Capítulo 3
Danielle
"VOCÊ PRECISA DE ALGUMA COISA, querida?"
Eu pulei (de novo) e me virei para me encontrar praticamente de queixo com o umbigo do homem muito grande com quem Booker estava falando mais cedo. Olhei para cima e fiz uma careta. Ele era loiro, com olhos azuis profundos e parecia intenso.
"Oi. Eu sou a Dani."
"Oi, Dani," ele disse, e sorriu.
"Oi," repeti, dando um passo para trás para ganhar espaço, mas só consegui me encostar na borda da mesa. Recusei-me a demonstrar dor na presença dele, mas mordi o interior da bochecha com força suficiente para sangrar.
"Você já disse isso."
"Ah, sim. Eu disse. Ótimas habilidades de observação." Meu Deus, ele não é uma criança de cinco anos. Se recomponha, Dani. "Desculpe se eu não deveria estar aqui, estava procurando uma lista telefônica."
"Você está procurando uma lista telefônica," ele disse, e deu um passo mais perto de mim.
"Sim. Uma lista telefônica. Você tem uma? Preciso chamar um táxi. Pode se afastar um pouco, por favor?" Quero dizer, sério. Para onde eu iria? Ele me encurralou em um canto. Respirei fundo.
"Você precisa chamar um táxi," ele disse, com a voz baixa e rouca.
Soltei um suspiro frustrado. "Sim, eu preciso chamar um táxi."
"E quanto a um Uber ou um Lyft?"
"Meu celular está sem bateria," expliquei. "Mas mesmo que não estivesse, é muito antigo para o aplicativo, e meu irmão não pode me buscar. Ele ainda está na delegacia." Por que eu sentia a necessidade de oferecer tanta informação?
"Delegacia? Tipo uma estação de trem?"
"Não."
Mack franziu a testa. "Como em delegacia de polícia?"
Droga!
Mordi meu lábio. "Você pode, por favor, me deixar passar? Você está me deixando nervosa e tudo o que quero é ligar para alguém vir me buscar e me levar para casa."
"Eu te levo para casa," Booker disse enquanto voltava, com uma carranca no rosto direcionada ao "grande motoqueiro" na minha frente. "E sai de perto dela, Mack. Dá para ver que ela está assustada."
"Ela te disse que o irmão dela é policial?" Mack perguntou.
"Detetive, na verdade," corrigi e então abaixei a cabeça. Eu precisava calar a boca.
"Afasta-se dela," Booker repetiu. Eu demorei um minuto para olhar para ele e sua expressão era um pouco assustadora. Ele deu ao amigo um olhar como se fosse matá-lo se não fizesse o que disse. Em vez de me deixar nervosa, isso me fez sentir protegida. Outra indicação clara de que havia algo inerentemente errado comigo.
Mack sorriu, levantando as mãos em rendição enquanto se afastava de mim. Eu contornei a mesa e voltei para o espaço aberto, mantendo minha bolsa na frente de mim... para quê, eu não sei. Só me senti um pouco protegida de alguma forma.
"Vamos. Eu te levo para casa," Booker disse.
"Não, está tudo bem. Se você puder só chamar um táxi para mim, será suficiente."
Booker balançou a cabeça. "Estamos fechados, querida, e vai demorar um pouco para um táxi chegar, então deixa que eu te levo para casa."
Engoli seco.
"O quê?" ele perguntou.
Olhei para Mack e depois de volta para Booker. "Hum... motos não são muito perigosas?"
Booker pareceu trocar outro olhar secreto com Mack antes de ambos caírem na gargalhada.
Aproximei minha bolsa. "Bem, se vocês vão ficar aí rindo de mim, então eu definitivamente quero chamar um táxi."
Aparentemente, sou hilária quando estou morrendo de medo, porque Mack riu ainda mais.
"Tenho minha caminhonete," Booker disse, depois de se recompor.
"Com ou sem uma pá e uma lona na caçamba?"
Booker franziu a testa. "O quê?"
"Nada. Deixa pra lá." Achei que, se ele fosse me matar, não havia muito que eu pudesse fazer a essa altura. "Sim, uma carona para casa seria muito apreciada."
Booker assentiu e acenou com a mão em direção à porta de enrolar.
"Prazer em te conhecer," eu disse para Mack, e fui para fora.
"Prazer, gata," Mack respondeu para minhas costas.
Booker me levou até sua Ford F-150, e eu me virei para ele. "Posso pegar seu telefone, por favor?"
"O quê?"
"Seu telefone. Posso pegar ele por um segundo?"
Ele enfiou a mão no bolso e me entregou. "Fica à vontade."
Fui até a frente da caminhonete e tirei uma foto dela, junto com a placa, enviando as fotos para Kim para que ela soubesse quem estava me levando para casa e quando eu estava saindo. Pelo menos, se ele me matasse, eles poderiam rastrear meu assassino.
"Obrigada," eu disse, devolvendo o telefone para ele.
Ele sorriu aquele sorriso sexy de novo e abriu minha porta. Não esperava por essa gentileza enquanto ele esperava eu subir, mas disfarcei minha surpresa. Não sabia que homens motoqueiros durões faziam esse tipo de coisa.
Booker subiu ao meu lado e ligou o motor enquanto eu colocava o cinto. Ele não disse nada enquanto guiava a caminhonete para longe do Arbor Lodge e eu aproveitei para observar o interior. Era novo, com todos os acessórios, por assim dizer. Bancos de couro, detalhes em madeira e um sistema de som incrível... pelo menos parecia um sistema de som incrível. Estava desligado.
Passaram-se cerca de dez minutos e eu já tinha aguentado todo o silêncio que podia. "Seu nome verdadeiro não é Booker, é?"
Ele olhou para mim e balançou a cabeça antes de focar na estrada novamente. "Vai me dizer seu nome verdadeiro?"
"Austin Carver."
"Oh," eu disse, sem conseguir esconder minha surpresa.
Ele sorriu. "Não era o que você esperava?"
"Na verdade, não. Não me entenda mal, é um nome bonito. Soa doce, mas acho que esperava algo como Maverick ou algo assim."
"Maverick?"




























































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































