Capítulo 4

Com essas palavras, Chloe pegou sua bolsa do sofá e saiu sem nem olhar para Arthur.

"Chloe, pare aí mesmo."

Arthur caminhou atrás dela com suas longas pernas.

A diferença natural no ritmo deles fez com que Arthur a alcançasse rapidamente.

Chloe acelerou os passos, tentando se livrar dele.

Um telefone tocou de repente.

O homem pareceu interromper sua perseguição.

Chloe nunca tinha ouvido Arthur usar aquele toque antes. Algo a fez diminuir o passo, curiosa para ouvir o que ele diria.

"O quê? Algo está errado com o bebê? Estou indo aí."

Essa única frase fez o coração de Chloe despencar em um abismo gelado.

Aquele toque especial devia ter sido configurado especificamente para Avery, e ele parou de persegui-la porque algo havia acontecido com o bebê de Avery.

Chloe riu amargamente de si mesma.

Ela não duvidava dos sentimentos de Arthur por ela. Mas, em seu coração, nada era mais importante do que a empresa.

À medida que o filho de Avery se tornava intimamente ligado à sucessão do Grupo Williams, ele inevitavelmente daria a Avery e ao filho a mesma prioridade que atribuía à posição de herdeiro.

Ela já estava exausta de anos de competição forçada com Avery. Tudo o que ela queria era um lar com alguém que tivesse olhos apenas para ela.

Uma vez que o amor se misturava com outros interesses, era como doce estragado — só te fazia mal.

Com esse pensamento, ela enviou uma mensagem para sua melhor amiga, Adeline Taylor.

[Adeline, você conhece algum lugar para alugar?]

Arthur desligou o telefone, observando a silhueta de Chloe desaparecer pelo corredor, com a testa franzida.

"Jacob White."

O assistente que estava por perto deu um passo à frente. "Vou parar a Sra. Williams imediatamente..."

"Não precisa. Vá para Silverwood City e entregue aquele lote de joias que reservei para a Chloe."

"Mas aquele lote era para ir primeiro para a Srta. Scott."

As joias de Silverwood City eram muito inferiores às que Arthur havia comprado no exterior. Embora todas fossem de marcas de designer, faltavam o design único e a raridade das peças que ele havia adquirido em leilão.

"Vou verificar o bebê pessoalmente. Você entrega essas para a Chloe primeiro."

Com isso, Arthur caminhou até o elevador.

A luz branca fria delineava sua expressão severa.

Chloe entenderia eventualmente. Tudo o que ele fazia era para o futuro deles.

Sem os direitos de herança, todas as dificuldades que ele e Chloe haviam suportado ao longo dos anos seriam em vão.

Enquanto isso, Chloe havia chegado em casa.

Uma empregada se aproximou para lhe entregar os chinelos, mas ela se esqueceu de pegá-los, ficando descalça no chão frio.

Talvez fosse uma ilusão, mas a superfície gelada a fazia se sentir aquecida.

O quarto diante dela estava cheio de memórias que eles haviam criado juntos. Cada lugar onde seu olhar recaía a lembrava de momentos ternos que haviam compartilhado.

Mas essas doces memórias agora pareciam agulhas espetando seu coração.

Ela caminhou em direção ao quarto.

Normalmente, ela não era do tipo que se apegava ao passado, mas porque era Arthur, ela estava disposta a suportar.

Pensando em sua fé inabalável apenas alguns dias atrás, Chloe riu até seus olhos ficarem vermelhos.

Como o amor antigo mudava facilmente, e ainda assim nos surpreendia quando isso acontecia.

O coração humano era realmente a coisa mais insondável.

Com esses pensamentos, Chloe pegou uma mala e começou a arrumar algumas roupas de qualquer jeito.

Depois de um momento de consideração, ela acrescentou as roupas caras e as joias que Arthur havia comprado para ela. Começar uma nova vida exigiria dinheiro, e ela não deixaria o orgulho baixar seu padrão de vida ou o de seu bebê.

Quando ela fechou a mala, ouviu a porta da frente se abrir.

O coração de Chloe apertou.

Arthur tinha voltado?

Se ele voltasse, ela definitivamente não conseguiria sair hoje.

Conhecendo-o há tantos anos, ela entendia bem seu temperamento. Embora externamente gentil, ele era teimoso e dominador — e foi precisamente por isso que ela se apressou em falar sobre divórcio.

