Capítulo 7 Se você sair agora para segui-la, terminamos
POV de Emma
Sophia pediu ao garçom se ele poderia ajudar a cortar seu foie gras, mas então olhou para Gavin. "Você se importaria de fazer isso? Você sabe exatamente a espessura que eu gosto."
"O restaurante oferece serviço profissional de corte," eu intervi. "Não precisa incomodar o Gavin."
O rosto de Sophia murchou. "Desculpe, eu não pensei nisso."
"Emma!" O tom afiado de Gavin me assustou.
Gavin não respondeu. Os olhos de Sophia se encheram de lágrimas novamente. "Isso é tudo culpa minha. Eu não deveria ter interrompido o encontro de vocês..." Ela começou a se levantar.
Gavin segurou o braço dela. "Não ligue para ela. Ela não quis dizer isso. Ela tem estado emocional ultimamente."
Senti uma dor aguda enquanto Gavin me repreendia pela terceira vez por causa de Sophia. Meus dedos apertaram ao redor do garfo enquanto eu o observava confortá-la.
Observei incrédula enquanto ele estendia a mão através da mesa, quase tocando a dela. Dez anos juntos, e ele nunca me defendeu com tanta paixão. No entanto, ali estava ele, correndo em seu socorro várias vezes em um almoço.
Outros clientes estavam lançando olhares curiosos para nossa mesa. A vergonha queimava mais quente que minha raiva.
"Com licença," eu disse, forçando um sorriso educado. "Preciso usar o banheiro."
No banheiro, segurei a borda da pia e finalmente deixei minha máscara cair. A mulher que me encarava no espelho tinha olhos feridos e uma expressão tensa que não combinava com o caos interior.
"Isso não é coincidência," murmurei para meu reflexo. "Ela invadiu nosso encontro de propósito."
Joguei água fria no rosto. A frescura ajudou a clarear meus pensamentos. Peguei meu celular e olhei novamente a foto anônima que recebi após a prova do vestido de noiva.
"Hora de obter respostas," disse para mim mesma.
Eu precisava falar com Sophia sozinha, sem a presença protetora de Gavin. Só então eu veria a verdade.
Quando voltei à mesa, eles estavam envolvidos em uma conversa em voz baixa que parou abruptamente com minha aproximação. Sentei-me, notando como a mão de Sophia se retirou de onde estava suspeitosamente próxima de Gavin.
"Se sentindo melhor?" perguntou Gavin.
"Na verdade," eu disse, pressionando uma mão no estômago com uma expressão de dor, "acho que o foie gras pode estar me fazendo mal. Estou com dor de estômago."
Sophia imediatamente fingiu preocupação. "Sra. Garcia, você está bem? Você não parece bem."
Olhei para Gavin, que já mostrava sinais de preocupação. "Talvez eu precise de algo para meu estômago. Apenas um problema antigo voltando."
"Devemos ir ao hospital?" Gavin perguntou, pronto para agir.
Balancei a cabeça, mantendo minha voz deliberadamente fraca. "Não, isso é muito dramático. Apenas alguns Tums da farmácia na esquina ajudariam."
Sophia se ofereceu: "Por que eu não vou buscar? Vocês dois podem continuar seu almoço."
Eu dei a ela um olhar significativo. "Não acho que seja sábio. O médico não disse para você evitar atividades?"
Gavin se levantou. "Eu vou. Vocês duas descansam aqui. Eu não demoro."
"Obrigada," eu disse. "Você poderia também me trazer alguns enzimas digestivas? O pacote verde como da última vez."
Ele assentiu e saiu apressado. Eu o observei desaparecer antes de voltar minha atenção totalmente para Sophia.
Um silêncio constrangedor se instalou entre nós. Sophia foi a primeira a quebrá-lo.
"Emma, você realmente me odeia agora, não é?" Sua voz carregava um toque de desafio sob o tom de vítima.
Mantive minha compostura. "Ódio é uma palavra forte. Mas você me deixa desconfortável, sim."
Olhei diretamente nos olhos dela. "Gavin é meu noivo. Vamos nos casar em um mês. No entanto, você constantemente entra em contato com ele, até chamando-o no meio da noite. Você não acha que isso está passando dos limites?"
O rosto de Sophia mudou de repente, um sorriso frio substituindo sua postura frágil. Suas mãos pararam de tremer ao redor do copo de suco de laranja.
"Isso não tem nada a ver com ultrapassar limites," ela disse, sua voz de repente firme. "O Gavin não te ama, Emma. Ele se importa comigo."
Eu me senti como se ela tivesse me dado um tapa. "Com licença?"
