Capítulo 5- Ariana arrogante

Você só pode estar brincando comigo.

Eu acabei de ouvir a arrogante e insuportável Ariana Miller dizer que ela é a nova CEO?

Ela vai começar a rir a qualquer momento agora, certo? Talvez ela diga que a mãe dela está chegando?

Mas ela não era do tipo que brincava.

A sala caiu em um silêncio atordoado, todos congelados em descrença. E então—quase como uma reação retardada—eles se recuperaram, levantando-se apressadamente como se ela tivesse acabado de se anunciar como rainha, e não CEO. Eu já estava de pé, mas vê-los se apressar para mostrar respeito a ela fez meu estômago revirar.

Ariana ficou ali, orgulhosa, composta, e cada vez mais a tirana que eu imaginava que ela seria. Ela tinha o tipo de confiança que não se aprende—é herdada, passada adiante como o império que ela estava prestes a governar. E ela sabia disso.

Então, a porta se abriu novamente, e um alívio tomou conta de mim.

Isso era uma piada. Tinha que ser.

O Sr. Miller entrou. Seus olhos azuis penetrantes—olhos que comandaram esta empresa por anos—caíram sobre sua neta. E então, como se estivesse lançando uma bomba sem aviso, ele disse,

"Tenho certeza de que vocês já conheceram minha neta. Ela será a CEO a partir de agora."

Um peso afundou em meu peito.

Não. Não. Não.

Isso não poderia estar acontecendo.

Eu não conhecia Ariana bem—além do fato de que eu a odiava. Ela era fria, implacável, e perigosa de uma maneira que fazia as pessoas saírem do caminho quando ela entrava em uma sala. E eu—Hardin Smith—tinha acabado de assinar um contrato me vinculando como assistente pessoal dela.

E a pior parte?

Eu pensei que estava me inscrevendo para trabalhar para a mãe dela.

Eu podia sentir meu pulso martelando enquanto a realização afundava. O Sr. Miller me enganou. Ele me fez assinar aquele maldito contrato, sabendo muito bem que eu estaria trabalhando sob o pesadelo que era sua neta.

Isso era insano.

Ela não era o tipo de mulher com quem você queria cruzar. Ela te destruiria.

E eu não tinha como escapar.

Me forcei a manter minha expressão neutra, mas meus punhos se fecharam tão apertados que senti minhas unhas cravarem nas palmas das mãos.

Os olhos azuis gélidos de Ariana varreram a sala, demorando-se em cada pessoa como se estivesse medindo seu valor.

Ela tinha aquele mesmo olhar no rosto—aquele que sempre fazia meu sangue ferver. O que dizia você está abaixo de mim.

A única mulher loira que eu não suportava.

Eu me lembrei da última vez que nos encontramos. Ela me olhou como se esperasse que eu lambesse o chão que ela pisava. E agora? Eu estava preso trabalhando sob ela.

Que inferno.

"Sentem-se, todos."

Sua voz era suave, autoritária, completamente inabalável. E como marionetes em cordas, todos obedeceram instantaneamente.

Ela se sentou bem ao meu lado, deixando a cadeira principal para o Sr. Miller. Porque, claro, ele sempre seria o chefe, mesmo se estivesse se afastando.

"Estou contando com todos vocês para trabalhar com minha neta assim como trabalharam comigo," disse o Sr. Miller. "Apoiem-na, assim como me apoiaram. Quero que tudo corra bem. Agora, vão em frente e se apresentem."

E por sorte minha—eu tinha que ser o primeiro.

Engoli a irritação queimando na parte de trás da minha garganta, forçando minha voz a permanecer firme.

"Sou Hardin Smith. Seu assistente."

As palavras soaram como uma sentença de morte.

Todos os outros se apresentaram, mas eu mal ouvi uma palavra. Meus pensamentos estavam altos demais, gritando para mim que eu tinha acabado de assinar minha liberdade.

"Bem, já que me apresentei a todos os chefes de departamento, vou tentar me instalar," disse Ariana, levantando-se. "Espero que possamos trabalhar bem juntos."

