


2. Contrato
"Como você ousa vir me procurar!" Isabella a encarou, tremendo incontrolavelmente, seja de dor ou de raiva.
"Não se exalte, minha querida irmã. Você acabou de ter um bebê, e ficar nervosa faz mal para a sua saúde," disse Emily, com falsidade, passando por ela e entrando no quarto do hospital.
"Eu não te recebo aqui. Por favor, saia imediatamente," disse Isabella, olhando para ela com uma expressão cautelosa, sem meias palavras ao pedir que ela fosse embora.
Emily, no entanto, parecia ignorar completamente o pedido de expulsão e casualmente tirou um grande convite de casamento vermelho de sua bolsa requintada, entregando-o a Isabella.
"James e eu vamos ficar noivos na próxima semana, e vim especificamente para te convidar para a nossa cerimônia de noivado. Como um evento tão importante pode estar completo sem você como testemunha?"
Emily sorriu, mas sua risada era um tanto irritante.
"Isso é uma exibição de vitória? Você não sente vergonha pelo que fez?" Isabella segurou o convite de casamento, com as pontas dos dedos ficando brancas.
Originalmente, tudo isso pertencia a ela: amor, um casamento e James. Mas Emily havia usado meios desonestos para tirar tudo dela.
"Os meios não importam; o que importa é o resultado... Isabella, não se sinta injustiçada. É porque você foi muito tola."
Isabella percebeu que tinha sido tola ao deixá-la entrar.
Enquanto isso, Emily já havia caminhado até o lado da cama do hospital, e seus olhos caíram sobre a criança adormecida.
"Esse é o bastardo que você deu à luz?" Ela estendeu a mão para a criança enquanto falava, suas unhas afiadas como garras.
"Não toque nele!" Isabella agarrou sua mão e a empurrou.
Isabella tinha acabado de dar à luz e não tinha forças. Foi apenas um empurrão leve, mas Emily de repente caiu no chão.
"Ah!" ela exclamou, lágrimas escorrendo pelo rosto, olhando para Isabella com olhos inocentes.
"Isabella, não me trate assim. Eu sou sua irmã, afinal. Eu sei que errei ao me envolver com James... Eu realmente não quis fazer isso. Você pode me perdoar, por favor?"
Isabella a olhou chocada e ainda não tinha entendido bem a situação quando uma figura alta passou por ela e se agachou na frente de Emily.
"Emily, o que aconteceu com você?" James a olhou com ternura e preocupação.
Isabella estava de costas para a porta e não tinha visto quando James chegou. Mas Emily tinha visto e encenado esse melodrama.
"Eu caí sozinha, James. Não culpe a Isabella," Emily falou suavemente e com fraqueza, tentando garantir que ninguém a entendesse mal.
De fato, James olhou para Isabella com um olhar frio e disse, "Isabella, eu devo assumir a responsabilidade por Emily. Se você quer culpar alguém, culpe a mim."
Ela ouviu e deu um sorriso irônico. Ele era realmente o homem que ela havia escolhido, muito responsável.
"Eu não estou te culpando, e eu não a convidei para entrar e me deixar empurrá-la."
James franziu a testa e perguntou a Emily, "Por que você veio aqui?"
"Eu... eu queria buscar o perdão de Isabella. Espero que ela possa nos abençoar. Eu não quero um casamento sem as bênçãos da família."
Emily, com lágrimas nos olhos, fez o papel de vítima, fazendo parecer que Isabella era a culpada.
"Está bem, desejo a vocês um casamento feliz e uma vida de felicidade. Isso é suficiente? Emily, se você continuar deitada no chão, não se preocupa que ele possa suspeitar que você está fingindo?" Isabella comentou.
O rosto de Emily ficou um tanto desagradável, e James, que estava tentando ajudá-la a se levantar, falhou. Ela caiu no chão novamente, com uma poça de sangue aparecendo de repente embaixo dela.
"James, estou com dor, nosso filho..." O rosto de James também mudou, e ele entrou em pânico, pegando-a e correndo rapidamente para fora. Antes de sair, ele disse a Isabella, "Isabella, por que você se tornou tão assustadora? Você sabe que ela está grávida de nove semanas?"
Grávida de nove semanas? Então, eles tinham dormido juntos mais de uma vez.
Isabella soltou uma risada amarga, seu corpo tremendo incontrolavelmente.
Ela olhou para baixo e de repente percebeu que suas calças estavam molhadas e quentes. Ela estava sangrando continuamente após o parto, e seu corpo estava incrivelmente fraco; ela estava apenas se forçando.
Nesse momento, ela sentiu como se sua força tivesse sido completamente drenada de seu corpo. Ela se encostou na parede, lentamente deslizando para o chão, incapaz de se levantar.
"Senhora, o que está acontecendo com você?" Ava entrou com uma garrafa térmica, viu Isabella sentada no chão e ficou pálida de choque, chamando alto por um médico.
O bebê, que estava dormindo profundamente, agora acordou e não entendia o que estava acontecendo. Ele chorou com todas as suas forças, sua voz rouca.
Isabella estava em um estado semi-consciente, segurando firmemente o braço de Ava, sua visão turva.
"Ava," sua voz era rouca e fraca.
"Estou aqui, Senhora. Não tenha medo; estou aqui com você," os olhos de Ava estavam vermelhos de tanto chorar. Ela era a babá de Isabella e a tinha visto crescer, e elas tinham um vínculo profundo.
