Capítulo 9

A apresentação do GT deveria durar até às 11:00, mas já eram quase 11:30 quando Cutter finalmente chegou à sala da Sra. Owen para a reunião da equipe do quarto ano. Ele entrou e viu que ela já tinha pilhas de papéis preparados na mesa com os nomes de cada um deles. Sentando-se em frente à sua pilha, ele olhou para os outros. "Ah, você escreve R-U," ele murmurou, notando a escrita na pilha à sua frente.

Ru sentou-se na cadeira do aluno, na qual ela se encaixava muito mais confortavelmente do que ele. "Sim," ela respondeu, com um encolher de ombros.

"É abreviação de alguma coisa?" Ele folheou os papéis na sua pilha, tentando parecer despreocupado, mas ele realmente precisava saber.

"Não," ela respondeu, com outro encolher de ombros.

Cutter levantou uma sobrancelha na direção dela.

"Parece que você não é mais o único com um nome incomum," disse Jane, sentando-se na cabeceira do agrupamento de mesas que ela usava como mesa de escritório. "Cutter, você também tem um nome estranho. Tem algum significado por trás dele?" Ela estava sorrindo amplamente, como um político com um sorriso insincero no rosto.

"Não, é só um nome," ele respondeu, dando de ombros também.

"Ah, eu pensei que talvez seus pais fossem laçadores de gado ou algo assim." Jane riu da sua própria piada, mas ninguém mais riu.

Fazendo sua cara mais sincera, Cutter disse, "Meus pais não me deram esse nome."

O sorriso de Jane desapareceu e seus olhos se arregalaram.

"Fui criado por lobos. Lobos antárticos."

As duas mulheres à sua frente começaram a rir, e Jane parecia dividida entre querer disfarçar e se juntar a elas ou ficar ofendida. A pressão dos colegas venceu e ela começou a rir, embora soasse tão falsa quanto seus cílios postiços.

"Nem todos podemos ter nomes comuns como Jane," Candice murmurou baixinho.

Algo na maneira como ela disse isso deve ter pegado Ru de surpresa, porque ela começou a rir, mesmo claramente tentando não rir, e quase começou a engasgar. Cutter não sabia se deveria rir ou se preocupar. Ru tinha uma mão sobre a boca e outra sobre o estômago, tentando se controlar. "Desculpa. Desculpa," ela conseguiu dizer.

"Muito engraçado," disse Jane, com o rosto mostrando que ela não achava nada engraçado.

"Você está bem, Ru?" Cutter perguntou enquanto ela começava a se acalmar.

"Estou bem." Ela enxugou algumas lágrimas dos olhos.

"Você deve ter pais interessantes também," ele disse, esperando que Jane lhe desse um momento para cavar um pouco mais antes de insistir em começar a reunião.

Ru não estava mais rindo. "Acho que você pode dizer isso."

Parecia que ele tinha tocado em um ponto sensível. Ele fingiu não notar. "Eles moram por aqui?"

Ela limpou a garganta. "Uh... Eu não tenho pai. Minha mãe mora em Tarrytown."

"Ah," ele disse, pensando em um milhão de perguntas de acompanhamento que provavelmente não poderia fazer agora.

Mais uma vez, Candice fez um comentário murmurado. "Você é gentil em chamar a Liddy assim."

Ru deu uma cotovelada nela, embora não forte, e então voltou sua atenção para Jane. "Eu também tenho alguns papéis para todos."

"Certo. Bem, vamos começar e veremos se conseguimos encaixar isso quando chegarmos ao que vamos ensinar nas próximas semanas."

"Alguns são para estações de aprendizagem e outros para gestão de sala de aula," Ru explicou.

Jane ou não se importava ou estava muito concentrada no que estava prestes a dizer para reconhecê-la. "Ok, vamos dar uma olhada no currículo. Se vocês olharem para a pilha de papéis à sua frente, verão um mapa colorido dos nossos objetivos das primeiras nove semanas."

Cutter deu uma olhada na pilha de papéis e tentou fingir que tinha alguma ideia do que Jane estava falando. Ele esperava que sua história de capa ajudasse. Seu currículo dizia que ele tinha ensinado matemática do quinto ano antes, então se ele tivesse perguntas sobre leitura do quarto ano, certamente eles achariam isso natural, não achariam? Ele esperava que sim. Caso contrário, ele teria que fingir, e muitas crianças iriam desejar ter um professor diferente. Mas então, logo elas teriam.