Capítulo 7 A promessa de Estêvão

"O que você planeja fazer?" Jenny perguntou.

"Eu preciso encontrar quem incriminou minha mãe, então não vou poder ir para Cascadia por enquanto."

"Isso é realmente lamentável, mas acredito que você está fazendo a escolha certa. Aconteça o que acontecer, estarei esperando por você em Cascadia. Por favor, não hesite em me procurar se precisar de qualquer coisa."

"Obrigada, Jenny."

Depois de desligar, Isabella respirou fundo. Do outro lado da linha, Jenny sorriu para a enfermeira que administrava seu tratamento—sua aluna talentosa podia adivinhar que a doença de sua mãe era feitiçaria, mas permanecia alheia ao fato de que sua mentora também estava lutando por sua vida.

Enquanto isso, Laura e Hazel subiam as escadas para encontrar apenas Raymond e Brandon parados perto da porta.

Laura olhou ao redor antes de perguntar, "Brandon, onde está a Srta. Thornton? Ela não se importa com a condição da mãe dela? Acho que é isso que se espera de uma enjeitada—sem laços de sangue, sem preocupação real com a família."

Isabella tinha acabado de abrir sua porta quando ouviu as palavras venenosas de Laura, seu temperamento inflamando instantaneamente.

Ela guardou suas cartas de tarô na bolsa e se aproximou de Laura, olhando-a de cima a baixo com desdém calculado. "Se eu, a filha de verdade, não me importo com minha mãe, que direito você tem—como alguém que nem é parente—de fingir que se importa?"

"O que isso quer dizer?" Laura retrucou desafiadoramente. "Estou ao lado da Tia Gloria desde a infância. Claro que me importo mais com o bem-estar dela do que você."

"É mesmo?" Isabella levantou uma sobrancelha. "Então me diga, por que minha mãe desmaiou mais cedo?"

"Ela obviamente ficou emocionada ao ver você," Laura soltou.

"Exatamente. Você acabou de admitir que ela ficou tão feliz de me ver que desmaiou, o que prova que no coração da minha mãe, eu sou a pessoa mais importante—não você."

"Como ousa falar assim?" Hazel interveio, de braços dados com Laura. "Você não passa de uma mimada de uma família do interior, língua afiada e cruel com seus próprios parentes. Se o Vovô estivesse aqui, ele lavaria sua boca com sabão."

Isabella voltou seu olhar calmo para Hazel, que estava agarrada ao braço de Laura. "Se minha memória não falha, Laura e eu somos primas pelas nossas mães, enquanto você e eu somos primas pelos nossos pais. Pelo sangue, você não tem relação nenhuma com Laura—nós duas deveríamos ser mais próximas. No entanto, aqui está você, do lado de uma estranha contra sua própria família. Diga-me, quem você acha que o Vovô realmente puniria—eu ou você?"

Hazel ficou sem palavras, ciente da presença de Raymond e Brandon e não ousando prolongar a discussão.

"Chega," a voz de Brandon cortou a tensão como uma lâmina. "O Dr. York está tratando nossa mãe lá dentro. Se vocês estão aqui para mostrar preocupação, fiquem quietas perto da porta em vez de arrumar brigas com minha irmã."

"Brandon, eu também sou sua família," Laura choramingou.

"Eu também!" Hazel acrescentou petulante.

A risada de Brandon foi fria como o aço no inverno. "De fato, mas vocês não acabaram de nos dar uma lição sobre saber o seu lugar? A Srta. Thornton que vocês tanto gostam de menosprezar é minha irmã de sangue, nascida da mesma mãe. Vocês duas são apenas primas distantes. Para evitar suas acusações de favoritismo, naturalmente vou proteger minha irmã de sangue."

A compostura de Laura finalmente se quebrou, seus olhos se enchendo de lágrimas. Brandon não lhe deu um olhar, em vez disso, chamou Isabella. "Não te disse para descansar lá dentro? Por que está aqui fora—muito barulho para dormir?"

"Não consegui dormir. Estou preocupada com a Mãe."

