Capítulo 3 O suspeito

Para a surpresa de todos, depois de vasculharem todas as pessoas desaparecidas na cidade, nenhuma delas correspondia à descrição da vítima.

Ou a idade ou a altura não batiam, e o restante eram todas mulheres, o que realmente colocou o caso em um beco sem saída. Olivia e sua equipe trabalharam sem parar por dois dias, verificando todos os casos de pessoas desaparecidas no país, mas ainda assim não encontraram nada.

Finalmente, Olivia sugeriu: "Se não conseguimos encontrar nada aqui, por que não olhamos para o momento em que ele foi morto?"

Sua ideia despertou uma realização, e William e os outros imediatamente entenderam.

"Certo, como não pensamos nisso antes?" William disse, batendo na própria testa.

O raciocínio rápido de Olivia era evidente. Henry observava a equipe ficar animada, seus olhos demorando um pouco mais nela.

Depois de três dias e noites de trabalho árduo, todos pareciam um desastre, com roupas amassadas e rostos cansados. No entanto, Olivia, apesar do cabelo bagunçado, ainda parecia deslumbrante, especialmente com seus lábios naturalmente vermelhos.

Percebendo que estava olhando para os lábios de Olivia, Henry rapidamente desviou o olhar, tossindo duas vezes. Felizmente, todos estavam ocupados demais para notar seu constrangimento, ou teria sido super embaraçoso.

William trouxe a lista que haviam verificado e mostrou a todos, apontando para a linha do tempo. "De acordo com a dedução de Olivia e do Sr. Phillips, o momento da morte deve ser por volta de quatro a cinco meses atrás. Estamos em novembro agora, então isso seria por volta de junho ou julho. Olhem, Terry Perez foi dado como desaparecido pela família em 17 de junho."

Olivia deu uma olhada e depois verificou as informações no computador, franzindo ligeiramente a testa.

"Mas Terry tem 1,68m, o que não corresponde às características físicas do falecido!" Olivia apontou.

"O momento da morte coincide com a data do desaparecimento dele. Acredito que há uma conexão aqui. Olivia, você não pode se basear apenas nos dados; tem que pensar!" Henry disse firmemente.

'Ele está me menosprezando?' Olivia pensou, sentindo-se frustrada. Henry era irritante como sempre.

Então Henry ordenou diretamente: "Encontrem o endereço da casa de Terry, e todos comecem a investigação! Olivia, você fica no departamento forense!"

Olivia não ficou feliz com a decisão dele.

"Não, eu preciso ir com vocês. A casa de Terry fica na Vila Whispering Pines, com 137 residências. Com uma tarefa tão grande, como posso ficar na estação e não ajudar?" Olivia argumentou.

"Isso é uma ordem, e você deve segui-la!" Henry insistiu.

Olivia estava prestes a perder a paciência. "Henry, você está sendo muito autoritário!"

Os olhos de Henry ficaram frios, e ele admitiu sem hesitação: "Eu sou autoritário, e daí? Olivia, você é uma membro da equipe, e eu sou o capitão. Obedecer às ordens é seu dever. Se não gosta, saia!"

Ele então se virou e foi embora, deixando Olivia tão irritada que ela queria chutá-lo.

William encolheu o pescoço, pensando que Olivia era realmente corajosa por ousar desafiar Henry.

"Olivia, na verdade, o Sr. Phillips está fazendo isso para o seu próprio bem. A Vila Whispering Pines fica nas montanhas, e é muito frio lá. Você não vai aguentar. Por que não fica e estuda o relatório da autópsia?" William sugeriu.

Olivia não era de desistir facilmente. Ela correu de volta para o dormitório, colocou o casaco fornecido pela logística, vestiu um gorro de lã e correu rapidamente para o portão. Vendo um carro ligando, ela abriu a porta do passageiro e sentou-se.

Para sua surpresa, era o carro de Henry. Não é à toa que ninguém estava no banco do passageiro; provavelmente ninguém ousava sentar ao lado dele.

