Capítulo 5
POV da Aria
As luzes fluorescentes do Hospital Sant'Anna piscavam acima de nós enquanto Sofia e eu corríamos pelo corredor estéril em direção à unidade de terapia intensiva. Meu coração batia forte contra minhas costelas a cada passo.
O Dr. Martinelli estava nos esperando do lado de fora do quarto da Jessica, sua expressão grave. Através da janela de vidro, eu podia ver a forma frágil da minha irmãzinha conectada a um emaranhado de tubos e máquinas, seu peito subindo e descendo com assistência mecânica.
"Senhorita Rossi," o médico disse baixinho, "receio que a condição da Jessica tenha se deteriorado significativamente. Os rins dela estão falhando, e precisamos colocá-la em diálise imediatamente para ganhar tempo."
"Tempo para quê?" Minha voz saiu quase como um sussurro.
"Para um transplante de rim. É a única chance dela de sobrevivência a longo prazo." Ele fez uma pausa, estudando meu rosto cuidadosamente. "No entanto, a máquina de diálise sozinha custa três mil euros por semana. E isso é apenas para manter a condição atual dela."
O número me atingiu como um golpe físico. Três mil euros. Por semana. Eu mal ganhava isso em um mês no bar, e isso assumindo que eu ainda tivesse um emprego depois do desastre desta noite.
"Por quanto tempo ela precisaria disso?" Sofia perguntou, sua mão encontrando meu ombro em apoio.
"Até encontrarmos um doador compatível e organizarmos a cirurgia. Podem ser semanas, podem ser meses." O tom do Dr. Martinelli era profissional, mas não sem compaixão. "Sei que isso é esmagador, mas sem intervenção imediata..."
Ele não precisava terminar a frase. Todos nós sabíamos o que ele queria dizer.
"Eu vou conseguir o dinheiro," eu disse firmemente, embora não tivesse ideia de como. "Faça o que for necessário. Comece a diálise hoje à noite."
Sofia apertou meu ombro. "Aria, eu tenho algumas economias. Não é muito, mas posso cobrir os primeiros dias."
Eu me virei para olhar minha melhor amiga, as lágrimas embaçando minha visão. Sofia trabalhava tão duro quanto eu, vivia de salário em salário como todo mundo no nosso mundo. Sua oferta significava que ela estaria sacrificando sua própria segurança pela Jessica.
"Eu não posso pedir para você—"
"Você não está pedindo. Eu estou oferecendo." Sua voz estava cheia de determinação. "Jessica é família. Nós cuidamos da família."
O Dr. Martinelli pigarreou suavemente. "O pagamento da primeira semana precisa ser quitado antes de começarmos o tratamento."
Sofia já estava alcançando sua bolsa, tirando um envelope gasto. "Eu guardo dinheiro para emergências em casa. Isso deve cobrir os primeiros dias, pelo menos."
Enquanto ela contava as notas, meu telefone tocou. O identificador de chamadas fez meu estômago revirar: Enzo.
"Eu preciso atender isso," murmurei, afastando-me dos outros.
"Aria." A voz de Enzo estava tensa, derrotada. "Desculpe, garota. Eu realmente sinto muito. Mas recebi ordens de cima. Você está fora. Não volte mais ao bar."
O telefone escorregou dos meus dedos dormentes, batendo no chão do hospital. O som parecia ecoar infinitamente no corredor silencioso.
"Aria?" Sofia estava ao meu lado instantaneamente, tendo ouvido o telefone cair no chão. "O que aconteceu?"
Eu olhei para a tela quebrada do meu telefone, vendo meu próprio reflexo fraturado em uma dúzia de pedaços. "Eu fui demitida."
As palavras pareciam surreais saindo da minha boca. Depois de tudo—toda a humilhação, todas as noites em que eu voltava para casa me sentindo suja e envergonhada, todos os planos que eu fiz para trabalhar turnos extras para economizar dinheiro para a Jessica—tudo tinha acabado.
"O quê?" A voz de Sofia subiu abruptamente. "Eles não podem te demitir por causa de um acidente!"
"Eles podem fazer o que quiserem." Eu me abaixei para pegar meu celular, notando distraidamente que a tela estava cheia de rachaduras. "Homens como os Cavalieri não perdoam, Sofia. Eles não dão segundas chances."
"Então eu vou falar com eles. Vou explicar o que aconteceu, dizer que a culpa foi minha por não te treinar direito."
A sugestão me gelou por dentro. Agarrei o braço de Sofia, talvez com mais força do que o necessário. "Não. De jeito nenhum."
"Mas Aria—"
"Você não viu o que aconteceu esta noite." Minha voz estava baixa e urgente. "Você não o viu limpar aquela arma como se fosse um ritual. Você não viu Valentina ser carregada para fora, sangrando e quebrada. Esses não são homens com quem se negocia, Sofia. Eles são predadores."
Os olhos de Sofia examinaram meu rosto, e eu podia ver que ela estava captando algo no meu tom, algum conhecimento que eu não estava compartilhando.
"Como você sabe tanto sobre Damian Cavalieri?" ela perguntou lentamente.
Eu congelei. A pergunta pairou no ar entre nós como uma arma carregada. Como eu poderia explicar aquela noite de três semanas atrás? Como poderia contar a ela que tinha visto outro lado dele—não apenas o frio e calculista homem de negócios, mas o homem que podia me fazer render completamente com apenas um olhar?
A memória me invadiu sem ser convidada.
Lembro-me de entrar naquele bar de hotel, afogando minhas mágoas em vinho após mais uma carta de rejeição, mais uma porta fechada na minha cara. Eu estava tão perdida, tão desesperada por qualquer tipo de conexão, qualquer prova de que eu importava para alguém.
E então eu o vi.
Mesmo em uma sala cheia de homens poderosos, Damian Cavalieri comandava atenção sem dizer uma palavra.
"Você está bebendo sozinha," ele observou, sua voz carregando aquele leve sotaque italiano que fazia tudo soar como uma ordem.
"Isso é um crime?" eu respondi, surpreendida pela minha própria audácia.
"Perigoso," ele disse simplesmente, seus olhos escuros nunca deixando os meus. "Uma mulher como você não deveria estar sozinha em um lugar como este."
"E que tipo de mulher eu sou?"
Seu sorriso foi lento, perigoso. "Perdida. Desesperada. Procurando por algo que nem sabe que quer."
A precisão de sua avaliação roubou meu fôlego. Dentro de uma hora, eu estava no quarto de hotel dele, e tudo o que eu pensava saber sobre mim mesma desmoronou sob seu toque.
Lembro-me do momento em que tudo mudou—quando sua mão segurou meu rosto, forçando-me a encontrar seu olhar, mesmo enquanto meu corpo tremia de necessidade e medo.
"Olhe para mim," ele ordenou. "Quando você está comigo, você olha para mim. Entendeu?"
Eu assenti, incapaz de falar, incapaz de fazer qualquer coisa além de obedecer.
"Diga," ele exigiu. "Diga que você entende."
"Eu entendo," eu sussurrei, minha voz falhando.
"Boa garota." O elogio enviou eletricidade por todo o meu corpo. "Agora, diga-me o que você quer."
"Eu não sei—"
"Sim, você sabe." Ele amarrou minhas mãos e pernas, prendendo-as nos quatro cantos da cama, e lentamente arregaçou as mangas da camisa.
Seu chicote de montaria deslizou pela minha buceta.
Senti minha buceta ficando molhada, e a água escorrendo pelas minhas coxas.
Ele me chicoteou levemente com o chicote de montaria e ordenou: "Diga. O que você quer?"




































































































