Capítulo 2

Sophia

Minha taça de champanhe quase quebrou na minha mão. Pisquei, forçando-me a focar. Eu realmente tinha visto Nathan com a mão na bunda de outra mulher?

Quando olhei de novo, Nathan estava apenas parado ali, conversando normalmente. A mulher ria de algo que ele disse, mas não havia nada de inapropriado na linguagem corporal deles agora.

O estresse de administrar meu negócio enquanto desenhava peças sob medida estava claramente me afetando. Eu estava vendo coisas.

Nathan me viu do outro lado da sala e se desculpou da conversa. Ele se moveu pela multidão com confiança, sorrindo e acenando para os convidados, mas vindo direto para mim.

"Aí está minha garota linda," ele disse, deslizando um braço ao redor da minha cintura. Seus dedos brincavam com a pele exposta na minha lombar. "Já te disse como você está incrivelmente maravilhosa esta noite?"

"Uma ou duas vezes," respondi, relaxando contra ele. Eu definitivamente tinha imaginado aquele toque na bunda. Nathan podia ser muitas coisas, mas não era burro o suficiente para me trair bem na minha frente na própria festa.

Seus lábios roçaram meu ouvido. "Ainda posso sentir o gosto da sua boceta na minha língua," ele sussurrou, sua voz baixa e rouca. "Vou te dobrar sobre minha cama mais tarde e te foder até você gritar meu nome."

O calor se acumulou entre minhas pernas. "Promessas, promessas."

"Confie em mim, amor. Vou te fazer gozar tão forte que você vai esquecer seu próprio nome." Sua mão desceu perigosamente na minha lombar.

Antes que eu pudesse responder, ele se afastou com um sorriso malicioso. "Dever chama. Os McAllisters acabaram de chegar, e eles estão interessados em investir no próximo projeto."

Eu o observei se afastar, admirando como sua bunda ficava naquelas calças sob medida. Deus, eu era uma mulher de sorte. Namorado bem-sucedido e lindo. Negócio próspero. A vida era boa.

"Se você olhar mais fixamente para a bunda dele, pode acabar queimando um buraco nas calças."

Virei-me para encontrar Jack sorrindo para mim, com duas taças de champanhe nas mãos. Ele me ofereceu uma, que aceitei com gratidão.

"Jack! Não sabia que você viria esta noite." Dei-lhe um abraço rápido, tomando cuidado para não derramar nossas bebidas.

"E perder bebida grátis e a chance de te ver toda arrumada? Nem pensar." Ele me deu uma olhada exagerada de cima a baixo. "Belo vestido, a propósito. Um dos seus?"

Assenti, alisando a seda com a mão. "Terminei ontem."

"Bem, está deslumbrante. Você é desperdiçada nessas madames da sociedade que não sabem apreciar a verdadeira arte."

Eu ri. "Essas madames da sociedade pagam minhas contas, muito obrigada."

Jack e eu éramos amigos há anos, nos unindo por vinho barato e grandes ambições.

"Qual é a ocasião?" Jack perguntou, acenando com a cabeça para Nathan, que agora encantava um grupo de homens mais velhos em ternos caros. "Além de mostrar o quão rico e poderoso Nathan Carter está se tornando?"

Revirei os olhos. "Ele fechou aquele negócio de desenvolvimento no Westside. Vendeu todas as unidades em tempo recorde."

"Ah, nada diz 'sou bem-sucedido' como dar uma festa para lembrar a todos o quão bem-sucedido você é," Jack brincou.

"Disse o homem que está aproveitando o champanhe de primeira do tal homem bem-sucedido," apontei.

Ele deu de ombros, nem sequer fingindo estar envergonhado. "Sou um cara simples com gosto caro."

"Sophia! Jack!" Uma voz familiar cortou a multidão.

Mia veio em nossa direção, desviando da multidão com uma agilidade notável, considerando seus saltos de dez centímetros. Seu cabelo balançava ao redor dos ombros enquanto ela nos puxava para um abraço coletivo.

