Em seus braços

"Bom, acho que vou ter que descobrir sozinha," disse Nicole, então ela procurou algo para cozinhar na geladeira.

Ela colocou os fones de ouvido e começou a cozinhar ao ritmo da música. Ao contrário de sua irmã, ela sempre gostou de cozinhar. Sua babá tinha sido sua melhor professora, ensinando-lhe muitas coisas. Através dela, Nicole desenvolveu uma paixão pela jardinagem, e sua babá sempre dizia que se você falar com carinho com as plantas, elas ficam bonitas e florescem.

Ela preparou ovos Benedict, torradas, café e suco de laranja.

Quando se virou, viu Bruno encostado na parede, observando-a. Ela o ignorou, colocou o café da manhã para os dois na mesa, sentou-se e começou a comer.

"Não pensei que você gostasse de cozinhar. Você é muito boa nisso," comentou Bruno.

"Obrigada," respondeu Nicole.

Eles terminaram a refeição em silêncio, e depois que terminaram, Bruno saiu enquanto ela ficou para limpar a cozinha.

A casa era realmente grandiosa, em estilo vitoriano, herdada por Bruno de seus avós. Os móveis e decorações eram em sua maioria de madeira, pintados em cores claras, e os pisos eram adornados com belos tapetes que combinavam com as cores das paredes.

Nicole saiu para explorar o jardim. O design era simplesmente perfeito. Ela se aproximou de alguns enormes arbustos de rosas—eram magníficos. O jardineiro a advertiu para não cortar nem uma única rosa, pois Bruno ficaria furioso.

"Essas rosas foram plantadas e cuidadas pela avó do Sr. Bruno, por isso são tão preciosas para ele," explicou o jardineiro.

"Entendo. Não se preocupe, não vou danificá-las," assegurou Nicole.

A vida nesse lugar era muito diferente do que ela estava acostumada em Nova York. A casa era cercada por uma natureza abundante e localizada no Vale do Rio Hudson, nos arredores de Riverdale, em uma área residencial. No século XIX, era onde as pessoas mais ricas de Manhattan construíam suas residências. No século XX, foi povoada por judeus, irlandeses e italianos, incluindo os avós de Bruno.

Ela se sentia tão diferente estando naquele lugar. Estava acostumada ao agito da grande cidade, vivendo com seus pais no Upper East Side, perto do Central Park, cercada por prédios, museus e restaurantes, perto da Quinta Avenida. Ela só interagia com a natureza quando visitavam a casa de campo de seus pais em Catskill, um de seus lugares favoritos. Ela e sua babá transformaram o jardim em um lugar maravilhoso.

Ela subiu para o quarto para tomar um banho. Já era tarde, e ela precisava preparar o jantar. Bruno ainda a proibia de sair de casa, então ela passou o dia inteiro no jardim.

Ela preparou um rosbife com salada e purê de batatas. Desceu até a adega para pegar uma garrafa de vinho tinto, percebendo que havia mais vinhos ali do que em uma loja de vinhos. Escolheu um Malbec.

Durante o jantar, Bruno estava muito sério. Ela notou que ele a olhava de vez em quando. Eles comeram em completo silêncio, e depois ele se retirou para o escritório.

Nicole limpou tudo. Quando estava indo para o quarto, ouviu uma música suave vindo do escritório de Bruno. Intrigada, ela se aproximou, e nesse momento, Bruno abriu a porta.

"O que você está fazendo aí? Entre," ele disse.

"Não acho apropriado. Não gostaria de interromper você," ela respondeu.

"Você não está. Entre e sente-se."

Bruno pegou a garrafa de uísque, serviu um copo e ofereceu a Nicole. Ela hesitou em aceitar, mas para manter a paz, pegou o copo.

Ele se sentou ao lado dela sem falar, apenas a observando. Isso a fez se sentir muito desconfortável—seu olhar intenso e o álcool correndo por suas veias a faziam sentir calor.

Quando Bruno chegou à mansão naquela tarde, ficou surpreso ao descobrir que Nicole já havia preparado o jantar. Para ser honesto, a última coisa que ele esperava dela eram habilidades culinárias. Quando ele pediu para ela cozinhar, foi apenas para irritá-la. Ele assumiu que uma garota mimada não saberia como fazer isso.

Ele apertou um botão em um pequeno controle remoto, e uma melodia suave começou a tocar ("The Thrill Is Gone" de B.B. King). Desde o incidente com Shelsy, ele tinha o hábito de ouvi-la, sentindo que era perfeita para ele. Ele sorriu com esse pensamento.

Ele rapidamente terminou seu uísque e, depois de um tempo, percebeu que não conseguia parar de olhar para os lábios dela. O uísque, a companhia deles e a música tocando não eram uma boa combinação—tinham despertado seus sentidos.

