Capítulo 4: Pacote Blood Moon
Kayden POV
Meu pai convocou uma reunião de emergência às 5:30 da manhã. Esfreguei os olhos, ainda meio adormecido, enquanto caminhava para o meu escritório. Desde que me tornei Alfa aos 21 anos, meu pai havia se afastado, deixando-me assumir as rédeas com sua orientação. Mas hoje? Hoje era diferente.
“Pai, o que está acontecendo?” perguntei, tentando afastar a névoa do sono da minha mente.
“Ilha Karaya,” disse Alfa Keaton gravemente, “O vulcão deles entrou em erupção.”
Isso me paralisou. A Ilha Karaya era o lar da Matilha Osupa— a maior e mais poderosa matilha do mundo. Um ataque a eles era impensável. Mas um vulcão? Isso era outra história.
“Eles estão evacuando,” meu pai continuou. “Precisamos estar prontos para receber os refugiados. Alguns já estão a caminho.”
“Quantos?”
“Último censo: 10.800 lobos.” Ele respondeu.
“Espera, 10.800?!” Pisquei, tentando processar os números. A Matilha da Lua de Sangue era uma das maiores dos EUA com apenas 2.000 lobos. Não havia como darmos conta de tantos.
Meu pai franziu a testa. “É um desastre, filho. E não somos os únicos ajudando. Alfa Marius da Matilha da Lua Azul está oferecendo assistência. Tanto nós quanto eles devemos um Juramento de Sangue aos Osupa.”
Engoli seco, sentindo o peso desse juramento. A vida do meu pai—e a minha—foi salva por Alfa Gúarionex, e a última coisa que eu queria era falhar com eles agora. “Certo. Vamos dar um jeito.”
Marcus, meu Beta, falou. “O Alto Conselho foi informado?” Seu link mental chegou: Kayden, se eles sobreviverem, vão nos superar em número. E Marius... temos certeza de que podemos confiar nele?
Não muito, respondi, olhando para Marcus.
Meu pai suspirou. “A Matilha Osupa responde apenas a Avalon. Eles não estão sob a jurisdição do Alto Conselho. Eles têm uma Sacerdotisa e uma Alta Sacerdotisa, mas...” Ele trocou um olhar com minha mãe.
“Loiza?” minha mãe sussurrou.
“Sim,” meu pai respondeu, sua voz quase inaudível. “Ela é jovem, tem apenas 22 anos. Isla disse que ela ainda está aprendendo, mas é uma situação difícil.”
O olhar da minha mãe caiu para o antebraço, o lugar onde sua marca costumava estar. Era um lembrete suave e amargo do que havia sido perdido, e pude ver a dor atravessar seu rosto. Meu pai se aproximou para confortá-la, sua voz baixa. “Você fez sua parte, amor. Já acabou.”
Ela não respondeu, mas pude ver que estava tentando afastar a velha dor. Eu sabia que havia mais naquela história, mas não era o momento.
Limpei a garganta. “Marcus, Avis—encontrem um lugar seguro para os aviões aterrissarem. Preparem os médicos. Gabriel, fique com meu pai e coordene com Marius. Quero encontrá-lo pessoalmente o mais rápido possível.”
Gabriel assentiu e saiu apressado da sala.
Soltei um suspiro lento. A situação estava longe de ser ideal. Marius... bem, eu não era fã do homem. Claro, ele era um aliado, mas eu tinha minhas reservas. E embora eu não tivesse problema com relacionamentos casuais, nunca permiti que eles nublassem meu julgamento. Meu dever para com minha matilha era mais importante do que qualquer outra coisa.
Agora, isso significava fazer tudo o que pudéssemos para ajudar os Osupa e proteger nosso povo. Todo o resto poderia esperar.
