Capítulo 1
Caroline Hamilton voltou para uma casa vazia.
Hoje era seu aniversário, e nem seu marido nem seus filhos pareciam se importar.
No silêncio, a vibração do seu celular parecia estrondosamente alta—uma mensagem do hospital. Ainda nada de Arthur Windsor. Nem uma única ligação.
Os lábios de Caroline se curvaram em um sorriso de auto-zombaria enquanto ela traçava distraidamente os calos nas mãos, adquiridos ao longo de anos de trabalho doméstico. Ela respondeu ao médico, concordando em pegar seu relatório de diagnóstico amanhã.
Fechando os olhos, a dor abdominal familiar voltou. Caroline sabia que os resultados não seriam bons.
Ela praticamente se arrastou escada acima quando a empregada Nina apareceu, surpresa e constrangimento cruzando seu rosto. "Sra. Windsor... você já voltou?"
"Onde estão Arthur e as crianças?"
"O Sr. Arthur Windsor... ele ainda não voltou do escritório. O Sr. Logan Windsor e a Srta. Windsor acabaram de jantar. Eles estão brincando lá em cima." Nina apressadamente pegou a bolsa de Caroline, esfregando nervosamente as mãos. "Você deve estar cansada da viagem. Deixe-me levá-la ao seu quarto para descansar."
"Não precisa. Vou ver as crianças."
Caroline foi até o quarto das crianças e empurrou a porta.
Os gêmeos de cinco anos, Layla e Logan Windsor, estavam sentados no carpete com roupas combinando, dobrando papel com suas mãozinhas rechonchudas, completamente alheios à presença de Caroline.
Layla tinha olhos grandes e bonitos—já mostrando sinais de se tornar uma beleza como Caroline. Logan era esperto, entendendo os diagramas de origami de relance—sua inteligência claramente herdada de Arthur.
Ela se agachou silenciosamente atrás deles e envolveu os dois em seus braços.
Layla e Logan se viraram, vendo-a, e chamaram em uníssono: "Mamãe!" Em seguida, voltaram imediatamente ao seu projeto.
Fazia tanto tempo desde que Caroline tinha visto seus filhos. Ela beijou o topo das cabecinhas ocupadas e perguntou suavemente: "Vocês dois passariam um tempo comigo amanhã? Faz tanto tempo que não brincamos juntos."
Com as crianças por perto, talvez ela encontrasse força para continuar.
"De jeito nenhum! A Srta. White vai receber alta amanhã, e prometemos visitá-la!" Layla afastou-se do abraço.
Logan acrescentou, "É! Estamos fazendo lírios para a Srta. White hoje. Papai disse que a Srta. White adora lírios."
Os olhos de Caroline se encheram de lágrimas enquanto ela congelava no lugar.
"Mamãe, olha, o meu não está bonito? Papai passou dias nos ensinando a fazer isso," disse Layla, sua voz doce cheia de alegria indisfarçada.
"O meu está melhor! A Srta. White vai gostar mais do meu!" Logan fez beicinho, resmungando competitivamente.
Seus filhos não dedicariam nem um dia para ela, mas passaram uma semana aprendendo origami para a alta hospitalar de Heidi White.
Caroline baixou silenciosamente os braços que estavam segurando as crianças.
Durante o nascimento deles, ela teve uma hemorragia severa, quase perdeu a vida para trazer os gêmeos ao mundo em segurança, deixando-a permanentemente enfraquecida. Os médicos disseram que, se não fosse pelas complicações daquele parto difícil, sua saúde não estaria tão ruim agora.
A ironia não passou despercebida por Caroline.
Ela se levantou, seu rosto pálido, seu corpo balançando ligeiramente. Sem dizer mais nada, ela saiu do quarto.
"Sra. Windsor, seu quarto está pronto," Nina a seguiu até a sala de estar. "O Sr. Windsor disse que não virá para casa esta noite. Ele pediu que você fosse dormir cedo."
Caroline fez um gesto para Nina ficar em silêncio. Ainda esperançosa, ela pegou o celular e ligou para o número fixado no topo de seus contatos.
O telefone tocou por um tempo que pareceu uma eternidade, quase indo para a caixa postal antes de alguém finalmente atender.
"O que é?" A voz de Arthur era fria e profunda, naturalmente magnética quando ele falava suavemente, mas Caroline podia ouvir a impaciência por trás.
"Você tem tempo amanhã?"
Do outro lado, ficou em silêncio por um longo momento antes de ele finalmente responder com poucas palavras, "Coisas do trabalho."
A resposta esperada. Caroline sentiu como se toda sua força tivesse sido drenada em um instante.
"Arthur, quem é?" A voz de Heidi veio.
Então o som ficou abafado, como se Arthur tivesse coberto o telefone para dizer algo a quem quer que estivesse com ele.
