Capítulo 7

Eleanor POV

A sala de jantar da família Wells era um estudo em opulência de velhos ricos: uma enorme mesa de mogno que podia acomodar vinte pessoas, lustres de cristal lançando uma luz quente sobre a prata reluzente e a fina porcelana, e pinturas a óleo de ancestrais com expressões severas alinhando as paredes. Hoje à noite, a mesa estava posta para apenas quatro, com Derek e eu sentados de um lado e Catherine e Jonathan do outro.

Tomei meu lugar ao lado de Derek, ciente da presença de Jonathan do outro lado da mesa. Apesar de ter vivido na casa deles por anos, o pai de Derek sempre me intimidou. Como patriarca da família Wells e presidente do Wells Investment Bank, Jonathan Wells comandava respeito em qualquer sala que entrasse. Seu cabelo prateado e olhar penetrante lhe davam uma aura de autoridade que me fazia instintivamente endireitar a postura.

"Sr. Wells," cumprimentei-o educadamente, nunca tendo o chamado de "Pai" apesar de nossa relação legal. Notei a leve carranca de Catherine com minha formalidade, mas ignorei. Nunca me atrevi a chamá-los de "Mãe" ou "Pai," mesmo depois de me casar com Derek—e eles nunca convidaram tal familiaridade. Para eles, eu sempre fui a garota órfã que acolheram, uma residente temporária em suas vidas, em vez de uma verdadeira família.

O primeiro prato chegou—uma delicada sopa de abóbora que mal provei enquanto Catherine começava seu interrogatório de Derek.

"Como foi Londres, querido? Mais de dois anos é tanto tempo para ficar longe," disse ela, sua voz calorosa com afeição maternal que nunca era direcionada a mim.

"Produtivo," respondeu Derek, tomando um gole de seu vinho. "A Frontier Capital se firmou no mercado europeu."

"E o clima? Sempre achei os invernos de Londres tão sombrios comparados aos de Boston," continuou Catherine.

"Mais ou menos o mesmo," disse Derek com um encolher de ombros. "Cinza e úmido."

Catherine franziu ligeiramente a testa com suas respostas curtas. "Você está mais magro. Está se alimentando bem por lá?"

Observei essa troca com fascinação. O Derek que eu conhecia em privado era articulado e muitas vezes mordaz, mas com sua mãe, ele se tornava quase monossilábico, como se economizar palavras fosse uma forma de resistência.

"Eleanor," a voz de Jonathan me tirou das minhas observações. "Como está a Four Seasons Florals? Ouvi dizer que você está fornecendo arranjos para o gala da Sinfonia."

Surpresa com seu interesse, assenti. "Sim, eles me contataram na semana passada. É uma oportunidade significativa."

"Movimento inteligente de negócios," comentou Jonathan. "Instituições culturais são clientes excelentes—pedidos consistentes e networking valioso."

Sua avaliação era puramente prática, vendo minha paixão por flores apenas através de uma lente de negócios. Ainda assim, era mais reconhecimento do que eu costumava receber dele.

"Também estou trabalhando com o Museu de Arte de Boston em uma exposição especial no próximo mês," acrescentei, sentindo uma necessidade inexplicável de me provar.

"Ah?" A atenção de Catherine se voltou para mim. "Eu não sabia que você tinha conexões no museu."

A implicação era clara: como alguém como eu, sem a posição social da família Wells, poderia conseguir um cliente tão prestigiado?

"Ela está sempre obcecada com essas flores," comentou Derek secamente, cortando seu salmão. "Provavelmente passa mais tempo com plantas do que com pessoas."

Senti uma pontada com seu tom desdenhoso. Claramente, ele não sabia nada sobre meu negócio ou minhas conquistas nos últimos dois anos. Seu comentário não era uma defesa—era uma crítica envolta em indiferença casual.

Catherine parecia satisfeita com a resposta de Derek. "Sim, bem, suponho que Eleanor sempre preferiu... atividades mais tranquilas."

A conversa derivou para outros tópicos: a última aquisição de Jonathan para o banco, o trabalho de fundação de caridade de Catherine, desenvolvimentos no distrito financeiro de Boston. Permaneci principalmente em silêncio, respondendo quando solicitada, mas de outra forma observando as dinâmicas da família Wells se desenrolarem diante de mim.

