Capítulo 3 Fique comigo

Diana estava de volta à cena.

Jessica não queria acreditar, mas a verdade inegável estava bem diante de seus olhos, e a atingiu como um soco no estômago. Ela havia perdido para Diana dois anos atrás, de forma completa e absoluta. Por que ela ainda nutria a esperança de que Gabriel pudesse escolhê-la, especialmente só porque estava grávida?

Naquele momento, Jessica ficou feliz por ter mantido a gravidez em segredo. Se tivesse revelado, teria sido apenas humilhante.

Depois de derramar lágrimas e extravasar suas frustrações, sentiu uma onda de calma tomar conta dela. Se o coração de Gabriel estava voltado para outra pessoa, ela estava pronta para enfrentar isso.

Após um longo banho, deitou-se na cama, inquieta, virando de um lado para o outro. Quando estava prestes a pegar no sono, seu telefone tocou. Era Quentin Taft. "Gabriel está completamente bêbado e fazendo uma cena. Venha buscá-lo e leve-o para casa, por favor?" ele disse, frenético.

Por que Gabriel precisaria dela agora se ele deveria estar com Diana, passando a noite juntos? Será que ele também estava bebendo com Quentin Taft?

"Eu não estou realmente em posição de—" Jessica começou, mas Quentin já havia desligado. Quando tentou ligar de volta, o telefone dele estava desligado.

Empurrando seu desconforto para o lado, Jessica saiu da cama, trocou de roupa e pediu ao motorista que a levasse ao clube que Gabriel frequentava.

O clube estava silencioso quando ela chegou.

Gabriel estava lá, um desastre bêbado, dormindo em um sofá, suas longas pernas cruzadas e sua gravata arrumada. Ele era, de fato, uma imagem de compostura embriagada. Algumas pessoas, como Gabriel, conseguiam manter uma certa graça mesmo quando estavam completamente bêbadas.

Aproximando-se dele, Jessica de repente sentiu náuseas e vomitou, provavelmente um sinal precoce de enjoo matinal. Depois de lutar contra a onda de enjoo, ela se virou para Quentin Taft. "Por que ele está tão fora de si? Ele não deveria estar com Diana?"

"Então, você está ciente?" Quentin olhou para ela, seu sarcasmo nem um pouco disfarçado. "Seu marido planeja passar a noite com outra mulher, e você simplesmente deixa?"

Jessica cerrou os punhos, respirou fundo e soltou lentamente. Ela respondeu friamente, "Concordamos em nos divorciar. Além da papelada, ele é um homem livre. Não tenho mais o direito de segurá-lo."

"Huh..." Quentin Taft zombou enquanto a observava. "Que generosidade a sua."

"Jessica, você não tem consciência? Você sequer percebe o quão bem Gabriel te tratou todos esses anos? Te tratou como se fosse frágil como vidro, com medo de que você caísse; te valorizou como se fosse a coisa mais doce da vida dele. E agora ele quer o divórcio, e você nem tenta segurá-lo?" Quentin estava visivelmente irritado.

Jessica olhou para ele, ligeiramente surpresa. "Eu me lembro de quando me casei com ele, você era ferozmente contra. Agora que estou me divorciando, você não deveria estar mais feliz? Me intriga por que você parece ainda mais zangado do que eu."

"Os tempos mudam. Eu posso não ter gostado de você inicialmente, mas uma vez que vocês se casaram, você deveria valorizar esse compromisso, não tratá-lo como um jogo. E mais uma coisa..." Ele fez uma pausa, suas palavras carregadas de implicação, "Você combina melhor com ele do que Diana jamais combinou."

Jessica chamou o motorista, e juntos ajudaram Gabriel a entrar no carro.

Mal esperava que, assim que saíssem do carro, encontrassem Jonah Walton.

"Papai, o que você está fazendo aqui?" Jessica perguntou, surpresa com a aparição repentina dele.

Jonah olhou para Gabriel com um olhar severo e disse, desapontado, "Pensar que ele já é um homem casado e ainda assim não tem senso de moderação, ficando bêbado. É vergonhoso."

Jessica rapidamente interveio com um sorriso. "Pai, por favor, não culpe o Gabriel. Hoje é nosso aniversário, e meus amigos e eu nos reunimos para uma pequena celebração. Eles continuaram propondo brindes para mim, e Gabriel, não querendo que eu bebesse demais, tomou as bebidas por nós dois."

