Capítulo 3

Jacqueline sentou-se em frente ao grande espelho no quarto; o homem já havia saído. Ela tinha concordado em se tornar sua esposa e sua escrava. Era estranho como ele havia sorrido sombriamente e saído do quarto imediatamente após seu acordo, sem dizer mais uma palavra.

Jacqueline saiu do quarto, e o medo a dominou quando viu três homens armados esperando por ela. Não, ele não teria denunciado ela; ela havia aceitado o acordo dele.

Os homens a agarraram facilmente, injetaram algo nela, e ela imediatamente desmaiou.

Jacqueline acordou com lágrimas no rosto, encontrando-se em um quarto escuro e silencioso. Ela estava amarrada a uma cadeira e sua boca estava amordaçada. Tentou se soltar das cordas, mas era quase impossível.

Ela não podia acreditar que o homem havia contado para Chain sobre suas ações, apesar de seus pedidos. Depois de tudo o que ele fez, ele realmente fez isso! Se ela saísse viva dali, ela garantiria que ele apodrecesse no inferno.

Jacqueline sentiu algo frio sendo derramado sobre ela, e o cheiro de sangue atingiu suas narinas, deixando-a momentaneamente cega.

Ela ouviu passos se aproximando e sentiu um tapa pesado em sua bochecha, seguido por outro em seu rosto. Sangue escorreu de seu nariz. Jacqueline gemeu de dor enquanto lágrimas escorriam de seus olhos. Sua visão voltou, e ela viu exatamente a pessoa que esperava: Chain.

Ele nunca mostrava seu rosto, sempre escondido atrás de uma máscara. Falando em máscaras, Jacqueline percebeu que sua máscara havia sido removida; agora eles sabiam sua verdadeira identidade. Um homem alto e bem forte foi enviado para desamarrar o pano de sua boca.

Jacqueline arfou alto quando o pano foi removido, mas o alívio durou pouco, pois Chain envolveu sua grande mão em volta de sua garganta, sufocando-a.

"Como você ousa!? Como você ousa pensar que pode me enganar? Você teve a audácia de drogar meus clientes, apesar de ter sido bem paga! A penalidade por seus pecados é a morte!" Chain disse em um tom mortal.

Lágrimas escorreram dos olhos de Jacqueline enquanto Chain apertava seu aperto em sua garganta. Ela tinha certeza de que já estava a caminho do além, prestes a dizer sua última oração, quando sentiu a mão dele deixar sua garganta.

"Chefe Chain!" alguém chamou, e Chain resmungou de desagrado por ser interrompido. Ele deixou Jacqueline e seguiu o servo que o havia chamado.

Jacqueline arfou por ar enquanto a dor explodia em seu peito. Ela se sentia extremamente triste por talvez morrer em breve, e o pensamento de deixar Jennie sozinha fez mais lágrimas caírem de seus olhos.

Chain voltou minutos depois e a encarou com nada além de ódio em seus olhos.

"Então é o seguinte: eu te deixo ir se você me pagar 80 milhões de dólares, o valor total que aqueles homens gastaram para você transar com eles. A segunda opção é morrer pelas minhas mãos, e a terceira opção é morrer pelas mãos de outra pessoa. Agora faça sua escolha," disse Chain, olhando fixamente para ela.

Jacqueline sentiu sua cabeça girar. Ela sabia que, mesmo se vendesse seus órgãos e sua alma, não conseguiria juntar essa quantia enorme de dinheiro. Ela não poderia morrer pelas mãos de Chain; ele a odiava profundamente e não hesitaria em lhe dar a morte mais dolorosa imaginável.

"Você tem mais três segundos para fazer sua escolha," Chain disse friamente, apontando sua arma para ela, pronto para puxar o gatilho.

"Opção três," Jacqueline disse, e Chain revirou os olhos antes de abaixar a arma.

"Desamarrem ela," ele disse a um dos guardas, que imediatamente começou a desamarrá-la. "Você sabe o que fazer," Chain disse antes de deixar Jacqueline sozinha com os guardas. Jacqueline estava assustada, mas o principal que ela ponderava era a identidade da pessoa que iria matá-la.

