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A ironia é deliciosa.

Um Nickel vai salvar um Cooper. Embora seja minha culpa tê-la colocado em uma posição perigosa. Ela ainda tem um papel nisso, ela desenhou seu caminho para minha vida, junto com sua falsa inocência. Me pergunto se ela fingiu sua virgindade só para parecer mais pura. Não consigo pensar ou enxergar direito, minha cabeça está conflituada com todos esses pensamentos. Uma pequena parte de mim quer deixá-la sofrer por todas as mentiras e manipulações. A outra parte quer salvá-la e vê-la apenas uma última vez. Ela é um biscoito da sorte bonito e distorcido.

A ligação de Peter vem novamente assim que pego a estrada. Coloco no viva-voz e espero por suas ameaças vazias.

"Você acha que isso é um jogo?" Ele pergunta. "Você não tem ideia do que sou capaz." Ele tenta soar intimidador e eu reviro os olhos.

Decido não lhe dar a satisfação de saber que ele venceu no minuto em que sequestrou... Só de pensar no nome dela fico furioso novamente. Cerro e descravo os dentes. Odeio mentiras. Mais importante, odeio a pessoa que as conta. Ela mentiu repetidamente, olhou nos meus olhos e fingiu ser outra pessoa. As pessoas nos mostram quem são, mas nós nos recusamos cegamente a acreditar nelas. Desde o início, ela era secreta e misteriosa. Achei que era sexy, mas agora isso me enoja, ignorei isso como um sinal de alerta.

"Alô, você está aí." A voz dele é mais alta que o trovão e me traz de volta dos meus pensamentos. "Vou te mostrar o quão sério estamos." Suas palavras são seguidas por uma série de sons de socos e um grito feminino de agonia.

Minha mão aperta o volante com força, vou matar alguém. Minha visão fica turva e quase bato em um caminhão de carne. "Seu filho da puta, eu vou te matar. Sou eu e seu dinheiro que você quer, então pare de machucá-la." Eu piso

"Você sabe o que fazer para que tudo isso acabe." Ele desliga.

Posso imaginar o sorriso diabólico em seu rosto enquanto ele encerra a ligação. O suspiro de vitória que ele solta enquanto puxa sua camisa polo. As pessoas podem imaginar o diabo como uma besta com dois chifres. O diabo que eu conheço usa camisas polo com as golas tortas e um botão faltando.

Dirijo até encontrar um lugar para parar. Verifico a mensagem de Peter, ele diz brevemente onde devemos nos encontrar. Ele sabe muito bem que não posso envolver a polícia. Seria um escândalo para minha família. Já temos o suficiente disso. Metade deles graças aos Coopers, e aqui estou eu indo salvar um deles.

Ligo para o motorista da nossa família, Anthony. Ele também atua como chefe da segurança da família. Ele é o único em quem posso confiar. Um dia voltei da escola sangrando, alguns valentões me bateram quando tentei me defender. Ele me ensinou a me defender e a lutar. Digo a ele onde nos encontrar. A traição de Cara me deixou confuso, mal consigo planejar uma missão de resgate. Minha cabeça está girando com emoções misturadas.

Uma hora depois, Anthony chega em um Range Rover. Brian veio junto com ele. Ele é novo, foi contratado há duas semanas. Entro no Range Rover e Brian dirige meu Lamborghini de volta para casa.

"Então, quem é essa garota que vamos salvar?" Anthony pergunta.

"Uma garota que é um pé no saco." Respondo enquanto ele muda de faixa.

"Ela é bonita?" Anthony pergunta.

Dou uma risada.

"Quanto mais bonita, mais teimosa e pé no saco." Anthony concorda. "Quem são esses caras e por que exatamente estão atrás de você?" Ele pergunta adicionalmente.

Suspiro e me recosto mais. "Você se lembra das lutas clandestinas?"

Ele acena com a cabeça, os olhos focados na estrada, "Das quais eu desaprovei desde o início."

Ignoro seu comentário e continuo, "Havia um grupo pelo qual eu lutava, só depois percebi que era uma gangue envolvida no tráfico de drogas, e quando percebi que estavam até envolvendo crianças. Roubei o dinheiro deles e doei para obras de caridade e os denunciei anonimamente para a polícia." Viro-me para olhar para ele e ver se ele está ouvindo devido ao seu silêncio. Ele está, então continuo. "Infelizmente, essa gangue tem gente na polícia e eles descobriram o que eu fiz. Agora eles querem o dinheiro de volta e que eu continue lutando por eles até que os 'prejuízos' que tiveram sejam recuperados."

Anthony se vira para mim, seu rosto tem quase cinco cicatrizes, uma delas de bala. Ele serviu no exército antes de se juntar à minha família. "Como você planeja salvá-la e devolver o dinheiro?"

"É aí que você entra." Digo.

"Ok, só me diga como essa gangue opera e quantos deles devemos esperar."

Ele acena diligentemente enquanto eu explico para ele.

"É só isso?" Ele pergunta como se o que está à nossa frente fosse tão fácil quanto o ABC.

"Espere que eles estejam armados." Acrescento.

"Assim como nós." Ele aponta para trás onde vejo armas.

Não sou fã de armas, gosto de lutar minhas batalhas com as mãos nuas. Isso me dá poder e satisfação ao ouvir os ossos se quebrando de perto.

"Vou passar. Meu punho funciona melhor." Digo e flexiono o bíceps.

Anthony balança a cabeça.

Mando uma mensagem para Maria perguntando sobre Theo antes de voltar minha atenção para a estrada. "Pode, por favor, manter isso entre nós?" Peço a ele.

"Você sabe que não precisa pedir, isso é óbvio. Só espero que essa garota valha todo o risco." Anthony responde.

Suspiro, "Para uma mentirosa, ela não vale. Mas, é minha culpa ela estar nessa posição." Digo amargamente.

Anthony exala antes de responder, "Às vezes as pessoas mentem para nos proteger."

"Ou para proteger a si mesmas." Cuspo.

"De qualquer forma, é uma coisa ruim por uma boa razão." Anthony tenta justificar e fico mais agitado. Não há desculpa para mentir.

"Você estava conosco na época em que minha família enfrentou o escândalo dos Cooper, certo?" Me pego perguntando.

Anthony fica em silêncio por um minuto, "Um escândalo que levou sua avó a uma morte precoce. Então sim, eu me lembro."

"Sim," aceno em concordância.

Seu rosto está cansado e sua voz cheia de preocupação "Por que a pergunta?"

Quero contar a ele sobre Cara, mas o que ela me ensinou é que ninguém pode ser confiável. Até eu entender tudo sobre o caso, não posso falar sobre isso. "Nada," balanço a cabeça.

Quando ele começa a desacelerar, percebo que chegamos ao nosso destino. É um armazém abandonado com vários galpões.

"Aqui estamos, vamos pegá-los." Anthony diz e desliga o motor.