


Capítulo Quatro
Kelley olhou para Hanson, que parecia perdido em pensamentos, e deu-lhe um empurrão com o pé. Hanson levantou o olhar e sorriu tristemente. "O que mais está te incomodando, Chadney?"
"Estou puto porque perdemos, Kelley. Precisamos mostrar para aqueles moleques quem manda. Esta é a nossa cidade, somos os Elites e eles devem saber o lugar deles," disse Hanson.
Kelley franziu ligeiramente a testa. "Eles jogaram bem, Hanson. Mereceram a vitória, mas no próximo ano é um jogo totalmente novo."
"É, claro. Ainda assim, eu gostaria de tirar aquele sorriso da cara do Mason."
"Esquece eles. O que está acontecendo na sua casa? Quem está se mudando?" Kelley olhou atentamente para o amigo, tentando entender o que se passava. Ele parecia diferente e isso o incomodava.
"Minha mãe está saindo da cidade, então vou ficar com meu pai." Hanson suspirou e deu de ombros.
Kelley colocou uma mão no ombro dele e apertou. "Tudo vai se resolver como deve ser."
Kelley foi procurar Norah, que havia desaparecido três horas antes com suas amigas. Ele contornou as pequenas dunas de areia perto do hotel, onde ficavam os banheiros da praia privada.
Kelley parou de repente ao ouvir a voz de Marella antes de virar a esquina do prédio. "Por que você não conta logo para ele?"
"Por favor, Marella, já é difícil o suficiente olhar para ele quando está sempre de mau humor. Não posso dizer que não estou mais interessada no Gunther Jacobs. Ele já é um garoto triste."
"Ele não é triste, Norah. Ele tem sentimentos como todo mundo, ele só é profundo e tal."
"Profundo e tal? Não seja idiota. Se não fosse por causa do meu pai, eu nem estaria namorando ele."
"Tá bom, eu fico com ele. Ele é bonito e realmente legal com você, não é um babaca e não te trai. Qual é o seu problema?"
"Ele é legal demais, Marella... Eu quero algo mais bruto, quero que ele tome a iniciativa uma vez, me vire de costas e simplesmente faça o que quiser. Ele é sempre tão atencioso e isso é chato."
Kelley deu um passo para trás, não querendo ouvir mais, e voltou para a fogueira. A realização de que ela não o amava o atingiu com força. As palavras dela corriam pela sua mente, ele era legal demais, atencioso demais, ele era chato.
Norah e Marella voltaram para a festa e se sentaram em cadeiras de praia em frente a ele e Hanson. Marella encontrou seu olhar e abaixou a cabeça, culpada, ela pelo menos apreciava caras legais. Norah cruzou as pernas e deu-lhe um vislumbre de sua nudez por baixo.
"Caramba, quando foi que a Beaver chegou na cidade?" Hanson engasgou com a risada nas palavras de Marcus, que se sentou ao lado de Kelley.
"Porra, Marcus." Hanson estava rindo alto agora e Norah olhou para nós.
"O que é tão engraçado?"
"Nada... Senhora Beaver." O rosto de Norah ficou vermelho e ela puxou a saia para baixo.
"Você vai mesmo ficar aí sentado, Kelley?" Norah se inclinou para frente na cadeira e o encarou.
"O que você quer que eu faça? Você está mostrando tudo, eles só estão olhando o que você está promovendo."
"Sério? Você vai deixar ele falar comigo assim?" O olhar nos olhos dela fez com que ele se sentisse culpado pelo comentário anterior e ele se endireitou na cadeira.
"Para com isso, Marcus."
Marcus deu de ombros enquanto Norah olhava para ele como se tivesse ganhado um prêmio nacional. Marella ainda olhava para todos os lados, menos para Kelley, e então as palavras de Norah o atingiram novamente. Ele se levantou da cadeira de praia e caminhou de volta para o carro, com Norah seguindo atrás.
"Onde você vai?"
