CAPÍTULO 06
Dante Castelli.
A imagem dos olhos aterrorizados de Elijah passou pela minha mente.
Aquele horror gravado em cada traço delicado—olhos arregalados, lábios entreabertos... Passei a língua pelos meus lábios, deslizando a mão pelo abdômen até envolver meu pau pulsante. Um aperto firme, um ritmo constante, enquanto a cena se desenrolava na minha mente.
Ele de joelhos. Boca molhada. Olhos cheios de lágrimas. O brilho do medo já dando lugar à submissão. Uma imagem perfeita. Meu corpo pulsava, a respiração ficando ofegante. O prazer crescia rápido—selvagem, impossível de segurar.
Um gemido baixo escapou. Minha cabeça caiu para trás. O clímax veio forte e rápido, tirando todo o ar dos meus pulmões. Nunca tinha gozado tão rápido. Prova do quanto eu o desejava desesperadamente.
E esta noite, nada e ninguém vai salvá-lo de mim.
Ainda flutuando no pós-gozo, peguei o sabonete e comecei a esfregar o sangue da minha pele. Meus dedos passaram pelos fios de cabelo endurecidos, agora cobertos pelos restos secos do massacre. Suspirei, inclinando a cabeça para trás, deixando a água quente cair sobre meu couro cabeludo enquanto massageava a sujeira para longe.
Depois de terminar o banho, peguei uma toalha e caminhei até a pia de metal enferrujada. Minha reflexão me encarava do espelho rachado. Meu cabelo tinha crescido demais, caindo preguiçosamente sobre meu rosto. Talvez fosse hora de cortar—mas, sinceramente, o que importava?
Sequei o cabelo com a toalha e o amarrei em um coque firme no topo da cabeça. Assim que me virei para a porta, um dos guardas entrou, estendendo um uniforme limpo. Peguei-o das mãos dele sem dizer uma palavra e comecei a me vestir.
Enquanto ajustava o tecido contra minha pele, olhei para o homem, que estava rígido, tenso.
"As lutas de hoje à noite já estão definidas?"
Ele engoliu seco antes de responder.
"Sim, senhor. Três lutas estão marcadas para o pátio esta noite."
Um sorriso se formou nos meus lábios.
"Espero que valham o show. Não tenho paciência para nada medíocre."
O guarda assentiu rapidamente.
"Os presos selecionados são fortes. Deve ser interessante."
Cruzei os braços e dei um passo à frente, forçando-o a recuar ligeiramente.
"Descubra quem são e me informe. Quero algo que valha meu tempo."
Sem hesitar, ele saiu apressado, me deixando sozinho novamente. Um sorriso leve permaneceu nos meus lábios. As lutas sempre tornavam a noite mais suportável.
Saí do banheiro, dirigindo-me ao pátio da prisão. A luz do sol bateu na minha pele quente enquanto eu inalava profundamente, absorvendo o cheiro espesso de suor e ferrugem no ar. À distância, grupos dispersos se ocupavam em conversas inúteis, distraindo-se do verdadeiro inferno ao redor.
Alguns buscavam proteção, formando alianças frágeis. Outros preferiam a solidão, tentando sobreviver sem amarras. Tolos. No centro do caos, novos prisioneiros eram avaliados por olhares predatórios—como presas sendo selecionadas por caçadores famintos.
Aproximei-me dos bancos, pronto para sentar, quando algo chamou minha atenção. Um preso alto, coberto de tatuagens, desfilava pelo pátio com o peito estufado, rindo alto, exalando arrogância.
"Este lugar é fácil demais! Vou foder qualquer bichinha fraca que cruzar meu caminho!" Sua risada ecoou pelo espaço, alguns prisioneiros a repetindo, alimentando seu ego.
Minha mandíbula se contraiu. A mera ideia daquele verme sequer pensar em chegar perto do meu pequeno coelho fez meu sangue ferver. Um sorriso sombrio se formou enquanto eu avançava em sua direção.
"Boca grande para alguém que ainda não provou nada."
O riso dele parou. Seu olhar travou no meu e endureceu ao perceber com quem estava lidando. Mesmo assim, tentou manter a pose.
"E quem diabos você pensa que é, me chamando assim?"
Aproximei-me mais, reduzindo a distância até sentir sua respiração pesada.
"Ceifador."
Sua expressão mudou instantaneamente. O ar ficou denso. Os outros presos começaram a se afastar. Ainda assim, o idiota se agarrou ao último fio de bravata.
"Hah! Vai se foder. Todo mundo diz que você é o diabo neste lugar, mas eu não tenho medo. Aposto que você é só um velho acabado."
Meu sorriso se alargou.
"Então prove."
Dei um passo para trás, levantei as mãos—convidando-o a tentar. O barulho ao nosso redor mudou à medida que um círculo de espectadores se formava. Todos sabiam que isso não terminaria bem para ele.
Ele cerrou os punhos e avançou com um soco direto.
Eu desvie com facilidade.
Outro golpe veio—facilmente evitado. A frustração brilhou em seus olhos.
"Para de desviar, seu filho da puta!"
Eu ri baixo.
"Pensei que você queria provar algo. Vai em frente—me acerte."
Ele rugiu, movido pela raiva, e investiu novamente. Desta vez, fui mais rápido. Agarrei seu braço, torcendo-o violentamente, forçando-o a se ajoelhar com um grito abafado de dor.
"Fala demais."
Meu joelho acertou seu queixo, jogando-o para trás. Sangue escorreu do canto de sua boca. Ele tentou se levantar, mas antes que pudesse, pisei em seu peito, prendendo-o no chão.
"O problema com escória como você é que ladra antes de pensar. Agora todos veem o que você realmente é—lixo."
Levantei o pé e deixei que ele tentasse se recuperar. Ele mal teve tempo de inspirar antes que meu punho acertasse seu rosto, nocauteando-o.
O silêncio se instalou no pátio.
Sacudi o sangue dos meus nós dos dedos e olhei ao redor.
"Alguém mais aqui acha que é fodão?"
Ninguém se atreveu a responder.
Um sorriso satisfeito se espalhou pelo meu rosto enquanto eu me dirigia aos bancos e me sentava com um suspiro relaxado. O dia tinha sido produtivo. Eu tinha encontrado minha obsessão novamente, eliminado uma praga que ousou tocá-lo e humilhado um idiota que pensava ser mais do que realmente era. Agora, ele está arruinado.
Os outros presos vão transformá-lo em um brinquedo—e eu não vou mover um dedo para impedir. Isso é o que acontece com os fracos.
Um dos guardas se aproximou, prancheta na mão. Olhei para ele quando parou ao meu lado.
"Os lutadores desta noite estão confirmados," ele relatou. "Três presos. Todos vestindo branco. Ofensas leves—nada sério. Nenhum deles tem experiência em combate."
Um riso baixo escapou dos meus lábios.
"Sempre é divertido ver carne fresca tentando sobreviver."
O guarda assentiu.
"Como você gostaria de proceder?"
Encontrei seu olhar, um brilho sádico no meu.
"Quero que todos aqui assistam. Ninguém sai. Eles precisam entender o que acontece com os fracos."
Ele inclinou a cabeça ligeiramente em concordância.
"Entendido, senhor."
Antes de se afastar, ele tirou algo do bolso e me entregou. Peguei o cigarro e o isqueiro sem dizer uma palavra, acendi e dei uma longa e calma tragada.
Esta noite vai ser interessante.


































































