O rosto de Jonah suavizou um pouco ao ouvir isso. "Bem, isso faz mais sentido."

Ele entregou algo a Jessica. "Este é um presente de Xavier e de mim para o seu aniversário. Fiquei ocupado e estou atrasado em entregá-lo, mas espero que goste e desejo a vocês uma vida de felicidade de mãos dadas e amor duradouro."

"Obrigada ao Xavier, e obrigada, pai. Eu adorei. Agradeço por ter lembrado." Jessica estava genuinamente grata e emocionada.

"Você não vai abrir?" Jonah perguntou.

"Qualquer coisa que você e Xavier me derem, tenho certeza de que vou adorar," ela disse apreciativamente.

"Você sempre foi muito pura e gentil, não é à toa que todos te amam," ele disse, sua atenção se voltando para Gabriel. "E se ele algum dia te maltratar, não hesite em nos avisar, a mim e ao Xavier. Estamos do seu lado."

"Obrigada, pai, vou lembrar disso," Jessica respondeu com um sorriso radiante.

"Vou deixar vocês dois e certifique-se de descansar," Jonah aconselhou.

Enquanto Jessica cuidava de Gabriel, ela assegurou ao pai, "Pai, deixe-me te acompanhar até a saída."

"Não precisa, querida. Você já tem as mãos cheias. Vá descansar quando terminar," Jonah insistiu.

"Tudo bem, pai. Cuide-se!" Jessica se despediu de Jonah, entrou no carro e foram para casa.

Finalmente levar Gabriel para o andar de cima e preparar o banho não foi uma tarefa fácil. Ao sair do banheiro, Jessica descobriu que Gabriel já havia desmaiado no chão.

Um riso escapou de seus lábios. Então, ele não era sempre o epítome da refinada gentileza; até Gabriel tinha seus momentos.

Ela se agachou ao lado dele, cutucando-o gentilmente. "Gabriel, hora de acordar. Você precisa de um banho. Vamos, levante-se. Se não se levantar, vou te deixar aqui!"

Não houve resposta.

Com um suspiro, Jessica começou a despir Gabriel, pouco a pouco, e depois o apoiou até o banheiro para lavá-lo.

Ela adorava fragrâncias ricas e cremosas. Assim, o sabonete líquido que escolheu tinha um aroma semelhante e ela adorava usá-lo. Mas naquele dia, enquanto banhava Gabriel, o cheiro normalmente agradável a fez engasgar repetidamente.

Finalmente, após a provação de dar banho e colocá-lo na cama, Jessica pensou que poderia se afastar para descansar.

De repente, Gabriel se virou, seus braços envolvendo sua cintura, sua voz um sussurro cansado, "Não vá. Fique comigo."

Um calor percorreu seu coração, seu pulso acelerando incontrolavelmente. Parecia exatamente como quando se conheceram—seu coração batendo forte, borboletas no estômago, sua alma preenchida com uma mistura intoxicante de doçura e ternura.

Normalmente tão estratégica e composta, esse pedido era um raro vislumbre de vulnerabilidade. Sua determinação amoleceu; ela não conseguia se forçar a afastá-lo. Afinal, essa seria a última noite deles juntos.

Após finalizar o divórcio no dia seguinte, dali em diante, não haveria mais camas compartilhadas, nem mais momentos como este.

"Ok," ela sussurrou, deitando-se ao lado dele, cobrindo-os com o cobertor.

Antes que o sono a tomasse, seus dedos traçaram suas feições com o toque terno de um pincel—sobre sua sobrancelha, seu nariz, seus lábios. Finalmente, sua mão repousou sobre a dele, dedos entrelaçados firmemente.

Somente em seu sono profundo ela ousava realizar esses atos silenciosos de afeto.

Jessica acordou na manhã seguinte com a vibração de um telefone. Ainda grogue de um sono insatisfatório, ela tateou o telefone, pressionando-o contra o ouvido. "Alô?"

"É... Jessica?" veio a voz surpresa do outro lado. Era a voz de Diana.

Ela havia pegado o telefone de Gabriel por engano. Assustada, Jessica se sentou de repente. Piscando para acordar, ela olhou para a tela do telefone e o entregou a Gabriel, "É a Diana para você."

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