Mentiras.

Ela não tinha esperanças. Ela tinha expectativas.

Todos nós ficamos de pé enquanto ela entrelaçava o braço no do avô e saía, deixando o restante de nós na sala para finalmente respirar.

Mas eu não conseguia.

Porque meu pesadelo estava apenas começando.


Eu os segui para fora da sala de reuniões, meu pulso retumbando nos ouvidos. Entramos no elevador, a tensão entre nós tão espessa que poderia me sufocar.

E então, do nada—

"Foi uma decisão de última hora."

A voz do Sr. Miller cortou o silêncio. Pisquei, sem saber se ele estava falando comigo ou com a Ariana.

"Eu sei que você deve estar surpreso, Hardin," ele continuou. "Você esperava que minha filha assumisse."

Nem me fale.

Fiquei em silêncio.

"Pensei sobre isso, e não consegui imaginar uma pessoa melhor para preencher a posição," ele acrescentou, seu tom decisivo. "Ariana nasceu nesse mundo—ela sabe o que é preciso. Espero que você não se importe com a surpresa?"

Eu estava prestes a responder, mas—

"Por que você tem que explicar qualquer coisa para ele, Vovô?"

A voz de Ariana era afiada, cheia de diversão.

"Se ele não quiser trabalhar como meu assistente, ele pode ir embora. Tenho certeza de que há centenas de pessoas que matariam por essa posição."

Minha mandíbula se contraiu.

Lá estava.

Sua atitude.

Aquela maldita arrogância que me fazia querer socar uma parede.

"Não, Ariana."

A voz do Sr. Miller era severa.

"Ele é o único capaz desse trabalho. Preciso falar com vocês dois."

As portas do elevador se abriram, e saímos, caminhando em direção ao escritório dele. Um escritório que em breve pertenceria a ela.

Meu estômago revirou com o pensamento.

Lá dentro, sentamos um de frente para o outro, uma guerra invisível se formando entre nós.

"Ariana, tenho certeza de que você conhece o Hardin," começou o Sr. Miller. "Ele tem sido meu assistente por muito tempo. Quando decidi que o próximo CEO teria um assistente, era para sua mãe. Mas as coisas mudaram. E agora, confio que o Hardin ajudará você assim como fez comigo."

Ariana ficou em silêncio, seu olhar penetrante fixo no avô. Então, lentamente, ela se virou para mim.

E o que vi em seus olhos?

Uma promessa de guerra.

Então, como se nada tivesse acontecido, ela voltou-se para o avô com o sorriso mais doce.

"Se é isso que você quer, Vovô," ela disse. "Vou trabalhar com ele. Você sempre toma as melhores decisões. Confio em você."

Mentirosa.

O Sr. Miller sorriu, satisfeito. "Fico feliz que isso esteja resolvido. Posso me aposentar em paz. Ariana, aproveite seu primeiro dia como CEO. E lembre-se, você pode confiar no Hardin."

Seu rosto mal escondia o desprezo.

Acompanhamos o Sr. Miller até o elevador, e assim que as portas se fecharam—

O sorriso falso de Ariana desapareceu.

Ela se virou para mim, fria e afiada.

"Não me importa o quanto meu avô pensa bem de você," ela disse, a voz como gelo.

Fiquei parado, meus punhos se apertando.

"Você trabalhou para ele. Tudo bem. Mas eu serei a única a decidir se você merece esses elogios ou não," ela continuou. "Pelo que sei, ele acha que você está fazendo as coisas quando na verdade não está fazendo nada."

Meus dentes se cerraram tão forte que minha mandíbula doeu.

"Não tolero pessoas preguiçosas."

Ela deu um passo à frente, os olhos desafiadores.

"Comece a trabalhar."

Então, sem mais uma palavra, ela se virou e entrou no escritório dela, me deixando ali parado, punhos cerrados, pulso acelerado.

Esse era apenas o primeiro dia.

E eu já a odiava.

Como diabos eu ia sobreviver anos disso?

E pior—

Eu não podia desistir.

Eu estava condenado.

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