


Capítulo 7: Opiniões diferentes
P.O.V. do Caleb
Assim que Caroline saiu do banheiro, eu a avistei imediatamente, seus dedos mexendo distraidamente na alça da bolsa. Sem pensar duas vezes, alcancei sua cintura, puxando-a para perto enquanto a guiava em direção à nossa próxima aula. Ela mal teve tempo de perceber meu toque antes de soltar uma risada divertida, seus olhos subindo para mim com curiosidade.
"Tá, o que tá acontecendo com você hoje?" ela perguntou, inclinando a cabeça levemente enquanto caminhávamos. "Você não precisa me escoltar para todo lugar, sabe. Eu consigo andar sozinha."
Eu sorri, mas em vez de responder diretamente, apertei meu abraço um pouco mais, uma indicação silenciosa, mas firme, de que não ia deixar isso passar. "Você não devia se aproximar daquele garoto esquisito da caridade," murmurei, mantendo meu tom casual, mas com seriedade suficiente para deixar meu ponto claro.
Caroline parou abruptamente, me forçando a parar com ela. Suas sobrancelhas se franziram enquanto ela se virava completamente para mim, descrença cintilando em seus olhos. "Espera, o quê?" ela perguntou, como se não tivesse me ouvido direito. "Você está falando da Aurora?"
Eu suspirei, já sabendo que isso não ia sair do jeito que eu queria. "É," admiti. "Eu simplesmente não gosto dela."
A boca de Caroline se abriu ligeiramente, sua expressão uma mistura de choque e leve desapontamento.
"Caleb," ela disse, sua voz mais baixa agora, mais medida. "Isso é muito rude. Você nem conhece ela."
Revirei os olhos, mudando o peso dos pés. "Eu não preciso conhecer ela," respondi simplesmente. "Eu só—" hesitei, passando a mão pelo cabelo. "Eu simplesmente não gosto dela e não quero que você se aproxime dela de repente."
Os olhos de Caroline se estreitaram, e ela cruzou os braços. "Você pode não gostar de alguém, mas isso não te dá o direito de ser rude sobre ela ou sobre eles," ela apontou, seu tom mais afiado agora, desafiador.
Eu mantive seu olhar por um momento, o peso de suas palavras se assentando entre nós. Eu sabia que ela estava certa—Caroline sempre tinha essa maneira de me chamar atenção quando eu estava sendo irracional. Mas algo sobre Aurora não me parecia certo, e a ideia de Caroline se aproximando dela me deixava inquieto.
Ainda assim, eu podia dizer pela maneira que ela estava me olhando que essa não era uma briga que eu ia ganhar. Então, em vez de insistir, exalei pesadamente, balançando a cabeça. "Só... tenha cuidado, tá?" murmurei, minha voz mais suave dessa vez.
Caroline me estudou por mais um segundo antes de suspirar, descruzando os braços. "Você é impossível," ela murmurou, mas havia um lampejo de compreensão em seus olhos, mesmo que ela não concordasse comigo.
Alcancei sua mão, dando um leve aperto antes de empurrá-la para frente. "Vamos lá," eu disse. "Vamos nos atrasar."
Mesmo enquanto caminhávamos, eu podia dizer que ela não ia deixar isso passar. E honestamente? Nem eu.
"Caroline—" comecei, mas ela me interrompeu.
"Caleb, olha, nós podemos ter opiniões diferentes sobre alguém, mas isso não te dá o direito de dizer coisas rudes sobre essa pessoa. Se você não gosta dela, pode simplesmente ignorá-la. Mas você não pode me dizer o que fazer ou com quem ser amiga."
Amiga?! O pensamento era absolutamente ridículo.
"Care, não acredito que estamos brigando por causa daquela... daquela... garota!" zombei. "Por favor... por que você fez isso em primeiro lugar?"
A cena de mais cedo se repetiu na minha cabeça. Mia tinha Aurora encurralada contra os armários, suas palavras cortando mais afiado que uma lâmina, sua voz cheia daquela crueldade divertida que ela sempre tinha quando encontrava alguém fraco para brincar. Aurora estava congelada, mal conseguindo se defender, e então, do nada, Caroline apareceu. Ela não hesitou. Apenas se jogou entre elas como um escudo, como se fosse algo natural para ela.
Caroline virou a cabeça ligeiramente, como se já esperasse a pergunta. "Fazer o quê?" ela perguntou, sua voz calma.
"Você sabe o quê," retruquei. "Por que você ajudou a Aurora? Mia estava lidando com ela."
Caroline parou de andar por um segundo antes de balançar a cabeça com um pequeno desdém. "Mia não estava 'lidando' com ela, Caleb. Ela estava humilhando-a."
Franzi a testa, não porque discordava, mas porque não entendia por que isso importava para Caroline. "Sim, e daí? Aurora deveria aprender a se defender se acha que está certa."
"Talvez," ela disse, seus olhos encontrando os meus, firmes. "Mas isso não significa que ela merecia aquilo."
Soltei um suspiro, balançando a cabeça. "Você nem gosta da Aurora."
Caroline soltou uma risada seca, sem qualquer verdadeiro divertimento. "E você não gosta do Shane ou da Mia. Mas isso nunca te impediu de se meter nos assuntos deles, não é?"
Estreitei os olhos, não gostando da maneira como ela virou isso contra mim. "Isso é diferente."
"É mesmo?" Ela arqueou a sobrancelha. "Quer saber por que eu me meti? Porque eu senti a dor dela. Eu senti o medo dela. E eu simplesmente não podia ficar ali e deixar a Mia despedaçá-la daquele jeito. Então, eu fiz algo a respeito."
Eu a encarei, meu maxilar apertando. "Eu realmente não te entendo às vezes, sabia?"
Caroline apenas deu de ombros, impassível. "Você não precisa me entender, Caleb," ela disse simplesmente. Então, com uma precisão que me cortou fundo, ela acrescentou, "Mas talvez você não devesse ser tão rápido em julgar as pessoas ou ser cruel com elas, porque um dia, isso pode voltar para te morder na bunda."
Eu zombei, revirando os olhos, porque é claro que ela tinha que transformar isso em uma lição moral. Típico da Caroline. Não disse mais nada, porém. Nós apenas continuamos andando, lado a lado, indo para nossa próxima aula, as palavras pairando entre nós como um desafio que nenhum de nós estava pronto para reconhecer.