Ela foi levada a um quarto onde tomou um banho e vestiu um longo vestido preto com decote em V que deixava suas costas nuas expostas. Deram-lhe saltos prateados para usar e ela se perguntou se estavam a vestindo para sua viagem ao além.

Jacqueline foi conduzida a um quarto onde Chain e dois outros homens que ela não conhecia estavam esperando.

"Então é o seguinte: você será enviada para uma mansão escondida em Roma onde será empregada de alguém que estamos tentando capturar e destruir há anos. Você usará seu charme para fazê-lo se apaixonar por você, e depois disso, você o atrairá para um local secreto onde ele será executado por nós. Mas fique avisada, ele é um homem muito brilhante e astuto. Sua inteligência é incomensurável; se você não for cuidadosa, ele detectará facilmente o esquema e te matará. Você fornecerá informações sobre ele para nós, e se você errar, sua irmãzinha, que foi diagnosticada com leucemia, morrerá," Chain explicou.

Jacqueline engoliu em seco, tentando entender a gravidade de sua situação e como havia arrastado Jennie para sua confusão de forma tola. Mesmo assim, Jacqueline assentiu, indicando que entendeu tudo o que Chain disse.

"E saiba que qualquer traição, jogo sujo ou erros resultarão na morte de você e de sua irmã. Aconselho você a usar seu cérebro. Espero estar sendo claro, Jacqueline Cruz," Chain disse, e Jacqueline engoliu em seco de medo ao ouvir seu nome completo.

Eles deixaram claro que ela partiria no dia seguinte e ficaria confinada até então. Jacqueline ligou para sua melhor amiga, Ariel, explicando tudo o que havia acontecido e implorando para que ela cuidasse de Jennie. Ela enviou dinheiro para Ariel comprar os medicamentos de Jennie.

No dia seguinte, Jacqueline foi enviada em um ônibus preto. O motorista não se deu ao trabalho de trocar palavras com ela, então Jacqueline ficou sozinha com seus pensamentos. Ela se sentia inegavelmente assustada e estava impressionada com o fato de ter conseguido se manter firme. Pensou em Jennie e Ariel, deixando para trás as pessoas que amava.

Ela se arrependia de tudo—ter entrado no clube de strip-tease, se envolver com Chain e sua perigosa máfia, tudo isso. Lembrou-se de quando conheceu Ashley na faculdade; elas eram boas amigas. Quando as contas ficaram pesadas demais, Ashley a apresentou ao clube Dynasty e a Chain. Ela tinha 21 anos na época, mas Chain viu potencial nela, e com o tempo, ela se tornou a melhor dançarina do clube, ganhando milhões para ele.

Ele a priorizou, o que fez Ashley ficar extremamente invejosa e começar a odiá-la. Agora, ela desejava nunca ter conhecido Ashley. Estava bem sendo garçonete, sem se tornar um peão em uma luta da qual não sabia nada. Lágrimas caíram de seus olhos enquanto seu corpo tremia. Levaram mais seis horas para chegarem a Roma.

Jacqueline desceu do carro, e o motorista corpulento também saiu.

"Chain me instruiu a lembrar você de ser cuidadosa. Você tem o número dele; reporte até a menor informação que conseguir sobre ele para Chain. Lembre-se, você era uma garçonete pobre procurando por pastos mais verdes. Boa sorte, Jayz," ele disse antes de voltar para o carro e ir embora.

Jacqueline respirou fundo, reunindo sua compostura. Ela tinha que continuar lutando. Ela ficou em frente à grande e requintada mansão e reuniu coragem para tocar a campainha.

Uma senhora idosa correu até o portão e a conduziu para dentro.

"Você deve ser a nova empregada aqui. Eu sou a Sra. Penelope Douglas. Bem-vinda, minha querida," disse Penelope.

