Capítulo 4

"Quem diabos é você?" ele perguntou arrogantemente, depois de avaliá-la de cima a baixo.

"Eu... eu sou a nova..."

"Jacqueline," Penny chamou, interrompendo-a antes que pudesse terminar. "Alexander, esta é Jacqueline Cruz, sua nova empregada pessoal," disse Penelope.

Um brilho sombrio surgiu nos olhos dele, como se tivesse acabado de descobrir o segredo mais obscuro dela. Ele não disse nada, e Penelope a levou para fora do quarto dele.

O telefone dele começou a tocar. Ele verificou o identificador de chamadas e viu 'Viper' exibido. Ele atendeu a ligação.

"Chefe, ela chegou em Roma e sua missão começou," Viper relatou antes que Alexander encerrasse a chamada.

Ele notou uma pulseira de prata no chão—claramente, tinha caído do pulso da empregada. Ele a pegou, e um brilho sombrio surgiu em seus olhos.

"Que comece o jogo," ele disse com um sorriso sádico nos lábios.

Penelope acompanhou Jacqueline até seu quarto. Já era tarde, e Penelope sabia que Jacqueline precisava de sua beleza de sono. Ela precisaria de toda sua força para lidar com aquele garoto perverso.

"Durma bem, Jacqueline," disse Penelope com um sorriso.

Jacqueline assentiu. "Boa noite, Vovó Penelope," ela disse antes de entrar em seu quarto e fechar a porta.

Jacqueline se perguntou como alguém tão gentil e amável tinha se envolvido com aquele filho do diabo. Ela pegou seu telefone e digitou o nome completo de Chain Alexander. Deitou-se na cama, e demorou uma hora a mais para conseguir dormir.

……

"Eu sei que você deve estar incrivelmente cansada, mas o jovem mestre acorda com o sol. Se você pretende atender às necessidades dele, deve acordar ainda mais cedo, ou talvez você não seja adequada para o trabalho," Penelope disse arrastadamente.

Eram exatamente 4 da manhã, e Jacqueline não via sentido em se tornar uma coruja só por causa daquele homem cruel.

No entanto, ela se consolou com o fato de que precisava desse emprego. Chain também havia oferecido pagar-lhe 2 milhões de dólares após a conclusão bem-sucedida, o que seria suficiente para lhe dar um pouco de folga.

Jacqueline mal conseguia manter os olhos abertos; até um cego veria que ela estava privada de sono.

Penelope lhe entregou uma bandeja com café quente e omeletes.

"Certifique-se de servir isso a ele," ela disse, e Jacqueline assentiu. Haveria alguma maneira de envenenar esse cara ela mesma? O trabalho seria concluído mais rápido se ela o fizesse.

Jacqueline mordeu o lábio enquanto o pensamento causava estragos em sua mente. Ela saiu do elevador e chegou à frente do quarto dele após mais alguns segundos. Engoliu em seco nervosamente antes de bater na porta, mas não houve resposta. Ela bateu mais três vezes, ainda sem resposta. Jacqueline engoliu em seco novamente antes de abrir a porta, encontrando-se em um quarto escuro. Ela imaginou que morcegos poderiam realizar reuniões ali. Ele ainda estava dormindo? Ela mordeu a língua para evitar zombar.

Seus pés pisavam suavemente no chão enquanto ela se dirigia à mesa e colocava a bandeja gentilmente.

Ela não conseguia ver a cama e não tinha certeza se estava sozinha no quarto. Ela não se importava; só queria sair. Ela se virou rapidamente e se dirigiu para a porta, mas quando tentou abri-la, a voz alta dele ressoou em seu ouvido.

"Quem disse que você podia sair?" ele perguntou por trás dela, e Jacqueline sentiu como se seu coração fosse saltar para a garganta. Ela se virou lentamente e viu a silhueta dele atrás dela. Como ele tinha chegado tão perto sem que ela notasse?

"Bom dia, Sr. Vladimir," Jacqueline cumprimentou educadamente, imediatamente desviando o olhar quando não conseguiu suportar a intensidade.

"Eu não percebi que você estava aqui; tudo está tão... escuro," ela murmurou, embora fosse alto o suficiente para ele ouvir.

Ele continuou a encará-la. Ela deu um passo para trás dele. Ele a reconheceu do encontro no clube? Ele tinha estado entre suas pernas; seu rosto ficou vermelho, e ela estava feliz que as luzes estavam apagadas. Caso contrário, ele teria visto suas bochechas coradas.

"Quem é você?" ele perguntou, examinando-a como se ela fosse um espécime. "Meu nome é Jacqueline Cruz, e eu sou italiana," Jacqueline disse, inquieta. A maneira como ele a olhava fazia com que ela sentisse que poderia cair morta a qualquer momento.

Jacqueline se afastou até suas costas estarem pressionadas contra a porta.

"Certo, Jacqueline, mas saiba disso: se eu detectar qualquer insinceridade ou jogo falso, eu mesmo vou esmagar você. Entendido?" A voz dele era crua e profunda, afetando cada parte dos sentidos de Jacqueline. Gritava perigo, e correr pela vida parecia a melhor opção agora. Ele olhou profundamente em sua alma, e Jacqueline assentiu enquanto o olhar dele exigia uma resposta.

