Capítulo 5 Uma vida destinada a acabar em breve
Para ser justa, a família Tudor tinha poucas filhas e, antes do retorno de Isabella, Hazel era a princesinha da família.
"Minhas desculpas, eu não percebi", disse Isabella, incapaz de ler o temperamento dessas pessoas, mas relutante em criar tensão no momento em que entrou pela porta.
"Basta! Bunny acabou de chegar em casa e ainda nem conhece vocês. Que cortesia e calor vocês estão esperando? Se não há mais nada, vão para seus quartos!" A voz de Raymond cortou o ar.
Yvette olhou para a postura protetora de Raymond e soltou uma risada fria.
Então, a mulher quieta que havia permanecido em silêncio finalmente falou. "Bunny, eu sou sua tia Jennifer Stewart. Nós não nos conhecemos antes."
Tia? Irmã da mãe? Então, por que seu irmão não havia mencionado Jennifer antes?
Jennifer estendeu a mão entusiasticamente para segurar a mão de Isabella. "Isabella, você deve estar exausta. Devemos levar a avó para o quarto primeiro, ou você prefere ver sua mãe?"
Que peculiar Jennifer era! Ela expressava preocupação pelo cansaço de Isabella, mas imediatamente a colocava em uma posição difícil—pedindo que escolhesse entre cuidar da avó ou visitar a mãe.
Isabella hesitou, percebendo que, independentemente de quem escolhesse, a outra poderia se sentir negligenciada. De qualquer forma, ela corria o risco de parecer não filial.
Isabella permaneceu em silêncio, olhando para Brandon. De alguma forma, ela instintivamente confiava em seu irmão.
"Primeiro, a avó", sugeriu Brandon calmamente.
Isabella deu dois passos em direção à sua avó.
"Não se incomode. Eu não posso aceitar tal consideração", disse Yvette, preparando-se para sair.
Então, como se lembrando de algo, ela entregou seu rosário para Hazel e sussurrou algo.
Hazel se aproximou e pressionou fortemente as contas na mão de Isabella. "A avó disse que isso é para você! Hmph! Ela claramente está favorecendo você."
Embora falado suavemente, Isabella captou cada palavra. Os olhos de Raymond se estreitaram com a cena, enquanto Kyle lançou um olhar afiado para Hazel.
"Obrigada, avó." Isabella inicialmente queria recusar o presente, mas um olhar mudou sua mente. Parecia caro—perfeito para fundos de viagem quando inevitavelmente precisasse fugir.
"Como a avó está cansada, ela deve descansar. Bunny, você gostaria de ver sua mãe?" perguntou Raymond.
"Sim, pai", respondeu Isabella casualmente.
Raymond congelou. Então, seu rosto se abriu em um sorriso que surpreendeu a todos presentes.
Depois de dezoito anos, eles finalmente testemunhavam o patriarca estoico e frio da família Tudor realmente sorrir.
Desde que Raymond assumiu o controle, ele elevou a família da quarta para a segunda entre as casas de elite—e com ativos no exterior, eles provavelmente poderiam igualar a família Hamilton, embora Raymond preferisse manter um perfil discreto.
Seu sorriso provou o quanto ele realmente valorizava essa filha perdida.
"Raymond, os resultados do DNA ainda não chegaram", Jennifer interveio novamente.
Isabella levantou uma sobrancelha.
Jennifer era realmente peculiar—primeiro abraçando calorosamente Isabella como família, depois criando dificuldades, e agora, vendo que Isabella não havia caído em suas armadilhas, questionando sua identidade.
Qual era o jogo dela? Ela parecia determinada a impedir Isabella de ver a mãe. Mas por quê?
Isabella inclinou a cabeça, estudando Jennifer cuidadosamente.
"Isso não será necessário, tia. Eu reconheço minha própria irmã! Desde que minha irmã voltou, tenho certeza de que minha mãe não precisará mais de suas visitas frequentes para conforto. Você e sua filha deveriam voltar para sua própria casa quando for conveniente", disse Brandon friamente.
Os olhos de Jennifer imediatamente se encheram de lágrimas enquanto ela olhava para Raymond.
Meu Deus, ela deve ser uma atriz! Ela conseguia produzir lágrimas em menos de um segundo!
"Brandon está certo," disse Raymond, claramente cansado da conversa.
Ele pegou a mão de Isabella, pronto para sair.