Jacqueline observou a senhora idosa de cabelos grisalhos e respondeu, "Obrigada, Vovó Penelope. Meu nome é Jacqueline Cruz," com um sorriso caloroso.

Tendo atraído e enganado muitos homens antes, fingir era sua segunda natureza. Penelope sorriu e levou Jacqueline para dentro. Penelope mostrou a mansão grandiosa, e os olhos de Jacqueline se arregalaram em admiração.

"Temos outras empregadas aqui, mas você, minha querida, vai servir ao jovem mestre, Alexander Vladimir," disse Penelope após o tour.

Jacqueline mentalmente anotou o nome dele; ela tinha que fornecer até a menor informação para Chain.

"Seu uniforme e tudo mais serão fornecidos. Vou mostrar seu quarto," disse Penelope, levando Jacqueline até seu quarto. Jacqueline caiu na cama com um suspiro alto depois que Penelope saiu. O quarto era bastante grande. Ela entrou no closet e viu alguns uniformes de empregada arrumados para ela, junto com algumas outras coisas necessárias. Penelope havia instruído-a a limpar o quarto do jovem mestre após seu banho—uma excelente oportunidade para reunir mais informações.

Jacqueline tomou seu banho e vestiu o uniforme de empregada—um vestido preto bastante curto com intrincados desenhos brancos.

"De uma mulher muito procurada a uma empregada," Jacqueline murmurou, suspirando cansada.

Ela saiu do quarto e pegou o elevador até o quarto andar, o andar do mestre, como Penelope havia chamado.

Segundo ela, o jovem mestre e seus conhecidos ocupavam o quarto andar.

Jacqueline abriu nervosamente a porta do quarto dele, e sua boca caiu ao ver o espaço luxuoso. O quarto dele era ainda maior que seu apartamento inteiro, sem contar o banheiro ou o closet. Algumas pessoas simplesmente nascem com sorte.

O quarto já estava extremamente limpo. Ela se perguntou por que Penelope havia instruído-a a limpá-lo, mas não podia perder a oportunidade. Começou a inspecionar o quarto e examinar cuidadosamente os pertences dele, mas não encontrou nada importante; era como se ele mal ficasse no quarto.

Jacqueline suspirou derrotada e caiu na cama com um leve baque. Ela se perguntou que tipo de pessoa era o tal jovem mestre. Seria ele um adolescente, 16 anos? Ela não conseguia imaginar machucar uma criança. Jacqueline bocejou suavemente, exausta e tentada pela cama confortável. Decidiu descansar um pouco antes de sair.

Segundo a Vovó Penelope, o jovem mestre voltaria em uma semana. Com esse pensamento, Jacqueline fechou os olhos e, sem perceber, caiu em um sono profundo.

Um Rolls-Royce preto elegante parou no estacionamento, e uma figura atraente emergiu dele.

Penelope correu em sua direção. "Jovem mestre, você disse que voltaria em uma semana," ela disse.

"Alexander," ele corrigiu. "Mudança de planos," ele acrescentou, começando a caminhar em direção à mansão.

"E a nova empregada chegou?" ele perguntou.

"Sim, jovem... quero dizer, Alexander," Penelope disse antes que Alexander pegasse o elevador para seu quarto.

Os olhos de Jacqueline se abriram de repente enquanto ela arfava, percebendo que havia dormido por três horas seguidas. Ela pulou da cama e correu para a porta.

No entanto, quando a abriu, foi surpreendida pela visão que menos esperava. Seus olhos se arregalaram ao se deparar com a pessoa que menos esperava ver: o cara arrogante que descobriu a verdade sobre ela. A exata pessoa que informou Chain sobre suas ações e a lançou no inferno em que estava agora.

O ódio percorreu suas veias, mas ela estava aliviada que era ele. Ela tinha certeza de que ele era o tal jovem mestre. Ela garantiria que reportaria tudo sobre ele para Chain, incluindo o número de vezes que ele respirava e piscava. Ela garantiria que ele fosse arrastado para o inferno; caso contrário, seu nome não seria Jacqueline Cruz.

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