Henry olhou para Olivia, que teve a audácia de sentar no carro dele. O casaco era grosso o suficiente, mas seu rosto já estava vermelho do vento frio. Será que ela tinha certeza de que não se arrependeria disso mais tarde, quando subissem a montanha?

"Sr. Phillips, ligue o carro. A menos que você me tranque aqui hoje, não tem como você me deixar para trás!" insistiu Olivia.

Henry nunca tinha visto uma mulher tão teimosa. Ele pensou: 'Estou dizendo para você não ir para o seu próprio bem. Tudo bem, se você não valoriza isso, vá em frente. Vamos ver quanto você vai se arrepender depois!'

Henry pensou por um momento e ligou o carro. Logo, estavam acelerando contra o vento e a neve.

No inverno, a Cidade Esmeralda via tempestades de neve frequentes, com neve quase toda semana. O Vilarejo dos Pinheiros Sussurrantes, situado na metade da montanha, ficava a 80 quilômetros do centro da Cidade Esmeralda. A viagem levava cerca de uma hora, e as estradas sinuosas da montanha tornavam a viagem difícil.

Olivia sentia como se seus órgãos internos fossem ser sacudidos para fora, mas ela cerrou os dentes e aguentou.

Quando saiu do carro, seu rosto estava pálido, mas ela não fez um som, o que fez Henry olhar para ela com um novo respeito.

Assim que saíram do carro, o vento e a neve bateram em seus rostos, fazendo Olivia encolher o pescoço de frio.

Henry olhou para ela algumas vezes, sem conseguir suportar, e entregou a ela o cachecol que estava em seu pescoço.

"Enrole isso em você. Aqui é mais frio do que na cidade!" disse Henry.

Olivia ficou surpresa com a gentileza inesperada. Vendo Henry sem casaco, apenas com um chapéu de couro e luvas, ela não pôde deixar de se perguntar se ele era feito de aço, aparentemente imune ao frio.

Não importava quais preconceitos ela tinha contra Henry antes, ela ainda colocou o cachecol.

Surpreendentemente, o cachecol não tinha nenhum cheiro estranho ou de suor, mas sim um aroma de sabão seco.

Olivia deu outra olhada furtiva em Henry. Parecia que ele era um homem limpo, o que era exatamente do seu agrado.

Depois de perceber o que estava pensando, Olivia ficou assustada e rapidamente balançou a cabeça. O que estava pensando? Aquele era Henry!

"Vamos começar a interrogar a família do Terry. Vocês verifiquem os vizinhos ao redor da casa do Terry. William e eu vamos para a casa do Terry!" instruiu Henry, ainda sem atribuir nenhuma tarefa a Olivia. Ela não ficou brava e simplesmente seguiu atrás de Henry.

Chegaram à casa do Terry e disseram à sua família que estavam ali pelo desaparecimento dele. A esposa de Terry, Wren Kelly, chorava tristemente, vestindo as roupas de algodão mais comuns vistas em áreas rurais.

Wren contou a Olivia que Terry tinha mais de um milhão de dólares em dívidas, ficando mais chateada conforme falava.

"Aquele desgraçado, quem sabe onde ele morreu. As crianças e eu estamos procurando por ele há meses, e ele não mandou nenhum dinheiro para casa. Ele está planejando nos deixar morrer de fome?" chorou Wren.

William começou a tomar notas, e Olivia perguntou diretamente quando perceberam pela primeira vez que Terry estava desaparecido e se havia algo incomum nos dias anteriores ao desaparecimento dele.

William deu uma olhada furtiva em Henry. Olivia estava claramente ignorando Henry para se vingar dele por tê-la deixado para trás mais cedo. Embora o rosto de Henry mostrasse desagrado, ele não estava exatamente zangado. William relaxou e se concentrou em tomar notas.

"Deixe-me pensar. Terry voltou da cidade no início de abril. Ele disse que estava difícil encontrar trabalho, então queria ficar em casa por um tempo. Depois, ele voltaria para a cidade para ver se conseguia ganhar algum dinheiro," lembrou Wren.

"Então ele estava ocioso em casa durante esse tempo?" perguntou Olivia.

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