Nesse momento, a porta se abriu com um estrondo. Stephen surgiu, enxugando o suor da testa enquanto guardava cuidadosamente suas agulhas de prata uma por uma.

Na cama, a aparência de Gloria havia melhorado visivelmente, embora ela continuasse inconsciente.

Raymond acenou para todos saírem com um gesto autoritário. "Todos vocês, saiam. Vou ficar sozinho com Gloria."

Vendo Isabella também ser dispensada por Raymond, Laura sorriu com satisfação vingativa, pensando com arrogância—tanto faz o sangue ser mais espesso que a água. Aos olhos de Raymond, Isabella ainda era apenas um problema.

Isabella não estava disposta a aceitar isso deitada. Ela entrelaçou o braço com Brandon e passou por Hazel e Laura com indiferença régia, planejando interceptar Stephen no jardim onde poderiam conversar em particular.

Os Jardins da Mansão Tudor

"Dr. York! Dr. York, espere!" Isabella chamou, surgindo de trás de um topiário como uma conspiradora.

Stephen se virou para encontrá-la acenando misteriosamente das sombras. "O que houve, Bunny?" ele perguntou com genuíno calor.

Essa garota sempre foi especial para ele—vibrante e espirituosa de uma maneira que a diferenciava dos centenas de bebês que ele havia trazido ao mundo. Mesmo recém-nascida, ela era pequena e enrugada, mas possuía um choro poderoso o suficiente para levantar o telhado.

Quando ele soube que ela havia desaparecido, seu coração se partiu. Seu retorno seguro foi nada menos que um milagre.

O afeto natural de Stephen por Isabella era palpável, e sentindo seu cuidado genuíno, ela abandonou toda a pretensão. "Dr. York, você não tem certeza absoluta sobre a condição da minha mãe, tem?"

"O que te faz dizer isso?" As sobrancelhas de Stephen se ergueram surpresas. "O que você observou?"

"Eu senti que você tinha coisas que não podia dizer na frente de todos, então quis perguntar em particular."

"O que eu poderia estar escondendo? Eu disse tudo ao seu pai—sua mãe simplesmente não pode lidar com estresse emocional. Desmaiar ao te ver pela primeira vez é perfeitamente normal. Não vai acontecer de novo."

"Dr. York, você não está dizendo a verdade." O olhar de Isabella era firme. "Essa doença da minha mãe—é nova, não é? Ela nunca teve isso antes."

Surpreso com a certeza dela, Stephen a estudou cuidadosamente. "Você tem treinamento médico?"

"Não," Isabella balançou a cabeça, mostrando seu baralho de tarô. "Mas eu pratico adivinhação."

"Ah, adivinhação. Isso está além da minha especialidade," Stephen riu, depois ficou sério. "Mas já que você pressionou o assunto, serei franco. Sua mãe tem isquemia miocárdica causando púrpura—sintomas de doença cardíaca congênita. No entanto, quando a examinei durante o nascimento de Brandon, ela não apresentava sinais de problemas cardíacos."

"Então você está dizendo que essa condição cardíaca só apareceu em exames recentes, não antes?"

Stephen assentiu gravemente. "Exatamente. Mas doença cardíaca congênita não é como intoxicação alimentar ou doenças relacionadas à idade. O próprio termo 'congênita' significa presente desde o nascimento..."

"Por isso você não podia falar livremente antes. Admitir que ela tem essa condição agora contradizaria seu diagnóstico anterior—e foi você quem declarou que ela estava saudável antes."

"Garota esperta, você viu através de mim," Stephen suspirou em resignação. "Se sua mãe não está doente, então o que você acha que está acontecendo?"

"Feitiçaria. Alguém amaldiçoou minha mãe com magia negra."

"Entendo. O que você precisa de mim?"

"Nada por enquanto," Isabella disse com intensidade tranquila. "Mas espero que, quando chegar a hora de revelar a verdade, você fique ao meu lado."

"Você tem minha palavra," Stephen assentiu solenemente. "Sou, acima de tudo, um médico. Acredito em fatos e evidências. Pode contar comigo."

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