Capítulo 8
Quando toda a casa voltou à escuridão, Charles e Jeffrey soltaram um suspiro pesado.
Todos tinham acabado de redistribuir os quartos.
No segundo andar, Piper, Emily e Madeline se apertaram no quarto mais distante das escadas, do lado da parede.
Gerald ficou no meio, em frente ao quarto do paciente.
O quarto de Rachel era o mais distante do paciente, mais próximo das escadas, mas bem ao lado do de Gerald, caso houvesse mais incidentes.
Charles e Jeffrey ficaram no primeiro andar, em uma suíte com uma porta interna.
Depois que todos entraram em seus quartos, apenas Rachel ficou parada, atordoada, nas escadas, olhando para cima.
Ela não sabia se deveria voltar para aquele lugar assustador.
Nesse momento, todos já tinham voltado para seus quartos.
A luz fraca do corredor alongava sua sombra.
Rachel se assustou com um vento frio que surgiu do nada e espirrou violentamente.
Ela olhou pela janela; o vento ainda estava forte, e os galhos lá fora balançavam descontroladamente, como uma aranha se lançando sobre ela com suas patas dianteiras!
Rachel não ousou ficar mais tempo. Cobriu a boca e correu rapidamente para o andar de cima, batendo a porta com força.
A casa voltou ao silêncio.
Dentro do quarto, Charles tinha acabado de tomar banho. Ele estava sem camisa, procurando algo para se defender.
Jeffrey não conseguia dormir e decidiu conversar com Charles, mas viu o corpo nu de Charles.
Os músculos das costas dele se destacavam, e uma cicatriz longa e profunda ia da omoplata direita até a cintura.
"Charles, você..."
Charles não gostou da presença não convidada de Jeffrey.
Ele franziu a testa e rapidamente vestiu uma regata.
"O que você está fazendo acordado no meio da noite?"
"A cicatriz nas suas costas," Jeffrey apontou, "não é uma ferida comum."
"Isso é da sua conta? Não somos próximos o suficiente para compartilhar segredos, somos?" Charles disse friamente, depois reconsiderou. "Jeffrey, você precisava de algo?"
Vendo Charles tão na defensiva, Jeffrey deu de ombros. "Não consegui dormir, então vim conversar."
Charles assentiu, sinalizando para ele continuar.
Jeffrey prosseguiu, "Esta casa está desocupada há pelo menos três anos."
Charles ficou surpreso, lembrando da conversa inacabada de mais cedo.
"Mas essa comunidade claramente tinha gente morando aqui antes, e a fonte ainda está funcionando. Devia ser movimentada."
Jeffrey disse, "Como guarda florestal, eu sei um pouco sobre casas e insetos."
"Esta casa, só pela varanda, não é diferente das cabanas abandonadas na floresta. Sem mencionar que encontrei muitos ovos de insetos no solo do jardim."
"Mesmo que a senhora tenha dito que os vizinhos se mudaram recentemente, vimos pelas janelas que as casas estavam cheias de poeira e teias de aranha, o que não acontece em apenas alguns meses."
Charles coçou o queixo, andando até a janela.
Se a teoria de Jeffrey estivesse certa, esta deveria ser uma área abandonada. Então por que a "senhora" e sua família escolheram morar aqui?
E por que, apesar da família grande, não havia sinais de habitação?
Poderia ser uma família temporária, seguindo um roteiro?
Não, ele se lembrou das palavras do homem de elite: só há perigo aqui, nenhum roteiro.
De repente, pelo canto do olho, Charles viu algo se movendo na fresta da janela, como uma massa de cabelo.
"Jeffrey, vem aqui."
Charles chamou Jeffrey, apontando para a massa escura.
"Aranhas! Droga, tantas!"
O rosto de Jeffrey escureceu enquanto ele usava a cortina para espantar as aranhas.
"Você está certo, uma casa habitada normalmente não teria tantas aranhas."
Enquanto olhavam para as aranhas, um cheiro estranho subiu do segundo andar.
"Você está sentindo isso?" Charles perguntou.
Jeffrey assentiu, olhando para o teto.
Ele finalmente viu um líquido escorrendo pelas juntas do assoalho acima da cama, marrom escuro e com um cheiro horrível.
"Que merda é essa?" Jeffrey disse, arrastando a cama de Charles para longe da mancha.
Charles ficou parado, lembrando da nota fina.
"Jeffrey, escuta."
"Hoje à noite, não durma e não acenda as luzes. Não importa o que aconteça lá fora, fique na cama."
Jeffrey parou, interrompendo suas ações.
Vendo a expressão séria de Charles, ele engoliu suas perguntas.
"Ok."
Ele sabia que Charles não gostava de suspeitas infundadas.
Jeffrey voltou para o seu quarto, abriu a porta interna para conectar os quartos, depois rapidamente apagou a luz e se deitou.
A escuridão caiu novamente, e o vento lá fora uivava ferozmente.
A mente de Jeffrey estava inquieta. Ele queria verificar Charles, mas lembrou-se das palavras dele e suspirou pesadamente.
Logo o sono o dominou. Mesmo enquanto beliscava o braço, seus olhos não conseguiam ficar abertos.
Finalmente, ele não conseguiu mais resistir.
































































































































































































































