Você está se casando com meu ex?

Capítulo 1: Você Vai Se Casar com Meu Ex?

“Eu vou me casar!”

Eu pisquei. “Hã? Você estava namorando?”

“Claro que estava, bobinha. Você sabe que eu adoro estar apaixonada.” Minha irmã, Chloe, riu.

Ela estava radiante. Esse foi o primeiro sinal de alerta.

“É com aquele cara chamado Zane com um G mudo? Aquele que você conheceu no retiro de ioga de três meses em LA?”

“Eca, não. Zane era um idiota.” Ela retrucou.

“Hum, parabéns, eu acho… mas quem é o sortudo?” Azarado, se eu pudesse ser honesta.

Chloe estendeu um envelope verde e creme com caligrafia prateada.

Peguei o convite de casamento e o abri, já sentindo um pressentimento ruim.

“Você está cordialmente convidado para o casamento de Chloe Hart e Dean Archer.”

Meu coração não apenas afundou, ele caiu livremente pelo meu estômago e saiu direto do meu corpo.

“Dean Archer,” eu disse devagar. “Meu Dean?”

Chloe rapidamente arrancou o convite de casamento dos meus dedos trêmulos. “MEU Dean,” Chloe cantou. “Não é louco? Tudo simplesmente… encaixou. Ele voltou para New Hope no último Natal, nos reconectamos e—boom. Instantâneo.”

Eu olhei para minha irmã como se ela estivesse falando em línguas.

Dean Archer era meu ex da faculdade. Aquele que me deixou sem uma explicação real. Terminou comigo por mensagem de texto no meu aniversário.

O ex que eu nunca superei.

Aquele que sabia apertar todos os botões certos e desapareceu justo quando eu começava a acreditar nele.

“Você vai se casar com meu ex?”

Chloe revirou os olhos. “Seu ex? Isso foi mesmo um relacionamento? Aquele caso antigo? Ah, qual é, mana.”

Minha boca ficou seca.

Chloe se levantou do sofá e deu um passo à frente como se fosse me cumprimentar, mas parou abruptamente, seu nariz se enrugou em um horror delicado.

“Ah. Não, não acho que posso te abraçar. Você tem tinta nas mãos e eu acabei de mandar limpar esse suéter a seco.”

Ela usava um suéter de tricô rosa pastel sobre uma blusa de cetim branca, combinada com calças de linho creme e sapatilhas que nunca tinham visto um arranhão. Seu cabelo loiro estava preso em um coque baixo perfeito. Cada parte dela exalava graça sem esforço.

Eu, em contraste, estava na porta com uma camisa amassada, uma saia de carvão que mal cobria minhas coxas, um salto pendurado por um fio e tinta preta manchada em três dedos.

Eu a olhei, atônita em silêncio.

Chloe tomou um gole de seu vinho. “Você está bem? Está meio pálida. É a vertigem de novo? Talvez seja melhor pular o brinde com champanhe no casamento. Eu odiaria que você desmaiasse durante os votos. Isso seria embaraçoso, Sav. De qualquer forma, você vai ser minha dama de honra. Dedos cruzados para você pegar o buquê. Meu noivo tem amigos bonitos que você poderia impressionar.”

Eu a encarei.

“Eu saí do escritório com pressa, quebrei meu maldito salto, passei por três sinais vermelhos, briguei com motoristas bêbados e quase bati meu Audi, só para chegar em casa para você, Chloe. Você disse que era uma emergência!”

Ela parou no meio do gole.

“Ah… desculpa, eu não fazia ideia. Achei que você estava atrasada porque se distraiu com uma vitrine da Zara de novo.” Ela riu.

“Não.”

“Bem, se tivesse se distraído, seria útil agora porque você sabe que sou bem exigente com cores, tons e tecidos.” Ela continuou falando.

Era minha vez de revirar os olhos, "Deixa eu ouvir."

"É verde. Mas não aquele básico... é um pouco mais intenso." Ela descreve.

"Você quer dizer verde esmeralda?" Perguntei secamente.

"Não é só verde esmeralda, tá? Deus, eu pareço alguém que usa algo de prateleira? Não. É mais como... se a inveja e a realeza tivessem um filho escandaloso. Pense numa floresta densa cintilando com julgamento silencioso. Rico. Real. Mas também com aquele toque de 'não-me-toque'. Nem turquesa. Nem musgo. Nem jade. E absolutamente não aquele verde insosso de shopping que você encontra nas liquidações onde você compra seu look do dia. Esse tom diz, 'Sim, eu cheguei, e não, não me importo que você esteja olhando'."

Minha boca ficou aberta.

"Isso é esmeralda, Chlo." Argumentei.

"Não, não é. Aquilo é básico. Para o tecido? Seda. Seda rica. Você pode pagar isso, Sav? Você vai ser minha dama de honra, tem que estar apresentável o suficiente para fazer jus ao papel. Não traga suas pechinchas do Walmart para o meu evento."

Algo estalou dentro de mim.

Se é assim que você quer jogar, então vamos jogar, maninha.

"Posso levar um acompanhante?"

Ela olhou para cima do celular. "Você não tem um relacionamento decente há anos. Quem você poderia estar trazendo?"

Levantei o queixo. "Na verdade, tenho uma grande novidade para compartilhar também... queria manter em segredo, mas agora? Nem tanto."

"Você foi promovida no trabalho?"

"Estou noiva."

Chloe engasgou com seu gole. "Você?"

Sorri, "Sim, também vou me casar."

Chloe fez uma cara como se o vinho tivesse ficado amargo de repente. "Isso é enorme. E quem é o corajoso?"

"Roman Blackwood. Você sabe, meu melhor amigo. Ele trabalha em finanças." Menti sem piscar.

As sobrancelhas de Chloe se ergueram. "Roman? Aquele que sempre te manda mensagens durante os jantares de família e manda charutos para o papai no Natal? Aquele Roman?"

Forcei um sorriso. "O próprio. Mantivemos em segredo. Não queríamos roubar o brilho de ninguém."

Chloe piscou. "Hmm. Quero dizer... bom para você. Não achei que você fosse do tipo que se relaciona, mas aqui estamos. Deve ser algo no ar."

"Deve ser."

Virei-me para a cozinha para pegar um copo de água, meus dedos tremendo o suficiente para fazer o copo tilintar na torneira.

"Mas, uh, vamos não contar para a família ainda. Ainda estamos acertando o timing. Você sabe que o Roman está sempre ocupado e só pode tirar duas férias em doze meses e eu estou sempre ocupada marcando reuniões e controlando agendas. Não queremos nos sobrecarregar com todo o processo. Você entende, né?"

Chloe se levantou e pegou sua bolsa, aquele mesmo sorriso sereno no rosto enquanto se dirigia para a porta.

"Claro," ela disse com uma voz doce como um cubo de açúcar derretendo no chá. "Eu entendi. Te amo, mana."

E então ela se foi. Deixando para trás seu perfume... e o caos.

Imediatamente, meu telefone começou a vibrar na minha bolsa. Depois de vasculhar por minutos, finalmente o encontrei e quase o deixei cair instantaneamente com um grito.

Chloe tinha aberto a boca grande e contado literalmente para todo mundo do nosso pool genético que eu estava me casando.

O grupo de família no WhatsApp estava pegando fogo. Mamãe, papai, nossa irmã mais velha, Alyssa, tia Janice, tia Thelma, tio Jace... Literalmente todo mundo que me viu de fraldas!

Merda!

Tenho que avisar o Roman.

Próximo Capítulo