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POV do Alpha Nathan.

Quase gaguejei, minha garganta seca como se as palavras fossem pesadas demais para serem ditas. "Eu... eu tenho uma Luna. Encontrei minha companheira há três anos, quando completei dezoito." Minha voz falhou na palavra companheira, como se pronunciá-la na frente de Isabella traísse algo dentro de mim.

Os olhos desiguais dela não vacilaram. Ela se sentou mais ereta, embora sua voz fosse suave, quase frágil. "Ok," ela disse em um sussurro, "mas tenho certeza de que somos companheiros também. Eu sinto isso. Não consigo explicar, mas sei que é real." Ela puxou as pernas para mais perto de si, abraçando os joelhos como se precisasse de conforto, mas seus olhos nunca deixaram os meus.

Passei a mão pelo cabelo, andando de um lado para o outro como um homem pego em uma tempestade. Meu peito parecia pequeno demais para o peso que pressionava dentro de mim. "Por que me sinto assim?" murmurei. "Por que eu te quero tanto? Isso não sou eu. Isso não é quem eu sou."

Foi quando meu lobo falou de dentro de mim, sua voz retumbando como trovão. Ela é nossa companheira.

Eu congelei. Meus olhos se arregalaram. "O quê? Isso é impossível," eu sussurrei, respondendo em voz alta sem pensar. "Eu já tenho uma Luna. Pelo amor de Deus, como isso pode ser?"

Mas o lobo não discutiu. Ele apenas repetiu a verdade como um martelo no meu peito. Ela é nossa companheira.

Fiquei ali tremendo, tentando resistir à atração que me puxava para ela. Cada parte de mim queria diminuir a distância, reivindicá-la, enterrar meu rosto em seu pescoço e respirar seu cheiro até que nada mais existisse. Meu lobo uivava, me instigando a ceder. Era uma tortura.

Eu cerrei os punhos, me forçando a ficar parado. Nunca trai minha Luna. Nunca. Nem uma vez. Nunca sequer pensei em outra mulher, até essa garota quebrada entrar na minha vida. E agora? Agora tudo que eu conseguia pensar era em Isabella.

Seus olhos se estreitaram, e ela me encarou com uma súbita explosão de fúria. "Então volte para sua Luna," ela disse amargamente, sua voz quebrando sob o peso de sua raiva e tristeza.

Ela se virou de mim, girando o corpo de modo que suas costas ficassem voltadas para mim. Ela se encolheu na cama, se abraçando apertado, como se estivesse protegendo seu coração de mim. Cada parte de mim gritava para deixá-la em paz, mas eu não conseguia. Minha mão se moveu sozinha, acariciando sua perna lisa, traçando o calor de sua pele até seu quadril.

"Não me ignore," eu sussurrei, minha voz baixa e desesperada. "Eu não posso ir embora. Não agora."

Ela se contorceu sob meu toque, sua voz tremendo. "Nathan... o que você está fazendo? Você disse que tinha uma Luna. Você disse que já tinha uma companheira. Por que está me tocando assim? Por que está me olhando como se eu fosse sua?"

Abaixei minha cabeça ao lado da dela, meu hálito quente contra seu ouvido. Meu lobo rosnava dentro de mim, inquieto, exigente. "Porque eu não entendo o que está acontecendo comigo," admiti, minhas palavras saindo como uma confissão. "Não sei se a Deusa da Lua está pregando peças, ou se o destino é cruel. Mas tudo que sei agora—tudo de que tenho certeza—é que eu te quero. Aqui. Agora. Mais do que já quis qualquer coisa na minha vida."

Ela prendeu a respiração. Lentamente, virou o rosto para mim, seus lábios tremendo como se não soubesse se deveria falar ou se inclinar para minha proximidade. "Você quer dizer isso? Ou eu sou apenas... uma distração da sua Luna?"

Eu ergui as mãos, segurando seu rosto, meu polegar limpando a lágrima que ameaçava escorrer por sua bochecha. "Você não é uma distração," eu disse firmemente. "Você é uma tempestade. Você é o fogo que não consigo apagar. Você é a única coisa que faz meu lobo perder o controle. E eu nunca—nunca—senti isso antes. Nem mesmo com ela."

Seus lábios se entreabriram, e suas bochechas ficaram vermelhas enquanto o calor aumentava entre nós. Ela sussurrou tão suavemente que quase não ouvi. "Então me aceite. Mesmo que seja só por agora. Mesmo que você ainda não entenda. Apenas me aceite."

