


Capítulo Três
Levantando minha xícara de café, franzi a testa ao perceber que estava vazia. Como eu iria aguentar o resto do dia sem minha bebida favorita?
O toque do meu celular me fez afastar do computador.
Marcus: Você bebeu água hoje?
Sorrindo, li a mensagem olhando para a garrafa de água cheia que estava na minha mesa. Meu celular vibrou novamente e eu olhei para a tela.
Marcus: Beba um pouco de água e depois vá almoçar.
Colocando o celular de lado, peguei a garrafa de água e desenrosquei a tampa, tomando um gole enquanto digitava uma mensagem de volta para ele.
Louis: O que devo comer?
Marcus: O que você gostaria?
Louis: Amelia.
Marcus: Acho que ela não está pronta para isso, que tal a lanchonete do outro lado da rua? Eu a mando almoçar e você vê se ela quer te acompanhar.
Sorri enquanto digitava minha resposta, colocando o celular de lado enquanto terminava minha água. Guardando o celular no bolso, caminhei ao redor da minha mesa, indo em direção ao elevador com a esperança de encontrar Amelia antes que ela fosse almoçar.
Funcionários passavam por mim enquanto eu me dirigia ao saguão, meus olhos no elevador enquanto esperava Amelia descer. Movi-me para me encostar em uma das colunas enquanto aguardava um vislumbre dela.
"Oi você," disse April com um sorriso enquanto se aproximava de mim.
"Oi você, como vai o trabalho?"
"É trabalho," ela disse, seus olhos azuis encontrando os meus enquanto seu sorriso se alargava. "Coisas boas estão por vir."
"Você sempre diz isso." Eu disse, colocando as mãos nos bolsos. Nossa vidente do grupo era algo especial, mesmo com seus modos enigmáticos.
"Mais cedo do que você pensa, Louis." Ela riu enquanto olhava para os elevadores. "Te vejo à noite, James quer voar mais tarde."
"Vou me juntar a vocês."
"Bom, faz tempo que você não se transforma." Ela disse apertando meu antebraço enquanto passava por mim. As portas do elevador se abriram e Amelia saiu. Meu coração disparou novamente.
Será que ficaria mais fácil estar perto dela? Ou meu coração sempre bateria assim. Aproximando-me dela, senti seu perfume. Tão irresistível quanto antes.
"Pequena," chamei enquanto corria em sua direção.
"Louis, certo?" Ela perguntou, guardando o celular na bolsa.
"Sim, sou eu." Eu disse, sentindo minhas bochechas esquentarem. Normalmente, eu não tropeçava tanto nas palavras. "Você gostaria de almoçar?"
"Sim, seria ótimo." Ela sorriu para mim e as borboletas no meu estômago ganharam vida.
"Tem uma lanchonete do outro lado da rua," sugeri, virando-me para as portas.
"Por mim, tudo bem. Então, o que você faz aqui?" Ela perguntou, acompanhando meu passo.
"Arquivamento."
"No porão?" Ela perguntou, eu podia sentir seus olhos em mim e não sabia o que dizer.
Dizer que eu queria atraí-la para o meu porão não parecia a coisa certa.
Assenti, "É tranquilo lá embaixo, agradável."
"Que tipo de coisas tem lá embaixo?"
"Talvez você tenha que vir ao meu covil e ver." Eu disse, lambendo o lábio inferior. Observando o rubor que minhas palavras causaram. Ela estava tornando difícil para mim me controlar.
"Louis, se você continuar flertando comigo, alguém pode ter a ideia errada."
"Existe uma ideia certa para eles terem?" Eu provoquei, aproximando-me dela enquanto a guiava em direção à pequena lanchonete.
"Então você é um flertador?" Ela perguntou, seus olhos encontraram os meus enquanto ela pressionava os lábios juntos.
"Às vezes." Respondi com um encolher de ombros enquanto abria a porta para ela. Fomos até o balcão, fazendo nossos pedidos de almoço. "Está um dia bonito, você gostaria de comer lá fora?"
"Claro, há quanto tempo você trabalha para o Sr. Blackwell?"
"Parece que faz uma eternidade," eu disse, passando a mão pelo cabelo enquanto olhava para baixo. Como eu poderia dizer a ela que estava lá desde que o escritório abriu, que eu estaria onde Marcus precisasse de mim? Sempre.
"Alguns dias devem parecer assim, lá no seu porão." Ela disse e eu olhei para cima, vendo o brilho provocador em seus olhos.
"Talvez você tenha que me visitar."
Ela se inclinou mais perto de mim e eu senti como se meu coração fosse parar de bater enquanto ela olhava para mim através dos cílios abaixados. "Talvez você possa me dar um tour?"
Minha boca ficou seca e eu não sabia o que dizer enquanto um sorriso se espalhava por seus lábios rosados. Longos cílios piscavam para mim.
"Você está me provocando?"
"Sim," ela riu. Nossos pedidos foram chamados, impedindo-me de deixar claro que eu estava falando sério.
Peguei a sacola plástica enquanto ela carregava nossas bebidas para uma das mesas com guarda-sol e se sentava. Cruzando as pernas, meus olhos se moveram sobre sua panturrilha pálida.
Fechei os olhos antes de descer até aqueles saltos. Prometendo a mim mesmo que iria devagar, apesar do meu desejo.
"Você está bem?" Ela perguntou, colocando nossas bebidas na mesa. Pegando um canudo para tirar o papel.
"Sim," eu disse. Minha voz estava rouca. Havia algo em Amelia que me chamava, que me fazia querer escondê-la de todos os outros. Que me fazia sentir coisas que pensei que nunca sentiria novamente por ninguém além de Marcus.
Balançando a cabeça, sentei-me do outro lado dela, esperando que um pouco de distância afastasse o desejo que eu sentia.