Os dedos de Caroline ficaram gelados enquanto ela segurava o telefone. Ele não tinha dito que tinha coisas de trabalho? Como ele poderia...
Ela soltou uma risada amarga, sentindo-se estúpida e ridícula. Heidi receberia alta amanhã. Claro que Arthur não perderia isso.
"Se precisar de algo, ligue para minha assistente," Arthur disse friamente antes de desligar.
Caroline apertou o telefone, seu coração doendo. Ela havia se casado com a família Windsor há sete anos baseada em seu amor unilateral, mas ainda não tinha conseguido derreter aquele iceberg de homem.
Ela já tinha sido um prodígio da medicina, a protegida estrela do reitor da Universidade Celestial, representando seu país em conferências científicas prestigiadas.
No auge de sua carreira, ela escolheu se casar com Arthur, abandonando suas aspirações acadêmicas para se tornar dona de casa e essencialmente uma babá para seus dois filhos.
Ela deu tudo de si, gerenciando todos os aspectos dos assuntos da família—desde organizar festas de gala até lidar com as finanças, nunca deixando escapar um detalhe.
Pelo bem da reputação da família Windsor, Caroline—que antes só sabia como conduzir experimentos e escrever relatórios—aprendeu a navegar pelas complexas políticas sociais.
Aquelas mãos que antes operavam instrumentos de precisão não conseguiam mais lidar com experimentos delicados depois de um acidente em que salvou a vida de Arthur. Agora, tudo o que fazia era dar banho nas crianças, preparar refeições e cuidar das tarefas domésticas.
Ela sacrificou tudo para se tornar uma esposa em tempo integral, gerenciando os negócios da família. E sua recompensa? Um marido que passava tempo com outra mulher enquanto ela estava doente.
Caroline de repente sentiu que sua vida inteira era uma completa piada.
Uma dor aguda e retorcida surgiu em seu abdômen. Ela rapidamente cobriu a boca e correu para o banheiro principal, apenas para vomitar uma pequena quantidade de fluido ácido com traços de sangue.
No dia seguinte, Caroline pegou um táxi sozinha para o hospital.
O diagnóstico dizia: câncer de ovário em estágio avançado.
Embora ela já esperasse esse resultado, as palavras ainda a cortaram profundamente.
Antes de entrar no táxi para ir embora, ela avistou figuras familiares no corredor.
Heidi, vestida com um simples vestido branco, apareceu com o marido que Caroline conhecia tão bem.
Nos braços de Heidi estava um buquê de lírios de papel cuidadosamente feitos à mão pelos gêmeos que Caroline quase morreu para trazer ao mundo—os mesmos gêmeos que passaram o dia anterior inteiro trabalhando em suas flores de papel.
Arthur pegou o prontuário médico de uma enfermeira, assinando os papéis de alta de Heidi. Então os dois caminharam em direção à saída do hospital, cada um segurando a mão de uma criança perfeitamente adorável, rindo e conversando enquanto iam.
Um homem bonito, uma mulher linda e duas crianças fofas—a família perfeita que atraía olhares admirados de todos por quem passavam.
Caroline sentiu seu sangue se transformar em gelo.
Claro, eles tinham dito que viriam buscar Heidi hoje. Arthur não perderia isso por nada. "Coisas de trabalho" sempre foi sua desculpa preferida. O casamento deles tinha sido uma farsa desde o início.
Se não fosse pelo avô de Arthur forçando a questão, Arthur nunca teria se casado com ela.
No passado, Caroline poderia ter confrontado eles. Mas agora? Seu coração já tinha sido partido muitas vezes. Ela não sentia nada além de entorpecimento.
"Vamos," ela disse ao motorista.
Depois de dar um endereço ao motorista, Caroline se virou para longe do quarteto enquanto o táxi se misturava ao tráfego.
Desta vez, Caroline não hesitou. Ela abriu sua lista de contatos para seu amigo advogado e digitou com dedos frios e finos: [Decidi. Envie-me o acordo de divórcio que discutimos.]
Sete anos tinham sido suficientes. Era hora de acordar. Ela nunca tinha vivido realmente para si mesma. Agora, com o tempo limitado que restava, queria viver para si mesma pelo menos uma vez.
Na entrada da mansão, ela pediu ao motorista para esperar do lado de fora. Colocou o acordo de divórcio impresso em um envelope, junto com seu diagnóstico de câncer, e deixou na mesa de Arthur.
Então, pegou a mala que havia arrumado no dia anterior e saiu, sozinha, da mesma forma que chegou.
Caroline deu um novo endereço ao motorista.
O motorista pressionou o acelerador, e o carro deslizou para fora da propriedade e entrou na rodovia.






























































































