Capítulo 6 Por que você está aqui

"Senhora Heilbronn, você está muito machucada. Como posso deixar você ir ao hospital sozinha?" disse Betty, preocupada.

"Está tudo bem, é só um arranhão. E Betty..." Aurelia entregou os papéis do divórcio assinados. "Eu já me divorciei do Nathaniel. Por favor, não me chame mais de Senhora Heilbronn. Obrigada por me ajudar antes, mas eu não pertenço mais a este lugar. É hora de eu ir embora."

"Senhora Heilbronn, para onde você vai?" A pergunta casual de Betty atingiu Aurelia em cheio.

'Sim, para onde posso ir? Parece que não tenho outro lugar além da Villa Heilbronn,' pensou Aurelia. Mas ela ainda tentou tranquilizar Betty, "Eu vou ficar bem. Sou adulta; posso ir a qualquer lugar. Talvez eu fique no hospital por alguns dias. Tudo bem, Betty, pode ir. Estou indo agora."

Aurelia acenou para Betty e entrou na ambulância. Os paramédicos na ambulância ficaram surpresos ao ver uma paciente que conseguia entrar sozinha.

'Ela não parece tão mal. Por que chamar uma ambulância? Que desperdício de recursos,' pensaram. Mas então viram Aurelia desabar na maca assim que entrou. Perguntaram, "O que aconteceu?"

Aurelia apontou fracamente para a cabeça. "Fui atingida. Acho que é uma concussão." Então foi atingida por outra onda de náusea e vomitou tudo o que tinha no estômago. Mesmo depois disso, continuou com ânsia de vômito até que só restou bile amarga, deixando um gosto horrível na boca.

Vendo isso, os paramédicos a levaram rapidamente para o hospital. Assim que chegaram à sala de emergência, a equipe a levou rapidamente para dentro.

As paredes brancas, as luzes brilhantes e a equipe ocupada fizeram Aurelia se sentir estranhamente assustada. Os médicos, vestidos com jalecos brancos, com expressões sérias e focadas, começaram a examiná-la rapidamente.

"Você pode me ouvir?" perguntou um jovem médico, Dalton Geelt.

"Posso ouvir," respondeu Aurelia, fraca.

"Bom. Vou fazer algumas perguntas. Tente responder, ok?" Dalton começou uma rápida verificação mental. "Qual é o seu nome?"

"Aurelia Semona," ela tentou se concentrar e ficar acordada.

"Bom, Sra. Semona. Agora, vou examinar sua cabeça." Dalton tocou gentilmente sua cabeça, observando sua reação. Aurelia sentiu uma dor aguda e fez uma careta.

"Precisamos fazer uma tomografia para ver se há uma concussão ou outras lesões." Dalton decidiu rapidamente e disse às enfermeiras para prepararem o equipamento.

As enfermeiras se moveram rápido, preparando o tomógrafo. Aurelia foi cuidadosamente movida para a cama de escaneamento, e Dalton a tranquilizou, "Não se preocupe, isso não vai demorar."

Na sala de tomografia, a máquina fez um leve ruído. Aurelia fechou os olhos, tentando relaxar.

Alguns minutos depois, Dalton olhou para os resultados do exame, com uma expressão séria. Ele foi rapidamente até Aurelia, falando com sinceridade, "Sra. Semona, o exame mostra que você tem uma concussão leve. Precisamos interná-la para observação e tratamento."

"Uma concussão?" Aurelia sentiu uma onda de inquietação.

"Sim, mas não se preocupe, vamos cuidar bem de você." A voz de Dalton era profissional, mas calorosa, dando-lhe um pouco de coragem.

A equipe rapidamente terminou o processo de internação e preparou um quarto para Aurelia. Com uma enfermeira ao seu lado, Aurelia foi lentamente levada para o seu quarto.

Assim que se acomodou na cama, Dalton entrou, parecendo um pouco preocupado. Ele segurava várias páginas impressas cheias de texto pequeno que Aurelia não conseguia ler à distância, mas ela adivinhou que eram formulários de consentimento que precisavam de sua assinatura.

Para sua surpresa, esses formulários precisavam da assinatura de um membro da família. "Sra. Semona, você tem o número de contato de algum familiar? Preciso informá-los para virem dar suporte e cuidar do pagamento," perguntou Dalton.

Pagamento não era um problema. Aurelia já havia preparado seu cartão bancário e o entregou a Dalton, confiando nele o suficiente para revelar seu PIN.

Dalton ficou sem saber o que fazer. Julgando pelo comportamento dela, provavelmente não conseguiria encontrar um familiar para apoiá-la.

A suposição de Dalton estava correta. Aurelia realmente não tinha família para apoiá-la. Suas lesões foram causadas por Norman, e Nathaniel havia se divorciado dela naquela manhã. Ela não conseguia se obrigar a pedir a Nathaniel para cuidar dela. Só podia contar com seu bom amigo.

Pensando se ele estaria disponível, Aurelia desbloqueou seu telefone com a impressão digital e o entregou a Dalton, confiando nele para encontrar seu único bom amigo, Ulysses Lopez, em seus contatos.

'Afinal, Ulysses não está trabalhando nem é casado. Pedir para ele cuidar de mim não é demais, certo?' Enquanto Aurelia pensava nisso, Dalton encontrou o número de Ulysses e estava prestes a discar quando a porta se abriu, e um homem alto e esbelto entrou.

"Por que você está aqui?" Tanto o homem quanto Aurelia ficaram surpresos, claramente não esperando se verem em um lugar assim.

Dalton também pausou suas ações. "Vocês se conhecem?"

Mais do que conhecidos, eles eram praticamente família. O homem era Marcus Heilbronn, tio de Nathaniel, apenas quatro anos mais velho que Nathaniel.

Nathaniel e Marcus se pareciam um pouco, mas seus temperamentos eram completamente diferentes. Marcus parecia gentil e elegante.

Marcus e Aurelia nunca se encontraram em particular; eles só se encontraram em reuniões familiares na Villa Heilbronn.

Aurelia soube sobre Marcus pelas conversas dos outros, que ele estava com a saúde debilitada desde a infância e estava se recuperando no exterior. Quando Marcus voltou ao país, ele acabou encontrando seu bom amigo, Ulysses.

Marcus havia encantado completamente Ulysses, que queria conquistá-lo todos os dias. No entanto, Ulysses não era do tipo que impunha sua presença aos outros; uma vez que soube da identidade de Marcus, ele se absteve de incomodá-lo.

Aurelia lembrou-se de elogiar Ulysses por ser uma pessoa profundamente emocional quando ouviu isso pela primeira vez. Mas a resposta de Ulysses foi muito mais realista. "Ele é da família Heilbronn. Como eu poderia ousar incomodá-lo?"

Pensando nisso, Aurelia não pôde deixar de sorrir docemente. Seus olhos brilhantes irradiavam um charme irresistível, revelando seu coração puro e bondoso. Naquele momento, seu sorriso iluminou todo o quarto.

Marcus e Dalton ficaram ambos atônitos, mas Dalton foi o primeiro a sair do transe, cutucando Marcus com o cotovelo. "Já que você a conhece, deveria assinar os formulários."

"Isso é apropriado?" Aurelia não queria incomodar Marcus.

"Está tudo bem. Posso ser considerado sua família," disse Marcus, assinando seu nome nos formulários de consentimento sem hesitação.

Dalton, que claramente conhecia bem Marcus, levantou uma sobrancelha, pensando, 'Será que Marcus está em um relacionamento?'

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