No meio do prato principal—salmão perfeitamente cozido com molho de endro, que me lembrava dolorosamente do jantar que eu havia preparado para o retorno de Derek—Catherine pigarreou e dirigiu seu olhar para nós dois.

"Eu estava pensando," ela começou em um tom que sugeria que ela havia planejado cuidadosamente esse momento, "já se passaram quase três anos desde o seu casamento. O acordo está prestes a terminar."

A mesa ficou em silêncio. O garfo de Derek parou no meio do caminho até a boca.

"Mãe," ele disse, sua voz carregando um aviso.

"O quê?" Catherine olhou inocentemente entre nós. "Estou apenas apontando um fato. O prazo de três anos foi acordado por todos. Presumo que vocês dois estejam fazendo os preparativos."

"Este não é o momento apropriado para discutir isso," Derek disse, com a mandíbula se contraindo.

"Eu discordo," Catherine respondeu suavemente. "Com apenas dois meses restantes, parece prudente abordar a questão abertamente. Seu pai e eu apenas queremos garantir que tudo ocorra de maneira amigável."

Eu olhei para o meu prato, sentindo três pares de olhos em mim. O salmão no meu garfo de repente parecia pouco apetitoso.

"Tenho certeza de que Eleanor entende o acordo," Catherine continuou. "Afinal, os termos foram bastante claros desde o início."

"Mãe, Pai," Derek colocou seus talheres na mesa com uma calma deliberada, embora eu pudesse ver a tensão em seus ombros. "Eu sou um adulto. Sou perfeitamente capaz de lidar com meus próprios assuntos, incluindo meu casamento. Vocês não precisam se preocupar com o cronograma."

Eu o olhei, surpresa com sua resposta. Não era exatamente uma defesa de mim, mas sim uma afirmação de sua independência. Ainda assim, eu podia ver a irritação genuína na expressão de seu rosto—ele claramente ressentia a interferência de seus pais, independentemente de seus sentimentos sobre nosso casamento.

"Nós só queremos o melhor para você, filho," Jonathan interveio suavemente.

"Então confiem que eu sei o que é melhor," Derek respondeu, seu tom final. "Quando decisões precisarem ser tomadas, elas serão tomadas. Por mim."

Catherine franziu os lábios, claramente insatisfeita por ter sido calada. "Muito bem. Eu estava apenas tentando ajudar."

Um silêncio desconfortável se instalou. Eu podia sentir Derek fervendo ao meu lado, embora seu rosto permanecesse cuidadosamente controlado. Algo havia mudado na dinâmica, e eu não conseguia entender o quê ou por quê.

"Eu respeitarei o que quer que Derek decida," eu finalmente disse, quebrando o silêncio. "Se ele estiver pronto para seguir com o divórcio, eu posso assinar os papéis quando ele quiser."

Minhas palavras pareceram dissipar um pouco da tensão, embora a expressão de Derek permanecesse indecifrável. Catherine assentiu aprovando.

"Isso é muito... pragmático da sua parte, Eleanor."

O restante do jantar passou em uma conversa tensa sobre tópicos neutros. Assim que a sobremesa terminou, eu me desculpei, alegando que precisava usar o banheiro. Em vez disso, subi as escadas, atraída para o quarto que tinha sido meu durante os anos em que morei com a família Wells. Eu precisava de um momento sozinha, longe da atmosfera sufocante lá embaixo.

O quarto permaneceu exatamente como eu o havia deixado quando me mudei para viver com Derek—paredes azul claro, móveis brancos e um assento na janela com vista para o jardim. Esse espaço havia sido tanto um santuário quanto uma prisão durante minha adolescência: um lugar onde eu sonhava em pertencer à família Wells de uma forma que importasse, de ser vista por Derek como mais do que a pupila de seus pais.

Passei os dedos pelos lombos dos livros na minha antiga estante, lembrando como eu os devorava, desesperada para me educar a um padrão digno do nome Wells. Todo esse esforço, e eu ainda era a estranha—a Sra. Wells temporária, contando os dias para minha saída.

Então um clique suave vindo da porta quebrou o silêncio. Eu me virei, assustada, para encontrar Derek parado ali, sua expressão indecifrável na luz tênue.

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