CAPÍTULO 2
WILLOW
Tem sido assim todas as noites desde que completei dezoito anos—duas semanas atrás.
O mesmo sonho vívido que me deixa abalada, sem fôlego e com um desejo que não entendo. Não sei por que continuo tendo esses sonhos, por que são tão intensos, tão reais, ou por que me deixam ansiando por algo que nunca experimentei.
No começo, meus sonhos eram apenas sobre beijos e um pouco de amassos—mas na noite passada, fomos além. Só de pensar nisso, fico corada.
Respiro fundo, tentando acalmar minha mente. Sou virgem, e esses sonhos despertam sentimentos que mal sei como lidar. Mas talvez seja hora de deixar isso de lado, de satisfazer essa estranha ânsia estando com alguém que realmente se importa comigo.
Com Leo—o garoto que tem sido tão paciente, tão gentil, o garoto que eu amo.
Talvez esses sonhos sejam a maneira do meu corpo me dizer que estou pronta—pronta para experimentar o sexo pela primeira vez.
........
Olhei para meu reflexo no espelho, a luz quente do abajur lançando um brilho suave sobre minhas feições. Vi a mistura de excitação e nervosismo nos meus olhos, tão diferente do meu eu habitual, composto.
Durante toda a minha vida, mantive meu coração protegido, mergulhando nos estudos e nos livros, nunca me deixando levar pelas incertezas do amor.
Mas Leo mudou tudo. Nosso encontro no campo de futebol da universidade despertou algo em mim, algo inegável. Aos poucos, seu charme e gentileza derreteram as paredes que eu havia construído, me aproximando cada vez mais. Mesmo assim, sempre hesitei em ir além. Leo respeitava isso, nunca me pressionando, sempre compreendendo.
Mas esta noite era diferente.
Eu havia tomado uma decisão. Queria compartilhar algo especial com ele—um momento que mostrasse o quão profundos eram meus sentimentos. Meu coração disparava enquanto eu passava a escova pelo cabelo, cada movimento acalmando meus nervos enquanto eu observava meu reflexo.
Escolhi meu vestido com cuidado, algo elegante, mas simples, algo que parecia comigo. Deixei meus dedos traçarem a renda, tentando acalmar meu coração acelerado. Quando olhei para o relógio, percebi que Leo provavelmente já estava me esperando.
Um último olhar no espelho, uma respiração profunda, e sussurrei para mim mesma, “Você consegue, Willow.” Com a bolsa na mão, saí do meu dormitório e me dirigi à casa dele, cada passo ecoando no silêncio do corredor.
..........
Quando cheguei à casa de Leo, notei que a porta estava entreaberta. Estranho. Entrei silenciosamente, colocando minha bolsa no chão enquanto chamava, “Leo?” Minha voz mal preencheu o ambiente, mas o silêncio me respondeu. Chamei seu nome novamente, um pouco mais alto, meu coração começando a acelerar enquanto eu me movia pelos cômodos vazios, indo em direção ao quarto dele.
Assim que cheguei à porta, congelei. Eu podia ouvi-lo. E ele não estava sozinho.
Meu coração martelava no peito enquanto sua voz, gemendo de prazer, chegava aos meus ouvidos.
“Oh, sim! Sim! Sim! Não pare! Assim mesmo, caralho!”
Fiquei ali, sentindo o sangue drenar do meu rosto, a descrença me atingindo como um golpe físico.
Não. Isso não pode estar acontecendo.
Respirando tremulamente, me forcei a empurrar a porta. E lá estava ele, enroscado na cama com outra garota, seus corpos entrelaçados sob a luz fraca.
“Eu sei do que você gosta, Amy,” ele murmurou, sua rigidez roçando na entrada dela.
"Caralho, você é tão gostosa... Eu amo estar dentro de você. Você gosta quando eu te pego assim?" Ele estocou completamente, seus olhos se fechando de prazer, um gemido escapando dos lábios dela.
"Sim... caralho, sim!" A garota praticamente gritou.
Os olhos dele estavam negros de desejo. "Deus, eu precisava disso," ele gemeu, abaixando sua boca quente sobre a dela.
Eu fiquei ali, congelada de choque...
"L-Leo..."
Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha, meu coração se partindo enquanto Leo olhava para cima, seu rosto passando de choque para culpa em um instante.
"W-Willow..."
Ele se afastou dela rapidamente, mas ela apenas riu, cobrindo-se com os lençóis, seu rosto corando enquanto olhava para mim com um leve constrangimento. Eu lutei para falar, minha voz falhando.
"L-Leo...?"
Ele suspirou, ficando ali, completamente sem vergonha em sua nudez.
"Eu diria que não é o que parece... mas parece que fui pego," ele disse, um sorriso preguiçoso surgindo em seus lábios enquanto olhava para a ruiva ao seu lado antes de encontrar meus olhos novamente.
"Por quê, Leo?" Minha voz tremia, a traição me atingindo como um tapa.
"Ah, por favor," ele zombou. "Não aja surpresa, Willow. Você praticamente me levou a isso."
As palavras foram como um tapa. Dei um passo para trás, atordoada. "O que... o que você está falando?"
Ele se levantou, sua voz fria. "Você não queria dormir comigo. Achou que eu esperaria para sempre? Nem mesmo um maldito beijo... Você tornou esse relacionamento exaustivo. Toda essa conversa sobre esperar, sobre estar pronta—é ridículo."
Minhas mãos se fecharam em punhos, a raiva passando por mim. "Eu queria que nossa primeira vez fosse especial," eu gritei, uma lágrima escorrendo pela minha bochecha.
Ele soltou uma risada zombeteira. "Especial? Você está brincando? É só sexo, Willow. Nem tudo tem que ser um conto de fadas. Nem todo mundo vai esperar pelo seu momento perfeito. Cresça."
Eu senti o peso das palavras dele, a crueldade nelas.
"Você me disse que me amava!"
"Sim, claro que disse. Eu diria qualquer coisa para entrar nessas malditas calcinhas... mas você as manteve trancadas como Fort Knox."
".."
"Bem, se você já terminou aqui, Willow, estamos meio ocupados... a menos que queira se juntar a nós?" Ele sorriu enquanto olhava para a garota na cama, que abafou uma risada.
Eu engoli a dor, me fortalecendo. Meu olhar se voltou para a garota deitada ao lado dele. "Sabe de uma coisa?" Eu disse, um sorriso amargo surgindo em meus lábios.
"Aproveite. Embora, pelo que parece, ele não tem muito a oferecer."
"O que diabos..." ele resmungou, o rosto ficando vermelho.
Não dei a ele a chance de terminar. Virando-me, saí, batendo a porta atrás de mim. O ar fresco da noite me atingiu enquanto eu saía, a dor das lágrimas embaçando minha visão. A noite que eu havia planejado como um ponto de virada, uma memória para guardar, havia se transformado em um pesadelo.
Respirei fundo, tremulamente, forçando-me a ficar ereta. Olhei para a casa dele uma última vez, o brilho frio da luz da varanda iluminando a traição que me assombraria. Meu coração doía, a memória dele com ela me cortando, mas eu cerrei os dentes, recusando-me a derramar outra lágrima. Ele não as merecia.
Com um rápido movimento dos dedos pelas bochechas, endireitei os ombros, virei-me e fui embora, cada passo me afastando mais dele, de suas mentiras e da garota que eu quase me permiti ser.




























































































































































