Fortalecendo-se, ela saiu do quarto, mas não viu Arthur.

Parado no hall de entrada estava Jacob.

Ao ver as bolsas nas mãos de Jacob, ela entendeu imediatamente.

"Sra. Williams, o Sr. Williams pediu para eu entregar essas peças de joias e presentes para a senhora."

Jacob segurava sete ou oito sacolas de compras, com mais de uma dúzia arranjadas no chão, cada uma ostentando um enorme logotipo de designer. Várias eram de marcas que Avery particularmente adorava.

Chloe riu friamente para si mesma.

"Sra. Williams, o Sr. Williams está pensando apenas na empresa e no futuro de vocês dois. Por favor, aceite isso e não guarde rancor." Jacob estendeu as sacolas de designer para Chloe.

Chloe, puxando sua mala, olhou para Jacob por um longo momento.

"Jacob, nos conhecemos há oito anos, não é?"

Jacob pareceu confuso, mas assentiu. "Conheço a senhora desde que o Sr. Williams entrou no Grupo Williams."

Naquela época, Arthur não era nada além de um filho ilegítimo deserdado. A família relutantemente lhe deu uma posição de diretor apenas para salvar as aparências.

"Você era uma designer de joias impressionante naquela época, e um par perfeito para o Sr. Williams."

"Então, você deve saber que eu não sou uma mulher que se agarra. Uma vez que tomo uma decisão, não volto atrás," Chloe o interrompeu.

"Sra. Williams..."

"Diga a Arthur que o divórcio não é negociável."

Com isso, Chloe pegou as sacolas de presentes do chão. Se Arthur queria compensá-la, ela não fingiria ser orgulhosa demais para aceitar.

Afinal, seus cinco anos de juventude, tempo e amor valiam muito mais do que essas poucas sacolas.

Assim que Chloe entrou no carro, ela listou os itens em um mercado de revenda.

Eram todos produtos de luxo muito procurados.

Logo após vender o primeiro lote de presentes, seu telefone tocou. Era sua melhor amiga Adeline.

"Chloe, o que aconteceu para você precisar de um lugar tão urgentemente?"

Chloe explicou brevemente a situação com Arthur. Adeline estava furiosa do outro lado. "Esse Arthur é um verdadeiro canalha! Depois de todos os sacrifícios que você fez para finalmente conceber o filho dele, como ele pôde te trair e engravidar a Avery? Ele perdeu a cabeça?"

"Quando você o escolheu, eu pensei que ele era do tipo que coloca a família em primeiro lugar, especialmente depois de serem namorados de infância por tantos anos. Quem diria que ele seria tão sem vergonha!"

Enquanto Adeline a defendia, Chloe se sentiu estranhamente calma.

"Está tudo bem. Melhor ver as verdadeiras cores de alguém antes do bebê nascer do que depois," disse Chloe. "Sobre o apartamento—vou precisar da sua ajuda para encontrar algo."

"Tenho um amigo que está no exterior, e o lugar dele está vazio. Você pode ficar lá por alguns meses enquanto resolve as coisas?"

Chloe examinou a planta e a localização que Adeline enviou.

Era um apartamento comum de dois quartos—não grande, mas bem localizado, com transporte conveniente.

"Um bom local como esse deve ser caro," Chloe comentou.

Sem o apoio de Arthur, ela precisava fazer um orçamento cuidadoso, fazendo cada real valer.

"Ele está com pressa, de preferência alguém que possa se mudar e assinar o contrato hoje." Adeline disse, e na pressa, Chloe não notou a hesitação momentânea de Adeline.

Com a ajuda de Adeline, Chloe se mudou para o aconchegante apartamento de dois quartos no mesmo dia.

Adeline explicou que o proprietário havia saído do país urgentemente e só poderia assinar o contrato via mensagens.

Chloe adicionou o contato do proprietário. A foto de perfil era uma bela superfície cortada de safira azul, brilhando com luz cristalina.

Por alguma razão, a imagem parecia familiar para Chloe.

Ela enviou o contrato, mas não recebeu uma resposta imediata.

Assim que Chloe estava se preparando para dormir, seu telefone tocou.

A foto mostrava Avery deitada na cama da mansão de Arthur, vestindo o pijama de seda rosa que Chloe uma vez amou. E no canto da imagem, ao redor do tornozelo dela, estava a tornozeleira "Lágrima da Baleia".

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