"Ava, eu pareço uma tola..." Isabella sussurrou com um sorriso amargo.
Antes daquela noite fatídica, ela sempre considerou Emily sua irmã e James o amor de sua vida. Mas eles a traíram.
Isabella estava sofrendo de uma febre persistente, e levou mais de um mês para ela se recuperar minimamente.
A primeira coisa que fez depois de melhorar foi encontrar o cartão de visita de Andrew e ligar para ele.
Ela ligou para ele de manhã, e ele chegou ao hospital à noite.
Os dois se sentaram frente a frente.
Isabella parecia frágil e pálida, mas seus olhos estavam claros e brilhantes, como se seu corpo fosse a única coisa enfraquecida pela doença, enquanto sua alma permanecia forte e resoluta.
Ela olhou silenciosamente para Andrew, e essa foi a primeira vez que ela o examinou cuidadosamente.
Ele estava vestido com uma camisa escura, de ombros largos e alto. Seja por causa da iluminação ou não, ele parecia excepcionalmente alto e profundo sentado ali.
Os punhos de sua camisa estavam arregaçados, e ele usava um relógio de aço ligeiramente desgastado no pulso esquerdo.
Um relógio de homem, como uma bolsa de mulher, é frequentemente um símbolo de status. Mas o relógio dele o traiu.
Ela supôs que a família de Andrew provavelmente não era tão boa.
"Quantos anos você tem?" Isabella foi a primeira a falar.
"Vinte e oito anos," ele respondeu.
"O que você faz?" ela perguntou novamente.
"Você está verificando minha identidade?" ele levantou uma sobrancelha, suas emoções difíceis de discernir.
"Eu não tenho o direito de saber sobre o status atual do pai do meu filho?" ela disse com firmeza.
"Fazendo alguns pequenos negócios com amigos," Andrew respondeu em um tom cooperativo, acenando para ela continuar.
Ela franziu suas sobrancelhas bonitas novamente, pensando: Tipicamente, aproveitadores gostam de afirmar que estão no ramo de negócios. Isabella não ficou satisfeita com a resposta dele.
"Você tem uma residência fixa agora?"
"Não," Andrew respondeu com sinceridade.
Ele possuía muitas propriedades, e não ficava em um lugar só.
As sobrancelhas lindamente bordadas de Isabella se apertaram novamente, e ela pensou: Como ela havia imaginado. Seu julgamento preliminar de Andrew era de um típico bonitão desocupado e aproveitador.
"Se você não se opuser, eu também posso levar a criança para a casa dos meus pais," Andrew acrescentou.
A família Turner era uma família aristocrática centenária, e metade da cidade de Ithaca era propriedade deles. A mansão ancestral da família Turner estava localizada lá, uma mansão que cobria 70.000 metros quadrados, comparável a um palácio real.
Isabella estava frustrada e colocou a mão na testa. Acontece que essa pessoa não só vivia às custas dos outros, mas também dependia dos pais!
"Você terminou suas perguntas?" Andrew semicerrou os olhos.
"Sim, por enquanto é só," Isabella respondeu com um toque de irritação. Hoje em dia, desocupados sem emprego eram tão audaciosos?
Vendo que ela não tinha mais nada a dizer, Andrew entregou-lhe dois documentos.
Um era um acordo pré-nupcial, e o outro era um acordo de transferência de custódia.
Ela nem olhou para o acordo pré-nupcial, rasgando-o ao meio e jogando-o na lixeira próxima.
Ele observou suas ações e não expressou nenhuma opinião. Parecia que a escolha dela não tinha nada a ver com ele.
Isabella abriu o acordo de transferência de custódia e não leu o conteúdo desde o início, assinando seu nome diretamente no final.
Portanto, ela não estava ciente do conteúdo do acordo, que incluía compensações para ela, como propriedades, títulos, fundos e uma pequena empresa de capital aberto.
Andrew não se importava com dinheiro, e ele naturalmente não seria mesquinho com a garota que deu à luz seu filho, especialmente considerando que ela era sua companheira. Naquela noite, ele estava um pouco bêbado e inesperadamente encontrou sua companheira. Devido ao desejo extremo de um lobo por sua companheira, ele forçou essa garota a ser dele. Ele tirou sua virgindade. Ele admitiu que foi a maior perda de controle de sua vida.
Como Alfa da Alcateia da Lua Negra, ele tinha seus próprios deveres e desprezava as restrições do casamento. Ela era uma humana ignorante, e ele não permitiria ser amarrado por ela, mesmo que ele lhe desse uma escolha. Ele acreditava que o vínculo entre lobos dado pela Deusa da Lua era tolo, e ele detestava a sensação de ser controlado. Felizmente, ela não sabia disso.
Seu comportamento era indiferente, e ele não sugeriu que ela lesse o conteúdo desde o início.
"Considere-me azarada," Isabella entregou o acordo de transferência de custódia de volta a ele, junto com um conjunto de chaves e um cartão bancário.
"Eu tenho um apartamento. Depois que o bebê completar um mês, você pode se mudar. Eu pagarei regularmente a pensão alimentícia; se você não esbanjar, deve cobrir suas despesas e as do seu filho."
Andrew ficou ligeiramente surpreso, e pela primeira vez, uma leve emoção passou por seu rosto bonito, um meio sorriso tingido de curiosidade.
Então, ele... estava sendo sustentado?