"Escuta... se você não gosta do Gunther Jacobs, passa ele para a Marella."
"O que você está falando, Kelley?" Norah estreitou os olhos e ele se mexeu nos pés.
"Sua reação não foi exatamente de felicidade. Vou te arranjar outra coisa, o que você quiser."
"Você é um bom namorado, Kelley, e sinto muito por não ter dito nada antes. Estou mais interessada na série Rocker agora."
"Foi tão difícil assim?"
Norah sorriu enquanto ele abria o porta-malas do Escalade e ela se aproximava, abraçando-o pela cintura. "Kelley, eu quero que você me vire de costas aqui mesmo e me pegue por trás, com força."
Antes que ela pudesse piscar, estava pressionada contra o porta-malas acarpetado do Escalade, sua saia levantada até a cintura enquanto Kelley abria o zíper das calças e colocava um preservativo. Kelley a penetrou com força, sem nem se certificar de que ela estava pronta.
As unhas dela arranharam o carpete áspero e ela se apertou ao redor dele. Ele continuou, perseguindo seu próprio orgasmo. "Se toca, Norah, se faz gozar." Kelley a tomou com força e brutalidade enquanto ela empurrava o quadril contra ele e continuava gemendo seu nome.
Quando o sol nasceu, a festa de aniversário de Norah estava se esvaziando, com a maioria das pessoas sentadas na areia, rindo embriagadas sobre o fim das aulas que se aproximava. Três meses de férias de verão estavam sendo discutidos.
"Eu realmente queria que você mudasse de ideia e viesse conosco para o nosso chalé de esqui." Os dedos de Norah traçavam padrões leves no braço de Kelley.
"Eu realmente não posso." Ele não podia deixar sua mãe sozinha por três meses, ela murcharia e a vida desapareceria dos olhos dela até ele voltar.
"Temos pelo menos uma semana. Devíamos aproveitar ao máximo."
"Kelley, você pode me dar uma carona para casa?" Marella olhou para o chão ao fazer a pergunta.
"Claro, é no meu caminho. Esteja pronta em uns dez minutos."
Norah sorriu secretamente e olhou para Kelley. "Acho que ela está apaixonada por você."
"Não, ela não está. Não importa porque eu não sou do tipo que trai."
"Eu não estava preocupada, Kelley, só estava comentando." Norah se levantou e foi para outro grupo de pessoas, deixando Kelley ao lado da fogueira agora apagada.
Sete minutos depois, Kelley saiu da praia com Marella no banco da frente. Ele nem se despediu de Norah e ela não pareceu se importar. Marella ficou quieta enquanto ele dirigia em direção à casa dela.
"Você realmente é um cara legal, Kelley."
"É, parece que não é bom o suficiente."
Os olhos de Marella se arregalaram ligeiramente. "Você nos ouviu?"
Kelley assentiu com a cabeça e Marella olhou pela janela. "Eu não sei ser outra coisa. Não sei o que fazer para deixá-la feliz."
"Ela não te merece. Você é melhor do que isso, Kelley, você merece alguém que não te traia."
A mão de Marella estava na maçaneta da porta, mas Kelley segurou seu braço. "O quê?"
"Ela tem te traído no último ano, Kelley. Abra os olhos porque isso está bem na sua cara."
"Quem?"
"Hanson, para começar." Desta vez, quando ela abriu a porta, Kelley a deixou ir. Ela parou na porta da frente, mas não olhou para trás e Kelley se sentiu nauseado. Era por isso que Hanson estava agindo de forma tão diferente? Ele finalmente estava começando a sentir a culpa de suas ações? Kelley não podia ter certeza de mais nada. Ele amava Norah, tinha sido fiel a ela por dois anos e ela estava transando com seu melhor amigo, todo esse tempo.
Kelley sentiu a solidão familiar voltando e percebeu então que, em algum lugar bem fundo, ele sabia que algo não estava certo. Ele não sabia que ela estava traindo, mas sabia que a amava mais do que ela o amava.