CAPÍTULO CINCO
Lia não perdeu mais tempo e foi direto para a mansão dos Griffon. Ela esperava que Jack estivesse lá e concordasse em ajudá-la.
Felizmente para ela, os seguranças já sabiam quem ela era, então não teve problema para entrar.
As empregadas presentes na mansão olhavam para Lia com nojo e ódio.
Que estupidez dela pensar que poderia seduzir o jovem mestre delas. Que interesseira, todas pensavam.
"Jack", gritou Lia.
"Lia, que surpresa. O que você está fazendo aqui?"
Jack ficou surpreso com a aparição repentina de Lia em sua casa, por mais que ele implorasse para que ela visitasse sua família, ela sempre recusava.
Mesmo quando ele disse que ela voltaria para implorar a ele, nunca acreditou que isso realmente aconteceria.
"Jack, por favor, você tem que me ajudar", gritou Lia.
Partiu o coração de Jack ver Lia daquele jeito, mas seu ego não ia deixá-lo ir até ela.
"E por que eu faria isso?"
"Desculpa, Jack, desculpa pela maneira como te tratei. Por favor, me perdoa e me ajuda só desta vez."
"O que você quer?"
"Meu pai, ele precisa fazer uma cirurgia, mas eu não tenho dinheiro suficiente. Eu vou te pagar de volta, eu juro."
"Ah, então é por isso que você veio aqui, Lia. Por causa de dinheiro. Eu te enchi de amor, mas você nunca me levou a sério. Mas quando precisa de dinheiro, você vem até mim, que descarada."
"Por favor."
"Tudo bem, eu vou te ajudar."
"Sério?" Lia olhou para ele com um olhar esperançoso.
"Sim, mas só com uma condição."
"Qual é? Eu faço qualquer coisa que você pedir."
"Ajoelhe-se, Lia, e implore. Implore como a vadia sem vergonha que você é."
Lia hesitou no começo, mas acabou cedendo. Ela não conseguiu dizer uma palavra antes de Mabel aparecer e interromper a conversa.
"O que está acontecendo aqui?" Mabel olhou entre Lia e Jack.
"Você, o que está fazendo aqui? Esqueceu sua promessa? Ou devo te lembrar de não chegar perto do meu namorado? Por que você não entende que estou grávida do filho dele, nos deixe em paz, pelo amor de Deus", gritou Mabel.
"Não, Mabel, não é isso. Eu não vim aqui para voltar com o Jack. Eu vim por causa do meu pai. Ele está morrendo, Mabel, por favor, você tem que ajudá-lo."
"Hahaha", Mabel riu alto.
"Já estava na hora desse bastardo morrer, não acha?"
"O que você está dizendo, Mabel?", disse Jack. Tanto Jack quanto Lia ficaram chocados, afinal, era o mesmo homem que cuidou dela desde a infância de quem ela estava falando.
"Como você pode dizer isso, Mabel? Ele te criou e te deu tudo o que você pediu."
"E daí? Eu não pedi para você e seu pai me ajudarem. Vocês achavam que, salvando uma garotinha em apuros, poderiam pisar em mim, como se me possuíssem. Mas não, eu não permitiria isso."
"Por que você está falando assim? Nunca pensamos em você dessa forma. Você é nossa família."
"Ah, claro, você era a princesinha dele enquanto eu estava apenas à sombra de vocês."
"Mabel..."
"Saia."
"Mabel, por favor, se você me ajudar desta vez, eu prometo que nunca mais apareço na sua frente."
"Eu disse para sair."
"Mabel, Jack, por favor."
"Vadia desgraçada", Mabel e Jack se viraram para sair.
Lia agarrou a barra do vestido de Mabel, ganhando um tapa muito forte no rosto. Os dentes de Lia morderam sua língua, deixando sua boca toda ensanguentada. Mas ela não parou por aí.
"Mabel, me desculpe se fiz algo errado, mas por favor, não nos abandone."
"O que essa vagabunda inútil está fazendo aqui?" A Sra. Griffon tinha acabado de chegar.
"Nada, mãe, ela já estava de saída."
"Mabel, por favor."
"Segurança, expulsem essa rata desta casa imediatamente e certifiquem-se de que ela nunca mais entre aqui", ordenou Mabel.
"Por favor."
Os seguranças agarraram Lia com força e a jogaram no chão como se fosse lixo. A superfície áspera do chão arranhou seus cotovelos e rasgou uma parte de sua camisa.
Ela estava completamente destruída por dentro e por fora. Não sabia mais o que fazer para salvar seu pai.
Ela ligou para o hospital novamente.
"Alô."
"Oi, é Amelia Anderson. Por favor, me deixe falar com o Dr. Miller."
"Ok, aguarde um momento."
"Alô, Srta. Anderson."
"Doutor, eu não sei o que fazer. Não consigo arrecadar dinheiro suficiente a tempo. Por favor, me ajude."