"Saia," Alexander disse, colocando mais distância entre eles. Jacqueline imediatamente saiu correndo do quarto, ofegando nervosamente. Droga, ele era assustador.

Um homem com cabelo vermelho-sangue e olhos igualmente vermelhos passou pela grande porta da mansão.

"Onde está Alexander?" ele perguntou a uma empregada que passava.

"O Lorde Alexander está no escritório, senhor," ela respondeu. Ele assentiu e se dirigiu para lá. Ele foi para o elevador, mas a porta se abriu para revelar uma bela donzela que aparentemente... era uma empregada? Suas botas pretas deslizaram pelo chão, e em poucos minutos, ele chegou ao escritório de Alexander.

Alexander estava vestido com uma camisa branca de manga longa, calças pretas soltas e botas pretas. Sua figura alta estava em frente à janela enquanto fumava tranquilamente.

"Eu não sabia que você estava contratando modelos para serem suas empregadas agora," Romano provocou.

Alexander se virou para olhá-lo com seus olhos entediados e cansados. Romano Rocco podia dizer com ousadia que nunca tinha visto vida naqueles olhos.

"Por que você está aqui?" Alexander perguntou despreocupadamente. Romano sorriu.

"Tenho recebido chamadas e mensagens angustiadas desde que trocamos de navio," Romano disse.

Alexander continuou a encará-lo enquanto uma espessa carranca se formava em seu rosto.

A noite chegou rápido demais para Jacqueline, que se revirava desconfortavelmente na cama. Era o mesmo pesadelo de novo: a memória assombrosa do acidente de carro de seus pais.

"Não!!!!" Jacqueline gritou ao acordar completamente, gotas de suor pontilhando sua testa enquanto segurava os lençóis com força. O trauma sempre a atingia mais forte do que antes. Ela saiu da cama, vestida com uma regata preta fina e shorts jeans.

Incapaz de dormir, ela saiu do quarto e foi para o jardim. Sentou-se em um dos bancos; o ar frio atingia sua pele, mas ela estava muito triste para sentir. Seus pais não tinham feito nada de errado, mas foram mortos impiedosamente. Ela estava com eles naquele dia, e foi um milagre que ela e Jennie sobreviveram. As investigações revelaram que suas mortes foram planejadas—alguém os assassinou e, ao fazer isso, tirou sua felicidade.

Jacqueline ouviu um barulho alto que não conseguiu identificar imediatamente. Parecia o uivo de um lobo, e Jacqueline olhou para cima para ver a lua cheia brilhando gloriosamente no céu. Poderia ser verdade? Havia realmente um lobo por perto? O medo quase a consumiu, e Jacqueline saiu correndo da cadeira.

Ela alcançou a porta dos fundos, que levava aos aposentos dos servos, e lá estava ele—imponente e ameaçador—um grande lobo negro que a olhava como se já estivesse imaginando devorá-la. Jacqueline ficou paralisada de medo.

Ela gritou alto antes de fugir, o grande lobo a perseguindo. Jacqueline correu desesperadamente por sua vida.

Alexander estava na janela de seu quarto com uma taça de vinho na mão, observando a cena se desenrolar.

"Bem, alguém vai ser o lanche da meia-noite do Damon," Alexander disse com uma risada. Jacqueline correu o mais rápido que pôde, sem ousar olhar para trás.

Ela chegou ao labirinto em pouco tempo e continuou correndo, sem saber para onde estava indo. O lobo estava em seu encalço, e Jacqueline sabia que ele a alcançaria em breve. Ela começou a chorar.

Ela viu uma silhueta alta emergindo da escuridão, uma figura que parecia pertencer ali.

Alexander! Ela começou a correr em direção a ele, mas parou no meio do caminho. Parecia que o tempo havia desacelerado. O lobo parecia ter parado de persegui-la ao ver Alexander.

Jacqueline estava presa entre Alexander e o lobo selvagem, seu coração batendo forte em seus ouvidos. Ambos eram perigosos; ela não sabia qual era mais perigoso. Ela sabia que qualquer um poderia devorá-la se cometesse o menor erro.

Ela sabia que ambos eram capazes de devorá-la se cometesse o menor erro. Mais importante, ambos eram seus inimigos; fazer a escolha errada a colocaria em um túmulo precoce. Alexander a olhou com uma diversão sombria nos olhos e um sorriso sinistro nos lábios.

Jacqueline sabia que não podia se dar ao luxo de fazer a escolha errada. Ela esqueceria o fato de que ele era seu inimigo por enquanto. Com isso, Jacqueline correu para Alexander, esperando por alguma proteção, e se escondeu atrás dele.

"Por favor, me ajude," Jacqueline implorou em lágrimas, mas como estava errada. Ela havia feito a escolha errada no final. Alexander a puxou de trás de si.

Os olhos de Jacqueline se arregalaram loucamente além das órbitas, e mais lágrimas caíram livremente. Ele a empurrou em direção ao lobo, e como se o lobo soubesse que seu mestre lhe dera permissão para devorar, ele avançou em direção a ela com o máximo zelo para completar a missão.

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