"Meu Deus, essa festa está insana! Acabei de ver aquele ator do seriado da Netflix no bar, e juro que as colheres do caviar são de ouro de verdade!" Ela se afastou, com os olhos arregalados. "Sophia, esse vestido é tudo! Você que fez?"

"Ela fez," Jack respondeu antes que eu pudesse. "Nossa garota tem talento."

"Sério, está deslumbrante," Mia elogiou. "A forma como ele realça suas curvas, mas ainda assim é elegante? Pura genialidade."

Sorri, genuinamente satisfeita com o entusiasmo dela. Mia trabalhava na Eclipse Events e tinha a energia de dez pessoas concentrada em seu corpo de um metro e sessenta.

"Como está o negócio de planejamento de eventos?" perguntei.

"Uma loucura! A temporada de casamentos está me matando, mas de um jeito bom. Estou com a agenda lotada até a próxima primavera." Ela tomou um gole da bebida. "Quando você e Nathan vão me deixar planejar o casamento de vocês?"

Quase engasguei com meu champanhe. "Vamos com calma."

Jack riu. "Nathan está casado com seu império imobiliário. Sophia está casada com a Bennett Designs."

Eu estava prestes a responder quando algo chamou minha atenção do outro lado da sala. Nathan estava conversando com a mesma mulher de antes, alta, esbelta, com um cabelo perfeito que provavelmente nunca frizzava na umidade. Eles estavam bem próximos, a cabeça dele inclinada na direção dela. Enquanto eu observava, ela riu e tocou o braço dele, deixando a mão ali por um tempo.

"Quem é ela?" perguntei, tentando manter a voz casual.

Jack seguiu meu olhar. "Ah, essa é a Olivia. A nova assistente do Nathan."

"Assistente?" repeti, observando enquanto Nathan sussurrava algo no ouvido dela que a fez morder o lábio e olhar para ele por entre os cílios. Aquilo não era uma conversa de chefe e funcionária. Aquilo era flerte. Flerte descarado e sem vergonha.

"Sim, ele a contratou há cerca de um mês," Jack continuou, alheio ao meu crescente desconforto. "Super competente, pelo que dizem. Tem um diploma chique de negócios da Columbia."

Aposto que não era só isso que Nathan apreciava nela.

"Sophia?" A voz de Mia me trouxe de volta. "Você está bem? Parece que acabou de morder um limão."

Forcei um sorriso. "Estou bem. Só lembrei que esqueci de ligar para um cliente," disse levemente, mas meus olhos voltaram a Nathan e Olivia.

Eles estavam ainda mais próximos agora, se isso fosse possível. A mão de Nathan descansava na parte inferior das costas dela, exatamente onde estava na minha minutos antes. A linguagem corporal deles gritava intimidade, do tipo que não se desenvolve entre um chefe e sua assistente em apenas um mês.

A menos que eles estivessem transando.

O pensamento me atingiu como um balde de água gelada. Será que Nathan estava me traindo? Bem aqui, na frente de todos? Na minha frente?

Não. Eu estava sendo paranoica. Nathan não arriscaria tudo o que tínhamos por uma assistente. Arriscaria?

"Sophia?" Jack acenou a mão na frente do meu rosto. "Você está viajando de novo."

"Desculpa," murmurei. "Só estou cansada. Trabalhei até tarde a semana toda para terminar esse vestido."

"Valeu a pena," Mia me assegurou. "Você está maravilhosa."

Sorri fracamente, tentando me concentrar nos meus amigos e não no nó que se formava no meu estômago. Eu estava exagerando. Ele não seria estúpido o suficiente para me trair na própria festa dele.

Mas, conforme a noite avançava, não conseguia me livrar da sensação de que algo estava errado. Continuava pegando vislumbres de Nathan e Olivia juntos, sempre muito próximos, sempre rindo de forma muito íntima.

Eu precisava parar de obcecar. Estava sendo ridícula. Nathan estava comigo. Ele me queria.

Mas a semente da dúvida havia sido plantada, e eu não conseguia evitar me perguntar se estava sendo feita de idiota.

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