"Vocês estão juntos há o quê—cinco anos? E ele sempre te manteve à distância, não é?" Seus olhos brilhavam de satisfação. "Você nunca se perguntou por quê?"
Eu não estava preparada para esse ataque repentino. "Você não sabe nada sobre nosso relacionamento."
Sophia se inclinou para frente. "Eu sei que ele vem correndo sempre que eu chamo. Sei que ele sai da sua cama para estar ao meu lado. Sei coisas sobre ele que você nunca saberá."
"Você está delirando," eu disse, embora minha voz faltasse convicção.
"Você sabia que ele estava comigo na noite antes da sua consulta para escolher o vestido de casamento?" Ela continuou impiedosamente. "É por isso que ele se atrasou. É por isso que ele saiu cedo. Não foi por trabalho—foi por mim."
Senti o sangue drenar do meu rosto. "Você está mentindo."
"A foto que alguém te enviou?" Ela deu de ombros. "Eu enviei. Achei que você merecia ver a verdade."
Minhas mãos estavam tremendo agora. "Por que você está fazendo isso? Você não tem vergonha? Você era a esposa do Lucas—cunhada do Gavin. O que você está sugerindo é nojento e desrespeitoso à memória dele."
Os olhos de Sophia se estreitaram.
Eu me inclinei para frente. "O que as pessoas pensariam se soubessem que a viúva enlutada do Lucas estava perseguindo o irmão dele? Que tipo de mulher isso faz de você?"
Os olhos de Sophia se voltaram para a entrada do restaurante. Sua expressão se transformou instantaneamente—lágrimas brotando, vulnerabilidade substituindo a crueldade.
"Emma, me desculpe por te incomodar," ela disse em voz alta. "Você pode me bater, gritar comigo, mas por favor não fale sobre meu bebê."
Eu a encarei em confusão. "Quando eu disse alguma coisa sobre seu bebê?"
Sophia se levantou, uma mão protetora sobre o estômago, certificando-se de que Gavin veria essa cena ao retornar. "Eu deveria ir," ela disse tremendo.
Eu me virei para ver Gavin correndo em nossa direção, preocupação estampada em seu rosto.
"O que aconteceu?" Gavin perguntou, olhando entre nós.
Sophia fungou, "Nada, estávamos apenas conversando..."
Eu peguei o remédio que Gavin me entregou. "Obrigada. Já estou me sentindo melhor."
Sophia fez um show ao reunir suas coisas. "Desculpe por interromper seu encontro. Eu não deveria ter vindo."
"Sophia, espere!" Gavin chamou atrás dela, já se movendo para seguir.
Enquanto ela se afastava, eu percebi o sorriso fugaz que ela me dirigiu—desaparecendo tão rapidamente que eu poderia ter imaginado.
Gavin se virou para mim, sua expressão endurecendo. "O que você disse a ela?"
Eu fiquei atordoada com sua acusação imediata. "O que eu disse? Você nem pergunta o que aconteceu, e já está me culpando?"
"Ela está grávida e emocionalmente frágil," Gavin defendeu. "Ela precisa de consideração especial."
Ele pegou seu casaco e me entregou. "Cuide-se. Eu preciso garantir que ela chegue em casa em segurança."
"Dez anos, Gavin," eu disse, minha voz quieta mas firme. "Nos conhecemos há dez anos, estamos juntos há cinco, mas uma lágrima dela pesa mais que tudo isso."
Gavin parecia dividido. "Você não entende. Ela precisa de mim agora."
"E eu nunca preciso de você, é isso?" Eu perguntei amargamente. "Mesmo durante nosso encontro, ela só precisa ligar e você corre."
"Emma, por favor," Gavin lutou para explicar, "Sophia está grávida e emocionalmente instável. Ela não pode ficar chateada."
Eu o olhei diretamente nos olhos, fazendo minha última resistência. "Gavin Reynolds, se você sair agora para segui-la, estamos acabados."





































































































































































































































































































































