1- Deixando o coração para trás

Esperança

Pisei no acelerador para aumentar a velocidade do meu carro pela estrada vazia. "Thunder" do Imagine Dragons estava tocando alto nos alto-falantes do meu Porsche. Eu tinha acabado de cruzar as fronteiras do Texas e estava acelerando em direção à cidade.

Verifiquei o mapa no meu celular novinho mais uma vez para ter certeza de que estava indo na direção certa. Ele mostrava que eu chegaria ao meu destino desejado em apenas mais duas horas.

Não pude deixar de notar a calma e o relaxamento que de repente cobriram meu coração. Essa era uma sensação que eu não experimentava há cinco anos. E agora, eu sentia como se tivesse acabado de realizar a maior tarefa de bondade que já me foi dada.

Como se eu tivesse acabado de salvar uma vida.

A minha.

Três dias atrás, eu tinha deixado a Carolina do Norte e cinco anos de tortura para trás. E desde então, estava fugindo, tentando garantir que o exército de monstros de alguma forma me deixasse ilesa.

Agora você deve estar se perguntando por que uma garota que vive na Carolina do Norte, ainda mais dirigindo um Porsche, tentaria se fazer parecer uma vítima de tortura de forma tão patética.

Então vamos esclarecer a história agora. Minha história.

Veja, aos vinte anos, quando ninguém mais estava sequer pensando se conseguiria um emprego ou não, por causa do meu trabalho árduo e determinação, eu estava prestes a tirar as notas mais altas da universidade.

Meus pais tinham sido mortos apenas um ano atrás em um acidente de carro, então eu estava fazendo o meu melhor para viver uma vida da qual eles se orgulhariam.

Eles sempre disseram que eu era a esperança deles. Eu era o raio de sol que iluminou suas vidas desde o dia em que cheguei ao mundo. É por isso que eles me deram o nome do sentimento que tiveram ao me ver pela primeira vez - Esperança.

Eu tinha um namorado italiano super gato e rico, cuja família possuía um negócio tão grande que era difícil acompanhar todas as suas propriedades.

Eu estava apaixonada por ele. Ele era o homem que me fazia ver estrelas em plena luz do dia com o amor que me dava.

No dia da formatura, ele me pediu em casamento. Eu estava no topo do mundo naquele dia.

Eu senti que era isso! É assim que o resto da minha vida vai ser. É assim que vou ser feliz com este homem. Meu Ethan.

Concordei em me casar com ele. Nos casamos no mês seguinte em uma bela cerimônia com seus pais e alguns parentes próximos presentes para nos parabenizar.

Os primeiros três meses foram um paraíso. Quando o quarto começou a chegar, percebi o tamanho da enrascada em que eu tinha me metido.

Aos poucos, as pessoas associadas aos negócios do meu marido e dos pais dele começaram a aparecer em nossa casa.

Pessoas estranhas.

Pessoas com armas, seguranças e gangues com tacos de hóquei e facas amarradas a eles.

E foi aí que percebi que tinha acabado de ferrar toda a minha vida.