Capítulo 6

"Vocês estavam todos lá em cima?"

Charles terminou a última mordida de sua refeição e então olhou para as três pessoas.

Gerald assentiu silenciosamente, depois disse: "Além do quarto do paciente e dos nossos quartos, não há outros cômodos escondidos no segundo andar."

"Além disso, o quarto do paciente ocupa todo o lado esquerdo, e nossos quartos ficam todos do outro lado."

Charles roeu as unhas, pensando por um momento.

"Há mais alguma pista?"

Gerald olhou para a escada, fez uma pausa e disse: "Há algo."

"Sempre há um cheiro estranho lá em cima," Emily interrompeu Gerald, "mas não consigo identificar o que é. Só sei que te deixa inquieto."

"Todos os quartos têm esse cheiro?" Charles perguntou.

"Eu diria que o segundo andar inteiro tem."

Madeline, que estava observando os arredores, de repente falou: "Há outra coisa estranha. Cada quarto tem seu próprio banheiro, como em uma prisão."

Gerald zombou: "Como você sabe como é o layout de uma prisão? Já esteve presa? E o que há de tão estranho nisso?"

"Gerald, você nunca assistiu TV? Não sabe como é o layout de uma prisão? Precisa ter estado preso para saber?" Madeline se levantou, irritada.

"Não, isso é realmente estranho." Charles também se levantou, impedindo os dois de discutirem.

"O prédio inteiro só tem a dona da casa, o dono da casa e as crianças. E como todos viram, havia muitas crianças agora há pouco, elas devem morar todas no terceiro andar. Logicamente, os outros quartos não deveriam ter cada um seu próprio banheiro."

Emily continuou de onde Charles parou: "Talvez a dona da casa seja muito hospitaleira, mesmo sendo um lugar tão remoto..."

A voz de Emily foi diminuindo, como se nem ela mesma conseguisse se convencer com as razões que estava dando.

Todos caíram em um silêncio estranho novamente quando a conversa terminou.

Nesse momento, o som de vidro quebrando veio de cima, seguido por um grito agudo de Rachel.

O grito chamou a atenção de todos, que se levantaram e olharam para a escada.

"O que aconteceu?"

"Devemos verificar?"

"Vamos! Juntos!"

Todos se aglomeraram e rapidamente subiram para o segundo andar.

Assim que chegaram ao segundo andar, Charles rapidamente notou o cheiro estranho, um odor esquisito de proteína em decomposição.

Mas não havia tempo para pensar nisso, eles já haviam arrombado a porta do quarto do paciente.

O quarto estava escuro, com apenas a luz vermelha da lua brilhando.

A barriga inchada do homem subia e descia com sua respiração pesada, e o monitor cardíaco estava apitando.

Comida estava espalhada pelo chão, e Rachel estava encolhida em um canto, murmurando incompreensivelmente.

Piper rapidamente avançou, segurando a mão de Rachel e confortando-a.

"O que aconteceu aqui?" Charles se aproximou, agachando-se para perguntar.

Rachel não levantou a cabeça, apenas apontou tremulamente a mão direto para o homem na cama. "Ele... ele falou comigo."

Todos olharam para o homem na cama, que parecia um vegetal, apenas respirando. O grande quarto estava silencioso, exceto pela sua respiração pesada e o apito do monitor cardíaco.

Gerald, de braços cruzados, disse: "Srta. Taylor, não há necessidade de fazer tanto alarde. Vegetais não estão mortos, eles podem falar dormindo."

"Não! Não era sonambulismo!" Rachel levantou a cabeça, a voz tremendo com lágrimas, claramente aterrorizada.

Charles olhou para o paciente por um momento, depois se virou para ajudar Piper a levantar Rachel.

"Vamos descer para descansar."

"Jeffrey, vamos limpar o quarto," Charles disse a Jeffrey, que estava encostado na parede observando a situação.

Jeffrey pegou o esfregão que estava no canto, resmungando enquanto limpava: "Por que eu tenho que limpar? Foi ela que fez a bagunça."

Só de olhar para Jeffrey, dava para ver que ele não era alguém para se meter, mas ele obedecia a Charles.

Essa combinação era bastante dramática.

Mas, dado o clima atual, todos estavam ocupados demais para se importar com essas coisas, só queriam saber o que o paciente havia dito para Rachel.

Depois de limpar o quarto, Charles caminhou silenciosamente até a beira da cama, inclinando-se ligeiramente para olhar o rosto do homem.

O homem ainda parecia um vegetal, apenas respirando pesado, sem mostrar sinais de falar.

Mesmo com suas feições comprimidas pela obesidade, Charles se perguntava se ele sequer poderia abrir a boca.

No final, Charles deixou o quarto seguindo Jeffrey.

Mas o que ele não sabia era que, no momento em que fechou a porta, o homem na cama torceu o pescoço rígido e lentamente abriu os olhos.

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