Isabela

Sete anos atrás

"Isa é má," disse uma menina da escola.

"Ela é ruim," concordou outra.

"Ela é suja," acusou o garoto que eu amava.

"Uma vadia," acrescentou a irmã dele.

Termino de misturar a tinta, percebendo como a cor vermelha intensa é idêntica ao sangue que mancha meu vestido de renda branco. Enquanto aplico a tinta no meu cabelo loiro escuro, os gritos distantes da minha mãe mostram que começou. Estou matando meu antigo eu para que outro possa nascer.

Eu me envolvo em uma casca vermelha.

Eu levanto meus escudos.

Eu me torno uma muralha.

E ninguém jamais vai me tocar para me machucar de novo!

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