O doutor suspirou ao telefone.
"Você conhece Leonardo King?"
"Sim, conheço, mas não pessoalmente. O que ele tem a ver com a minha situação?"
"Bem, acredito que ele possa ser a única pessoa que pode te ajudar neste momento."
"Não entendo, por que ele me ajudaria?"
"Parece que ele tem algum negócio com você ou com seu pai."
"Não acho que seja isso."
"Ele visitou seu pai há algum tempo, você não estava presente naquele momento."
"O quê? Quando?"
"Há cerca de uma semana."
"Como é que não fui informada sobre isso?"
"Não sei, senhora."
Será que o príncipe das trevas era aquele com quem ela esteve naquela noite? Não, não pode ser. Talvez fosse apenas uma coincidência.
"Você sabe onde posso encontrá-lo?" Lia não estava realmente esperando uma resposta. Por que um médico saberia a agenda de um empresário?
"Anote este endereço." Acho que estava errada, pensou Lia. Talvez esteja postado online, tenho que verificar por mim mesma um dia.
"Muito obrigada, doutor."
Lia não perdeu mais tempo. Nem se preocupou em cuidar de seus ferimentos ou trocar sua camisa rasgada. Naquele momento, tudo o que ela conseguia pensar era em ajudar seu pai.
Lia finalmente chegou ao endereço. Era um canteiro de obras. A King’s Corp estava adicionando mais um hotel à sua lista.
Ela entrou na propriedade e procurou pelo Sr. King, sem se importar com os olhares que recebia dos trabalhadores presentes no local.
"Ei, senhora, você não pode estar aqui", um dos trabalhadores tentou impedi-la.
"Eu sei, mas por favor, estou procurando o Sr. King."
"Por favor, saia. Esta é uma propriedade privada."
Lia percebeu que o homem não ia ouvi-la. Ela se virou e aumentou o passo. O homem tentou alcançá-la, mas ela foi mais rápida.
Ela continuou até esbarrar em alguém.
"Quem é você e o que está fazendo aqui?" O Sr. Black perguntou à estranha. Ele não conseguiu reconhecê-la porque seus óculos caíram com o impacto.
"Estou procurando o Sr. King." O Sr. Black pegou seus óculos agora rachados.
Ele ficou chocado ao ver quem estava na sua frente.
"Srta. Smith, quer dizer, Anderson?"
"Sim, sou eu." Lia estava cheia de esperança porque pelo menos o estranho a conhecia.
"Ei, senhora, você está..." Era o trabalhador de antes.
"Está tudo bem, ela está comigo." O Sr. Black o dispensou.
"Posso perguntar o que aconteceu com você?"
"Isso não é importante agora, o Sr. King está?"
"Sim, mas acho que você deveria considerar se limpar antes de vê-lo." O Sr. Black tentou persuadi-la. Não ia acabar bem se Leo a visse na condição em que ela estava.
"Não, é urgente, eu realmente preciso falar com ele."
"Tudo bem, espere aqui."
...
"Por que demorou tanto, Black, e onde está a planta que pedi para você trazer?"
"Sr. King, temo que tenhamos um problema."
"O que é?"
"É a Srta. Smith, ela está aqui agora e quer falar com você."
"Agora? O que ela está fazendo aqui e como soube que estamos aqui?"
"Eu dei ao Dr. Miller sua agenda da semana, caso ela precisasse de ajuda urgente."
"Você deu minha agenda ao Miller?"
"Está tudo bem, ele é um bom amigo meu. Eu o conheço pessoalmente."
"Ok, mas eu não estava preparado para ver a Lia hoje. Meu cabelo está uma bagunça, não passei gel e não estou usando Armani."
"Acredito que quando você a vir, não vai se importar com nenhuma dessas coisas."
"O que você quer dizer... Deixa pra lá, traga-a aqui."
"Eu já volto."
Assim que o Sr. Black saiu, Leo fez o possível para remover qualquer partícula de poeira do rosto e arrumar o cabelo.
"Aqui está ela, Sr. King."
"Amel..." Leo parou no meio do nome. Seu cérebro estava processando a aparência dela enquanto seu coração bombeava sangue mais rápido que o normal.
Havia sangue seco no canto da boca dela. Sua bochecha esquerda estava inchada e havia uma marca de mão presente. Seus olhos estavam vermelhos como se ela tivesse chorado. Ela tinha hematomas nos braços e uma parte de sua camisa estava rasgada. Tudo o que Leo viu naquele momento foi vermelho.
Lia, por outro lado, estava admirando a beleza do homem à sua frente. Ela nunca tinha visto uma obra-prima como aquela em sua vida.
"Quem fez isso com você?" Leo rugiu.





































































