A dona da casa
Nicole não pôde deixar de sorrir. Dante era tão diferente de Bruno, como dois polos opostos. Ela estava feliz por finalmente poder sair.
Apesar da desaprovação de Jack, eles deixaram a mansão. Ele os seguiu de perto. Dante os levou a um restaurante da moda, estiloso e moderno, localizado no último andar de um prédio de frente para o Central Park, oferecendo uma vista maravilhosa.
"É maravilhoso poder sair e aproveitar essa vista novamente. Achei que poderia ser uma prisioneira para sempre," exclamou Nicole.
"Eu sei, mana. Tenho certeza de que Bruno foi longe demais, mas acredito que ele será diferente quando voltar. Esse tempo afastado vai dar a ele um tempo para pensar," Dante a tranquilizou.
"Eu realmente espero que Bruno trate a Nicole melhor. Ela não merece tudo o que ele fez," comentou Sophie, abraçando sua amiga.
Eles continuaram conversando por um tempo quando, de repente, Leandro e Shelsy se aproximaram.
"Olá, Nicole. Nos encontramos novamente," cumprimentou Leandro.
"Oi, Leandro. Que coincidência. Gostaria de se juntar a nós? Ainda não pedimos nada, e a comida aqui é deliciosa," convidou Nicole.
Dante e Shelsy permaneceram em silêncio. A atmosfera ficou tensa e desconfortável. Nicole pensou que convidá-los poderia ter sido um erro. Felizmente, Leandro recusou o convite e se despediu. Quando o casal se afastou, Dante recuperou o sorriso, mas Nicole sentiu que algo estranho estava acontecendo, algo que ela não sabia.
Eles tiveram uma refeição tranquila, cheia de anedotas e risadas, e depois deixaram o local.
"Desculpe mesmo, Dante. Não pensei que a companhia deles te deixaria desconfortável," desculpou-se Nicole.
"Não se preocupe com isso. É uma longa história que te contarei um dia. Por enquanto, prefiro não falar sobre isso," respondeu Dante.
Ele os levou de volta à mansão. Sophie queria ficar com Nicole, mas Jack não permitiu. Então, Dante a deixou em sua casa.
Um mês se passou sem nenhuma notícia de Bruno. Nicole percebeu que nem sequer tinha o número de telefone dele. Ela tentou consegui-lo com Jack, mas foi impossível. Aquele homem era tão leal e teimoso quanto um cão de guarda.
Era o fim da semana, e sua mãe veio buscá-la para levá-la para casa. Seu pai queria vê-la, e eles haviam planejado uma refeição juntos. Como sempre, Jack a seguia. Nicole estava feliz porque veria Max, embora não estivesse contente que Sondra estaria lá.
Eles tiveram um dia esplêndido. Sondra estava ausente, e Max e Nicole colocaram a conversa em dia. Ele contou que havia começado uma pequena empresa de design.
"Fico feliz que você tenha começado seu próprio negócio. Sei que logo se tornará um dos melhores. Eu te conheço, e sei que você vai longe com isso," disse Nicole.
Sophie chegou naquele momento, e finalmente os três puderam ficar juntos.
"Que ótimo, Sophie. Finalmente, nós três estaremos juntos por um tempo," disse Nicole enquanto se levantava para abraçar sua amiga.
O dia passou rapidamente, e quando a noite se aproximou, Nicole se despediu de todos. Ela tentou ao máximo não chorar. Como ela queria poder contar tudo a eles e ficar lá, mas não queria preocupar seus pais.
Seu pai se ofereceu para levá-la para casa, e Nicole aceitou de bom grado. Não era agradável viajar com Jack; ele era um homem muito frio.
Quando estavam prestes a entrar no carro, uma mulher estranha chamou seu pai. Nicole percebeu que ele estava nervoso. A mulher fixou o olhar em Nicole, mas seu pai entrou rapidamente no carro, ignorando-a.
"Papai, quem é aquela mulher? Ela me pareceu muito estranha," perguntou Nicole.
"Não sei, querida. Talvez ela tenha se aproximado de mim por engano, pensando que eu era outra pessoa," respondeu seu pai.
"Mas ela te chamou pelo nome, ou pelo menos foi o que me pareceu."
"Relaxa, querida. Você deve ter ouvido errado."
Ela notou o nervosismo e a leve irritação dele, então decidiu permanecer em silêncio. Ela só esperava que ele não estivesse enganando sua mãe. Isso a destruiria.
Apesar de sua figura extremamente magra, a mulher era muito bonita. Ela tinha cabelos pretos e olhos azuis, assim como Nicole.
Leandro decidiu falar com seu pai sobre seus sentimentos por Nicole.
"Tem uma garota que me interessa, você sabe que eu nunca levei ninguém a sério até agora, nem mesmo a Shelsy, de quem, aliás, estou cansado. Essa garota é diferente, mas agora ela é esposa do Bruno Leone."
"Bem, filho, se você está realmente interessado, só precisa conquistá-la. Se conseguir, terá sua garota, e eu terei a satisfação de ver um dos Leone derrotado."
