


11- Varys Flint
Varys Flint
Braços fortes com músculos ondulantes cobrindo cada centímetro de seu corpo estavam socando um saco de pancadas pesado que pendia do teto.
Sua raiva estava ultrapassando os limites da sanidade. Os pensamentos sobre ela o deixavam cego de necessidade.
E a ideia de que ela pudesse ser machucada por seus próprios homens o fazia ver vermelho. Seus punhos batiam no saco com mais força, socando-o com todo o poder que ele havia adquirido ao longo dos anos de prática.
"Chefe..." uma voz soou atrás dele, tremendo de medo por interrompê-lo em seu momento pessoal, "Ela está ficando no Texas. Com um homem chamado Vincent."
Seu soco foi tão forte que o saco se desprendeu do teto e caiu no chão com um estrondo.
O corpo morto de Rooney, o capanga que ousou machucá-la, que ousou agarrar seu cabelo e arrastá-la apesar das instruções claras de não tocar nem um dedo nela, caiu.
O chão se tornou uma bagunça sangrenta. Ele se virou, seus olhos verdes lançando fogo na direção da pessoa à sua frente,
"Quero a ficha dele na minha mesa em meia hora."
"S.. sim... chefe." O homem respondeu enquanto recuava alguns passos.
Embora os homens de Varys fossem impiedosos e o medo fosse arrancado de suas cabeças através de anos de treinamento, não havia um homem na gangue que ousasse ficar na frente de Varys sem tremer.
Varys pegou a toalha branca de uma cadeira e limpou suas mãos manchadas de sangue com ela.
Depois de terminar, jogou a toalha sobre o rosto de Rooney.
"E o que o Knight tem a ver com ela?"
"Ainda precisamos descobrir isso, chefe."
Suas palavras fizeram Varys virar o pescoço em sua direção com raiva.
"A.. até o.. o.. onde sabemos," o homem gaguejou de terror, "ela não tem nenhuma ligação com ele. E.. então está levando um pouco de tempo."
"Descubra tudo na próxima maldita hora ou você vai ocupar o lugar de Rooney naquele maldito saco." Varys disse em um tom tão calmo quanto a água.
O homem se afastou dali gaguejando uma afirmação.
Assim que ele saiu de vista, Varys bateu o punho na parede mais próxima de raiva.
Ele havia tentado mantê-la longe desse mundo cruel. Ele havia sacrificado tudo apenas para mantê-la feliz e segura.
Ele havia sacrificado ela apenas para que nunca se envolvesse nessa bagunça de um mundo perigoso.
Mas provavelmente era apenas o destino dela.
Provavelmente ela nunca nasceu para ficar segura.
Dez anos atrás
Varys bateu o punho na casca grossa de uma árvore que havia sido colocada em sua sala de treino.
Seus pais eram bastante ricos, então uma vida luxuosa havia se tornado seu hábito.
Ele ouviu uma voz e entendeu que seu irmão certinho, o queridinho de todos, estava de volta do colégio.
Ele ouviu algumas vozes que vinham do andar de baixo. Ficou irritado. Tinha dito claramente a Hector para não trazer ninguém para casa.
Seu punho bateu mais forte contra a madeira. Alguns minutos se passaram e foi então que, de repente, um suspiro e um som de movimento entraram em seus ouvidos.
O suor escorria de seu corpo perfeito. Sua pele caramelada brilhava na luz fraca que entrava pela pequena janela.
O leve suspiro o fez virar instantaneamente e procurar a fonte do som.
Hope havia concordado em ir à casa de Hector, seu colega de classe e amigo próximo do colégio, após muita insistência. Ela nunca esperava que fosse tão grande como uma mansão.
Hector havia ido à cozinha para trazer alguns lanches para eles enquanto ela começava a admirar o lugar enquanto caminhava.
Mas ao passar por um quarto, uma voz vinda de dentro chamou sua atenção. Incapaz de conter sua curiosidade, ela entrou na sala o mais silenciosamente possível.
Quando entrou, viu Varys quase nu se exercitando vigorosamente.
Cada movimento dele era tão preciso e forte que a pegou de surpresa. Ela o observava com a boca aberta enquanto seus músculos se moviam graciosamente a cada ação.
Pela primeira vez na vida, Hope sentiu borboletas no estômago ao ver um garoto.
E justo quando ele bateu o punho na casca maciça da árvore, um pequeno suspiro saiu de sua boca.
Ela instantaneamente fechou a boca e a cobriu com a palma da mão. Imediatamente se escondeu atrás de um pilar quadrado na sala, com medo de ser pega observando-o.
Ela tentava acalmar seu coração errático. Seus olhos estavam fechados. Como um gatinho que pensava que, se fechasse os olhos, ninguém poderia vê-la.
"Não deixe ele me ver, Deus. Por favor, não deixe ele me ver..." ela desejou suavemente, murmurando sob a respiração. Suas palmas suavam de nervosismo.
Seu coração quase parou quando uma figura forte a prendeu entre ele e o pilar. Prendendo-a dentro da jaula de seus braços fortes.
Assim que seus olhos se abriram aos poucos, eles se arregalaram tanto que pareciam que iam saltar das órbitas a qualquer momento. Sua boca ficou seca enquanto o cheiro masculino dele a envolvia como uma sombra.