Ele se inclinou e a beijou agressivamente, como se precisasse dela. Pegou-a nos braços e a levou para o quarto, colocando-a na cama. Ele tirou suas roupas com urgência.

Nicole aproveitou o espetáculo maravilhoso dali. Bruno deitou-se sobre ela, suas mãos explorando avidamente cada centímetro de seu corpo, beijando cada pedaço de sua pele. Ele lentamente afastou suas pernas para entrar nela. Ela tremeu, pensando que sentiria dor como na primeira vez, mas estava enganada. Cada movimento lhe trazia um imenso prazer, e ela se sentia flutuando. De repente, ela explodiu em um mar de sensações. Bruno abafou um gemido, depois se afastou dela.

Ele caiu em pensamentos profundos, percebendo que era incrível estar dentro dela novamente. Ela era tão apertada, sua pele, seu corpo—tudo era tão perfeito. Ele precisava se distanciar; estava começando a sentir que precisava dela, e isso não podia acontecer, não com ela.

Nicole acordou muito cedo na manhã seguinte, e Bruno já tinha ido embora. Ela ainda podia sentir o cheiro dele no travesseiro. Levantou-se e tomou um banho antes de descer para o café da manhã. Depois de terminar, saiu para o jardim, e um segurança se aproximou dela.

"O senhor deixou o país. Ele instruiu que você só pode sair com seus pais, caso contrário, deve ficar na mansão."

Ela não entendia o que estava acontecendo com Bruno. Ele apenas a usou, e ela tola, caiu nos braços dele.

Uma semana se passou desde que Bruno partiu, e Nicole não tinha ideia de onde ele estava.

Naquele dia, ela acordou muito tarde e não tinha energia para nada. Desceu para tomar café ainda de pijama. Ao entrar na cozinha, ouviu vozes na sala de estar. Aproximando-se para ver o que estava acontecendo, viu Jack, o segurança, conversando com um rapaz loiro. Quando se virou, viu que era Dante, seu cunhado.

"Olá, cunhadinha. Como você está?"

"Muito bem, obrigada."

"Bruno me disse que estará fora na Itália, então vim ver se você precisa de alguma coisa. Meus pais pedem desculpas por não poderem vir; ainda estão na Austrália."

Eles conversaram por um bom tempo, e Nicole achou Dante um cara agradável e bonito. Ele era alto, loiro, com olhos verdes e um corpo bem definido. Tinha um caráter alegre e animado, completamente oposto a Bruno.

Dante a fez se sentir à vontade, então ela decidiu contar a ele que Bruno a proibira de sair ou receber visitas. Ela queria ver sua amiga Sophie, pois não se viam desde antes do casamento. A mansão era grande e bonita, mas o confinamento estava começando a deixá-la desesperada.

"Bem, parece que meu irmãozinho está se comportando como um verdadeiro idiota. Tenho que ir, cunhadinha, mas prometo que voltarei."

No dia seguinte, bem cedo, houve uma batida na porta do quarto de Nicole. Ela rapidamente acordou antes de abrir, e quando o fez, teve uma agradável surpresa.

"Sophie! Não acredito!" exclamou, completamente feliz.

"Oi, pequena, senti sua falta," cumprimentou Sophie.

"Outro dia eu te liguei, mas você não atendeu," continuou.

"Desculpe, Sophie. Para ser honesta, fiquei muito magoada. Você não me convidou para o seu casamento, e eu soube pela mídia," respondeu Nicole.

"Na verdade, não convidei ninguém. Só meus pais e minha irmã estavam lá. Max também não veio. Todos os convidados eram da família Leone. Me senti tão estranha no meu próprio casamento. Mas me diga, como Jack deixou você entrar? Bruno me proibiu de ter visitas."

"Seu cunhado veio me buscar. Sua mãe deu a ele meu endereço. Que cunhado incrível você tem," disse Sophie com uma risada.

"Hahaha, você nunca muda, Sophie. Vou ter que agradecê-lo por trazer você aqui. Significou muito para mim."

"Me conte sobre essa proibição de visitas do seu marido. A propósito, onde ele está?"

"Ele está fora do país. Temos muito o que colocar em dia. Tenho tanto para te contar."

Elas passaram horas conversando no quarto, e quando desceram, encontraram Dante sentado na sala de estar.

"Cunhado, que bom que você ainda está aqui. Obrigada por trazer a Sophie. Foi uma surpresa agradável. Você se junta a nós para uma refeição? Vou preparar algo," perguntou Nicole.

"De jeito nenhum, cunhadinha. Vou levar vocês duas para uma refeição, por minha conta. Vamos acabar com seu confinamento. Vamos tirar você dessa prisão, e você não precisa me agradecer por nada," disse Dante com uma piscadela.

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