"Você nunca me contou por que os odeia tanto."
"Não adianta te contar. Você só precisa saber que eu quero destruí-los."
Na mansão Leone, Nicole estava se sentindo feliz. Sua mãe havia trazido sua babá para morar com eles, sabendo que Bruno ficaria chateado. Mas ela não pôde recusar a insistência da mãe. A babá suspeitava que algo estava errado e mencionou isso durante a reunião na casa dos pais de Nicole.
Já fazia uma semana desde que a babá chegou. Jack não pôde fazer nada para impedir que ela ficasse, embora tenha tentado. Foi uma imposição dos pais de Nicole, mas ela estava feliz que eles fizeram isso. Isso a fazia se sentir muito melhor naquele lugar frio.
Ela estava se arrumando em seu quarto quando ouviu uma batida na porta. Era a garota loira da equipe.
"O patrão está prestes a voltar. Ele ordenou que todos os seus pertences fossem levados para o que costumava ser seu quarto."
"Olha, Alondra, acho que esse é o seu nome, nada será movido daqui a menos que ele me peça pessoalmente."
"Eu realmente preciso repetir uma ordem que já dei?" Nicole ficou surpresa ao ouvir sua voz.
"Bruno! Você voltou."
Quando ela se virou, viu-o encostado no batente da porta, braços cruzados sobre o peito. Ela achou que ele estava muito bonito, vestindo jeans e uma camisa branca. Ela o olhou fixamente, esquecendo a profundidade de seu olhar.
Ela se aproximou dele com os braços abertos, mas ele imediatamente a parou, dando-lhe um cumprimento frio.
"Senti sua falta. Você nem ligou."
De repente, ela ouviu a voz de uma mulher chamando-o. Ela ouviu corretamente que ela disse "amor"? Ela ficou pasma quando viu mãos envolvendo-o por trás. Ela não podia acreditar no que estava vendo.
"Eu ouvi corretamente? Você o chamou de 'amor'?"
"Olá, irmãzinha. Você ouviu corretamente. Tenho muito a te contar, especialmente sobre como aproveitei meu tempo com Bruno na Itália."
Nicole sentiu o chão se abrir sob seus pés. Os castelos que ela havia construído no ar desmoronaram em um instante.
"Acho que agora você vai me dar minha liberdade."
"Nem sonhe com isso. A partir de agora, Sondra será a dona da casa. Ela ficará comigo neste quarto. Amanhã, mais duas pessoas chegarão para cuidar da equipe. Você não fará mais suas próprias coisas. Não quero que sua família venha aqui depois, reivindicando qualquer coisa. Sei que seu pai trouxe sua babá e insistiu que ela ficasse para te fazer companhia."
Sondra se agarrava a ele como uma sanguessuga escorregadia, tocando-o constantemente. Nicole percebeu que aqueles dois haviam se aliado para irritá-la. Ela tinha que planejar rapidamente sua fuga dali, embora soubesse que, se o fizesse, seus pais lhe dariam as costas.
"Amor, peça às empregadas para tirarem as roupas de Nicole do closet e colocarem as minhas ao lado das suas."
"Alondra, faça o que a senhora pediu. A partir de agora, ela dá as ordens nesta casa."
Alondra imediatamente fez o que eles ordenaram, aproveitando para ver Nicole humilhada dessa maneira. Nicole saiu do quarto e desceu para a sala, procurando por sua babá. Ela a encontrou na cozinha.
"Babá, a partir de agora, você ficará no quarto ao lado do meu."
A babá já sabia o que estava acontecendo. As meninas da limpeza tendiam a ser muito falantes.
"Criança, o que está acontecendo? Vou ligar para o seu pai. Não importa o quanto ele mime sua irmã, ele não vai ignorar isso."
"Não, babá, você sabe que desde que papai teve o ataque cardíaco, ele não deve receber nenhuma notícia que possa perturbá-lo. Isso realmente não importa para mim nem me afeta."
Para Bruno, tinha sido difícil ficar tão longe de Nicole. Ele acreditava que o que fez era para o melhor. Ele não queria cair na armadilha dela como ela havia planejado. Sondra o visitou em seu escritório para lhe dizer que Nicole havia planejado há muito tempo tomar a fortuna de Noah e a dele também. Ela se ofereceu para ajudá-lo a fazê-la pagar, e ele aceitou.
Ele a levou com ele para a Itália, mantendo-a acomodada em um hotel, mas era lá que ela ficaria. Ele queria manter Nicole afastada. Ele não tocou em Sondra, nem pretendia. Ele não estava interessado nela dessa maneira. Nos fundos de seu quarto, havia um pequeno escritório com um sofá-cama onde ela ficaria. O que ele não suportava era o desejo constante de Sondra de tocá-lo. Ele teria que avisá-la; sua paciência estava se esgotando.


















































































