no elevador estão circulando entre os funcionários," disse calmamente. "Todos estão falando."
O rosto de Gavin empalideceu. Seus nós dos dedos ficaram brancos enquanto ele segurava a borda do balcão. "Não houve absolutamente nada entre nós enquanto Lucas estava vivo."
Levantei a cabeça rapidamente, captando a nuance sutil em suas palavras. "'Enquanto Lucas estava vivo'? Essa é uma escolha interessante de frase, Gavin."
A cor sumiu do rosto dele. "Você está distorcendo minhas palavras."
"Lucas era seu irmão, e Sophia é sua cunhada," eu disse, com desgosto evidente na voz. "Você tem ideia da impressão que está passando para as pessoas?"
Gavin de repente agarrou meus ombros, sua voz baixa e intensa. "Pare com isso! Não diga mais uma palavra!"
Eu me soltei com um puxão. "Isso destruiria a reputação da sua família, destruiria a confiança dos seus pais em você!"
Gavin fechou os olhos de dor, seu punho batendo na parede. "Droga! Você está imaginando coisas!"
"Eu estou apenas dizendo fatos," respondi, observando sua reação incomumente violenta com crescente suspeita. "Por que você está tão agitado?"
Gavin respirou fundo várias vezes, visivelmente tentando recuperar o controle. "Eu só... não quero que ninguém entenda errado, especialmente você."
"Então qual é a relação? Por que você dá um tratamento especial a ela? Por que você nunca—"
"Não há nada entre Sophia e eu além da nossa conexão familiar," ele interrompeu. "Não deixe seu ciúme distorcer a realidade!"
Eu olhei nos olhos dele, reconhecendo o olhar de alguém escondendo algo significativo. "Do que você tem medo, Gavin?"
Sua expressão se fechou. "Eu só não quero decepcionar meus pais... eles já perderam Lucas."
"É só por isso? Nada mais?" insisti.
Gavin evitou meu olhar. "Realmente não há nada do que você está imaginando entre Sophia e eu."
"Eu não acredito em você," afirmei calmamente. "Sua preocupação com ela vai além dos limites normais."
Sua postura de repente suavizou. "Tá bom. Talvez eu tenha sido excessivamente atencioso com ela, mas é só por culpa."
Para minha surpresa, Gavin pegou o celular e rapidamente deletou todas as informações de contato de Sophia das redes sociais e da lista de contatos.
"Isso é suficiente?" ele perguntou, mostrando a tela para mim.
"Você acha que isso resolve tudo?" perguntei cética.
"De agora em diante, manterei apenas o contato mais básico e cortês com ela. Tudo será tratado através do advogado da família," ele prometeu, segurando minhas mãos. "No meu coração, você sempre foi a... esposa que escolhi para esta vida."
A palavra "esposa" ressoou dolorosamente dentro de mim, mas eu não conseguia afastar a sensação de que verdades significativas permaneciam escondidas sob suas palavras cuidadosamente escolhidas.
"Você tem medo que eu conte aos seus pais que terminamos e que eles fiquem com raiva de você?" perguntei com um sorriso amargo.
Seu aperto nas minhas mãos se intensificou. "Emma, por favor..."
No jantar, Eleanor abordou o incidente diretamente. "Eu já repreendi severamente Gavin," ela disse, passando as batatas assadas para mim. "Foi completamente inapropriado."
Ela suspirou, "Já pedimos para a Sophia se mudar. Ela precisa de independência. É melhor para ela e para a reputação da família."
"Está tudo bem, Eleanor," respondi calmamente, embora minha mente ainda estivesse a mil. "Foi apenas um mal-entendido."
Jonathan, que estava observando silenciosamente, finalmente falou. "Nem toda mulher lidaria com essa situação com tanta graça," comentou, seu olhar demorando em mim apreciativamente.
Eleanor se animou, mudando a conversa para tópicos mais agradáveis. "Já comecei a planejar alguns detalhes do casamento. O Fairmont tem aquele salão de baile lindo com vista para o mar, e eu falei com o coordenador de eventos sobre datas em junho."
Olhei para Gavin, notando sua expressão tensa. O momento da verdade havia chegado. Na frente de sua família, perguntei diretamente: "É isso que você quer?"
A mesa ficou em silêncio. Eleanor e Jonathan congelaram, os garfos suspensos no ar.
Gavin sustentou meu olhar, algo desesperado piscando em seus olhos. "Emma, eu quero que você seja minha esposa. Por favor, não me recuse."





































































































































































































































































































