Hesitei, dividido ao meio. "Isabella, eu não quero mentir para você. Não sei se somos realmente companheiros ou se esse vínculo é algo completamente diferente. Mas se você me deixar ficar ao seu lado esta noite, juro que vou te proteger, vou lutar por você, vou te dar tudo o que eu puder."

Ela sorriu nervosa, acenando timidamente com a cabeça. "Sim. Eu te aceito. Mesmo que seja só por esta noite... eu te aceito."

O peso das suas palavras me atingiu como um soco e uma bênção ao mesmo tempo. Meu peito apertou, meu lobo rugiu de triunfo, e pela primeira vez em anos, eu me senti vivo.

Inclinei-me sobre ela, pressionando minha testa contra a dela, nossas respirações se misturando. "Eu não sei o que está acontecendo comigo," sussurrei. "Não sei se a Deusa da Lua cometeu um erro, ou se ela me deu dois companheiros. Mas tudo o que sei é... não consigo ficar longe de você. Você entende isso?"

Seus braços subiram lentamente, envolvendo meu pescoço. Ela me puxou para mais perto, sua voz tremendo mas firme o suficiente para me quebrar. "Eu sinto o mesmo. Não me importo se não faz sentido. Não me importo se o mundo diz que é errado. Eu sei o que eu sinto, e sei que você sente também."

Fechei os olhos, deixando suas palavras penetrarem em mim como uma droga. Pressionei beijos suaves e desesperados ao longo de sua têmpora, sua bochecha, o canto de seus lábios, nunca ousando ir além. Cada beijo era uma promessa que eu não sabia como cumprir. "Eu preciso de mais," rosnou suavemente. "Eu quero mais de você, Isabella. Mas não quero te machucar. Não quero te arruinar."

Suas unhas roçaram levemente minhas costas e, em vez de me afastar, ela me puxou para mais perto. "Então não se contenha. Por favor, Nathan. Não se contenha comigo."

Meu lobo rugiu novamente, arranhando meu peito, me instigando a reivindicá-la. Meu coração batia como trovão, minha mente girando. Lembrei-me do dia em que conheci minha Luna. Ela tinha um cheiro doce, era gentil, mas nada dentro de mim queimou como isso. Nada jamais me incendiou como Isabella fazia.

Seria possível? Eu poderia ter dois companheiros? Ou a Deusa da Lua havia cometido um erro naquela época, e Isabella era a quem eu deveria ter sido destinado desde o início?

Tracei meus lábios ao longo de sua mandíbula, sussurrando entre os beijos. "Diga-me, Isabella. Você realmente acredita que somos companheiros? Ou somos apenas duas almas quebradas que se encontraram por acaso?"

Seus olhos se fixaram nos meus, ardendo com certeza. "Eu sou sua companheira, Alpha. Tenho certeza disso. Meu lobo está gritando isso. Meu coração está gritando isso. E se você negar, estará negando a si mesmo também."

A convicção em sua voz me abalou até o âmago.

Afastei-me, ficando junto à janela, tentando respirar. Minha voz saiu afiada, mais dura do que eu pretendia. "Não. Você não pode ser. Eu tenho uma Luna. E nunca vou partir o coração dela. Não por você. Não por ninguém."

Meu peito doeu mesmo enquanto as palavras saíam de mim. Elas tinham gosto de mentiras, embora fossem a verdade pela qual eu vivi durante anos.

Ela ficou em silêncio por um longo momento, então se levantou silenciosamente e envolveu seus braços ao meu redor por trás. Sua voz era suave, mas inabalável. "Tudo bem. Mesmo que eu esteja na sua vida por pouco tempo, eu aceito. Não me importo. Contanto que eu possa estar ao seu lado, mesmo que por um curto período, eu aceito."

Suas palavras quebraram algo dentro de mim. Alívio, dor, desejo—tudo misturado. Girei e a pressionei contra a parede, meus olhos examinando cada centímetro de seu rosto. "Certo. Três noites," sussurrei, minha voz baixa e perigosa. "Vou ficar aqui por três noites. E durante essas noites... veremos se o destino estava mentindo para nós."

Ela sorriu levemente, embora eu pudesse ver a tristeza enterrada em seus olhos. Ela estava fazendo isso por mim, não por ela mesma. Mas o vínculo entre nós já pulsava como fogo em minhas veias.

E por mais que eu quisesse negar, eu sabia a verdade. Essas três noites com ela mudariam tudo.

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