Capítulo 6: Beau

"Você quer isso?" Teague sussurrou, levantando o queixo de Eve com os dedos para que ela olhasse para ele. "Você quer chupar meu pau, garota doce?"

Eve não disse nada, apenas continuou a encará-lo com ousadia, sua expressão inabalável. Droga, essa garota era uma fera. Keane tinha forçado-a a beber nosso sangue na garrafa de vinho, mas ela cuspiu a maior parte na cara dele na primeira oportunidade que teve. Agora, ela estava de pé, presa entre Keane e Teague, mas nem de longe parecia estar prestes a ceder.

Ainda.

"Eu prefiro engasgar com meu próprio vômito," ela disse finalmente. A resposta foi tão inesperada que eu ri alto, atraindo um olhar irritado de Teague enquanto ele soltava o queixo de Eve e balançava a cabeça.

"Você tem uma boca esperta," ele disse para Eve com uma piscadela. "Talvez seu cérebro devesse acompanhar."

"Vai se foder."

"Não me tente com uma boa diversão."

Eve recuou quando Teague estendeu a mão para ela novamente, presa no lugar por Keane. Enquanto eu a observava, uma sensação avassaladora de desejo e vontade subiu pela minha garganta. Eu queria enredar meus dedos em seu cabelo e segurá-la cativa enquanto a beijava, a provava e a fazia gemer de prazer antes de gritar meu nome no vazio do nada. Eu ansiava por ela da mesma forma que um viciado anseia por sua dose. Estando com ela, agora eu entendia a fixação atual de Keane.

"Está tudo bem, querida," eu disse, aproximando-me para acariciar a pele macia de sua bochecha com as costas dos dedos. "Você não precisa ter medo de nós."

Eve mordeu o lábio, parecendo tudo menos convencida. Eu não podia culpá-la. Nós três éramos uma força a ser reconhecida, e não a tratamos exatamente como uma princesa desde sua chegada.

"Aqui vai uma dica rápida," Eve disse, afastando-se de mim. "Se você vai mentir, pelo menos faça isso de forma convincente."

Eu ri, retirando minha mão. "Os garotos estão certos," eu confirmei. "Você é uma pequena fera, não é?"

"Eu só não aceito merda de ninguém," ela sibilou. "Especialmente de um bando de caras superinflados, egocêntricos e arrogantes que decidiram que sua missão na vida é me fazer miserável."

Keane encontrou meus olhos e riu. "Eu te disse que ela valeria a pena."

"Me soltem," Eve disse. "Vocês me fizeram beber aquela porcaria, então agora me soltem. O jogo acabou. Terminamos."

Keane riu sombriamente. "Terminamos quando eu disser que terminamos."

"Vai se foder," Eve cuspiu. "Tanto poder e você nem consegue cumprir sua palavra."

Isso fez tanto Teague quanto Keane pararem, como se não tivessem considerado isso. Eu olhei entre eles, esperando silenciosamente que deixassem Eve ir. Ela já tinha passado por muito essa noite. Se quiséssemos ela, não poderíamos destruí-la primeiro. Mas Keane estava andando na linha tênue entre monstro e homem, e todos nós sabíamos disso.

Depois de um momento de silêncio, ele soltou Eve. Ela caiu no chão, pernas machucadas e arranhadas dobrando-se sob ela enquanto atingia a terra. Ela se levantou em um segundo, aterrorizada de estar vulnerável novamente.

"Eu vou denunciá-los," ela sibilou, virando-se para fugir. Eu a agarrei por trás e a empurrei contra uma árvore, segurando-a cativa para que não pudesse se mover.

"Não," eu sussurrei em seu ouvido, aproveitando a oportunidade para respirar seu cheiro profundo. "Eles vão te deixar ir, mas se você correr para John Carter e sua equipe, talvez tenhamos que capturá-la novamente. E da próxima vez, as roupas não vão ficar."

Ela me lançou um olhar furioso, ainda cheia de raiva apesar da situação em que se encontrava. Era estranhamente cativante.

"Eu te odeio," ela sussurrou, e eu soltei meu aperto nela.

"Corra, querida," eu disse. "Você não terá muitas oportunidades."

Eve não precisou ser avisada duas vezes. Com um olhar de absoluto desgosto, ela disparou na direção da escola, correndo pela vegetação como se estivesse em chamas. Keane, Teague e eu ficamos na clareira do cemitério por um momento, ouvindo seus passos frenéticos desaparecerem na escuridão amarga. Olhei para Keane, que estava encostado em uma árvore, seus olhos ainda fixos no lugar onde ela esteve por último.

"Se sente melhor?" perguntei. "Você queria pegá-la, e nós pegamos."

Keane não disse nada por um longo momento, mas Teague falou.

"Eu vejo sua obsessão por ela, cara," ele disse, assobiando entre os dentes. "Aquelas pernas vão longe."

"Ela é uma beleza," concordei, imaginando passar minhas mãos por aquele cabelo castanho escuro com mechas coloridas. "Uma lutadora também. Por que ela está aqui?"

"Não sei," Keane disse finalmente. "Desde que aquela última enfermeira, Malorie, foi demitida, não consegui acessar os arquivos dos alunos."

"Ela é problemática," disse Teague. "Isso é óbvio. Eu realmente quero saber qual é o problema dela."

"Ela achou que você ia estuprá-la." Eu me endireitei e olhei para Teague, que encontrou meu olhar, suas sobrancelhas grossas se franzindo.

"Eu fiz?" ele disse. Não era uma pergunta.

"Claro que não, cara," Teague interveio, me lançando um olhar. "Você não faria isso."

Teague assentiu, e eu também, porque sabíamos que era verdade. Keane nunca estupraria alguém—mas quando ele estava maníaco e fixado, bem—ele não era realmente ele mesmo. E é quando nos preocupávamos.

"Não posso mentir, porém," Keane continuou. "Eu queria transar com ela. Queria transar com ela muito, bem aqui neste cemitério maldito."

Eu não disse nada a isso porque sentia o mesmo. Todos nós três sentíamos. Ter Eve cativa esta noite tinha sido uma adrenalina, não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Eu sentia como se tivesse tomado uma grande dose de algo bom, e o efeito residual era fantástico.

"Vamos encerrar a festa e ir para a cama," Teague disse, me surpreendendo. "Não estou mais no clima para entreter."

"Você acha que ela conseguiu voltar?" Keane perguntou, mas antes que qualquer um de nós pudesse responder, ele deu de ombros. "Que se dane. Como se importasse. Talvez um pequeno susto perdida na floresta seja exatamente o que ela precisa."

"Tanto faz," eu disse, silenciosamente esperando que não fosse o caso. Queríamos mexer com Eve, não matá-la. Pelo menos, esse não era meu plano, mas eu não podia falar pelos outros dois.

"Não amoleça comigo, cara," Teague disse, lançando um olhar para Keane enquanto começávamos nossa caminhada de volta para a escola. Em outras noites de iniciação, era costume arrastar o recruta caçado de volta para a festa, forçando-o ou ela a beber o vinho com sangue na frente da multidão, humilhando-os. Era uma demonstração de poder, algo que fazíamos ocasionalmente para lembrar os alunos atuais e futuros que nós comandávamos a academia. Não eles, e nunca. Mas esta noite, isso não aconteceu. Nenhum de nós mencionou isso, embora eu quisesse. Mas senti que todos estávamos sentindo a mesma coisa. Não queríamos compartilhar Eve com a multidão. Esta noite, queríamos ela só para nós.

E esta noite... bem, este era apenas o começo do nosso novo e divertido joguinho.

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