"Basta! Não quero ninguém nesta casa falando sobre ir embora! Este é um dia para reunião de família, e não vou tolerar lágrimas!" A voz da avó soou com autoridade.
Isabella olhou para o grupo, percebendo que a família Tudor era muito mais complicada do que Brandon havia sugerido. Nem todos pareciam felizes com seu retorno—exceto Larry, que parecia genuinamente contente.
"Raymond, espere por mim! A propósito, a Sra. Hamilton visitou ontem à noite. Você sabia?" Larry chamou, correndo atrás deles.
"O que ela queria?"
"Não me diga que você esqueceu! Quando Bunny nasceu naquele mês..."
"Eu esqueci."
"Ah, não seja assim! A Sra. Hamilton disse que você deve se lembrar—o filho dela tem vinte e três anos agora e não pode esperar muito mais!"
"Ele é muito velho."
"Apenas cinco anos mais velho! Como isso é velho? Você é sete anos mais velho que sua esposa!"
"Quando eu digo não, é não." Raymond lançou um olhar severo para Larry, depois suavizou a expressão, preocupado em assustar Isabella.
Logo, uma casa branca com telhado vermelho apareceu no lado oeste da propriedade, cobrindo aproximadamente quinze mil pés quadrados com um portão com bloqueio de impressão digital.
Quando Raymond se aproximou para bater, viu uma mulher de vestido branco parada na entrada, com um longo rosário entre as mãos.
No momento em que ela avistou Isabella, lágrimas escorreram pelo seu rosto como pérolas. O portão de ferro se abriu, e ela correu para fora, abraçando Isabella fortemente.
"Bunny! Finalmente esperei por você!"
Antes que Isabella pudesse dizer "Mãe", a emoção avassaladora da mulher a fez desmaiar.
Raymond a segurou, correndo em direção à casa principal. "Rápido! Chamem o médico!"
"Bunny, mantenha o ritmo!" Brandon agarrou o pulso de Isabella enquanto seguiam a corrida de Raymond.
Larry correu na direção oposta, com o telefone pressionado ao ouvido.
Enquanto isso, em outra parte da casa, Laura se agarrava ao lado de Yvette, chorando. "Agora que Isabella foi encontrada, Raymond nos mandará embora? Eu realmente não suporto a ideia de deixar você! Você é como minha própria avó—fico triste todos os dias que não a vejo."
Yvette acariciou o cabelo de Laura, tentando acalmá-la. "Não se preocupe, isso não vai acontecer. Só espere e veja—trazer alguém de volta nem sempre é uma bênção."
Antes que Yvette terminasse de falar, as vozes alarmadas dos empregados ecoaram do lado de fora.
Laura começou a se levantar, mas Yvette a deteve. "Não vá. A saúde de Gloria é frágil—eu esperava por isso. Além disso, você e sua mãe não precisam se preocupar. Raymond não é ingrato."
"Yvette, não é isso que queremos dizer. Nós realmente queremos ficar ao seu lado. Veja, minha mãe está preparando uma sopa medicinal para você agora mesmo! Ela realmente se importa com sua saúde," disse Laura, embora a culpa tenha invadido sua voz.
O desejo de sua mãe de substituir Gloria e casar com Raymond não era segredo—caso contrário, por que teriam vivido na casa dos Tudor por dez anos?
Quanto a ela mesma, ela havia desfrutado da riqueza da família Tudor por uma década. Por que o retorno de Isabella a forçaria de volta para aquele pátio apertado e miserável?
Pelo menos seu pai estava morto—e ainda bem. Caso contrário, como ela poderia ter vivido como uma socialite de Eltheron? Ela também culpava Jennifer. Se ao menos ela tivesse seduzido Raymond anos atrás, sua família teria garantido sua posição há muito tempo.
Ela odiava isso! Por que Isabella sobreviveu dezoito anos apenas para voltar agora? Não teria sido melhor se Isabella tivesse morrido por aí?
Isabella parecia alguém destinada a um túmulo precoce de qualquer maneira.
Hazel entrou carregando uma xícara de café, tremendo ao ver a expressão maldosa de Laura.



























































































