Três pessoas, uma mesa

"Essa é minha bebida," Persephone disse suavemente. "Com licença." Ela tentou passar por ele - o que não foi uma tarefa fácil, cercada por móveis e outros clientes. Eles fizeram contato visual direto quando seus corpos se tocaram.

Persephone inalou bruscamente com a proximidade desse homem, sentindo um cheiro profundo de seu perfume. "Você cheira muito bem," ela disse, enquanto empurrava contra ele para passar.

Ela alcançou o balcão para pegar a xícara de café fumegante e voltou para sua mesa.

O estranho bonito ainda estava lá, afastando as pessoas de sua mesa.

"Obrigada," ela disse enquanto se sentava no banco acolchoado de cor verde.

"Não há de quê," ele disse com um meio sorriso e um brilho nos olhos antes de se afastar.

Persephone tinha a intenção de convidá-lo para compartilhar a mesa, mas ele saiu antes que ela pudesse abrir a boca. Involuntariamente, seu olhar permaneceu nele, seguindo-o enquanto ele se dirigia ao final da fila.

"Com licença, senhorita?" Ela ouviu uma voz feminina suave vindo da direita.

Persephone se virou para o som. Uma mulher na casa dos 60 anos estava de pé ao seu lado. Ela tinha cabelos brancos na altura dos ombros e um rosto gentilmente envelhecido com os olhos azul-claros mais amáveis olhando para ela. Por um breve momento, Persephone teve a nítida sensação de que a conhecia, mas rapidamente afastou o pensamento. Afinal, ela não estava em Seattle há muito tempo e não teve tempo de se familiarizar com ninguém além do consultor financeiro que acabara de conhecer.

"Oi," Persephone respondeu, sabendo que parecia um pouco perplexa. "Posso ajudar em alguma coisa?"

"Você se importaria de compartilhar sua mesa?" A mulher perguntou de uma vez. "A menos que esteja esperando companhia?"

Persephone fez um gesto para a cadeira de madeira à sua frente. "Vou guardá-la para você depois que fizer seu pedido."

A mulher rapidamente tirou o casaco de chuva e o colocou nas costas da cadeira, no entanto, o próximo movimento surpreendeu Persephone. A mulher veio por trás da mesa e sentou seu corpo ligeiramente arredondado ao lado de Persephone no banco acolchoado.

"Estou esperando alguém - meu pedido está sendo cuidado enquanto falamos," ela apontou para os baristas e rapidamente olhou de volta para Persephone. "Você não se importa se mais alguém se juntar a nós, certo? Vendo que há duas cadeiras extras e tudo," ela fez um gesto para as cadeiras à frente delas.

Os olhos de Persephone seguiram o gesto. "Claro que não," ela disse jovialmente. "Não vou ficar muito tempo." Ela tomou um gole cauteloso de sua bebida apenas para descobrir que estava muito quente para seu gosto. Definitivamente deliciosa - mas ainda muito quente.

"Indo para o trabalho?" A mulher maternal perguntou.

Persephone balançou a cabeça enquanto pegava um guardanapo e gentilmente secava os lábios. "Não - só ansiosa para ir para casa."

"Oh querida," a mulher cobriu a boca com a mão direita. "Espero que não seja por causa da minha intromissão?" A mulher tentou se levantar, mas teve um pouco de dificuldade.

Persephone rapidamente colocou a mão no braço da mulher como se para deter o movimento. "Não!" Ela exclamou. "Não é isso de jeito nenhum," ela a tranquilizou. "Sou nova em Seattle, queria ir para casa, descansar um pouco e depois me perder na cidade para me familiarizar com ela."

"Tia Micaela!" Uma voz retumbou perto delas.

Persephone se virou para a esquerda, apenas para encontrar o homem bonito com os olhos azuis profundos olhando para a mulher sentada ao seu lado. Ele colocou dois copos de papelão na mesa.

"Olá, meu amor!" Persephone notou que desta vez a mulher mais velha conseguiu se levantar com facilidade. Ela caminhou para beijar o homem na bochecha, depois voltou sua atenção para Persephone com um grande sorriso. "Gostaria de apresentar meu afilhado, Chris Ericson."

Capítulo Anterior
Próximo Capítulo
Capítulo AnteriorPróximo Capítulo