


Episódio 4
Jesse foi visto parado ao lado do espelho, tendo acabado de conseguir limpar seus olhos roxos. A lesão havia sido infligida por Ulva, e ele não esperava um golpe tão severo.
Apesar disso, Jesse estava resoluto em seu desejo de retaliar contra Ulva, pois ela estava grávida de seu filho.
"Hmm, Ulva teve a audácia de fazer isso comigo. No entanto, não devo machucá-la por enquanto," ele murmurou, olhando para seu reflexo no espelho.
"Quanto àquele desgraçado do Rubin, como ele ousa! Não vou revelar o que farei com ele por enquanto, devo primeiro recuperar Ulva," Jesse fervia de raiva, olhando para o tapa-olho que usaria para cobrir seus olhos machucados.
"Uma coisa que ele deve fazer para o próprio bem é nunca encostar a mão nela," ele acrescentou com um tom ameaçador.
"Preciso encontrar Ulva primeiro, e depois lidarei com ele," murmurou enquanto cobria os olhos com o tapa-olho.
"Silva, você está aí? Pode me ouvir?" Jesse perguntou, colocando a mão na orelha, tentando contatar Silva.
Jesse estava tentando se comunicar telepaticamente com seu beta, uma prática que ele frequentemente recorria quando precisava que seu beta realizasse tarefas sem estar por perto.
No entanto, ao tentar se conectar com Silva, tudo o que ele podia ouvir era uma respiração pesada em seu ouvido.
"Silva, você está bem? O que está acontecendo aí?" Jesse perguntou ansiosamente, querendo saber a razão da respiração ofegante de Silva.
"Não estou bem aqui, Alpha Jesse," Silva respondeu, fazendo Jesse se mexer inquieto, temendo pela segurança de seu beta. Ele se preocupava que Rubin pudesse estar por trás do ataque aos membros de sua matilha.
"O que está acontecendo, e onde estão os outros? Rubin está envolvido de alguma forma?" Jesse perguntou urgentemente.
"Não posso dizer quem está por trás do ataque. Estou lidando com algum tipo de situação demoníaca aqui, mas garanto que ficarei bem em breve," Silva o tranquilizou.
"Quanto aos outros, acredito que eles foram para longe," Silva informou Jesse, que permaneceu em silêncio por um momento, ouvindo o som da respiração ofegante de seu beta, indicando uma luta em andamento.
Silva então perguntou, "Há algo que você gostaria que eu fizesse, Alpha?"
Jesse hesitou antes de responder, não querendo distrair Silva enquanto ele estava no meio de uma batalha. Ele raciocinou que, já que Silva prometeu ficar bem, não precisava se preocupar tanto com sua segurança.
"Muito bem, então, preciso que você se junte aos outros o mais rápido possível e procure por Ulva," Jesse o instruiu.
"Ela está atualmente na floresta, e quero que todos vocês a tragam de volta em segurança. Em nenhuma circunstância ela deve ser machucada," Jesse enfatizou.
"Além disso, é imperativo que vocês a encontrem antes de Rubin. Entendeu?" ele acrescentou.
"Entendido," Silva confirmou antes de encerrarem a conversa telepática.
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"Não acredito que você nos trouxe aqui para nos matar, Ulva. Por que faria isso?" Sylvie continuou a culpar Ulva pela situação em que se encontravam.
Ulva estava tomada pela frustração e não sabia o que fazer. As acusações de Sylvie só pioravam as coisas, dificultando para Ulva pensar e elaborar um plano de fuga.
Ambas estavam respirando pesadamente e podiam ouvir passos, sombras e movimentos na floresta ao redor. O silêncio só aumentava o medo e a incerteza.
"Sylvie, agora não é hora para isso. Temos que continuar correndo, eles já estão aqui," Ulva disse enquanto ambas se agachavam atrás de uma árvore na floresta.
"Correr para onde? Ulva! Para onde diabos você quer que a gente vá?" Sylvie chorou, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto temia ser capturada.
"Ok, acho que precisamos encontrar a feiticeira," Ulva disse, tentando elaborar um plano.
"Eu sei que ela falhou com vocês no início, mas isso não significa que ela não vai ajudar agora," Ulva disse, consolando Sylvie enquanto ela chorava.
No entanto, estava claro que as palavras de Ulva não estavam confortando Sylvie, que permanecia angustiada. A situação era crítica, pois corriam o risco de serem capturadas.
"Sylvie, por favor, escute. A feiticeira que decepcionou vocês antes me deu este anel. Olhe, está no meu dedo," Ulva disse, tirando o anel para mostrar a Sylvie.
Assim que Ulva removeu o anel do dedo, ele começou a brilhar intensamente em sua palma.
"Para que serve o anel?" Sylvie perguntou, pegando o anel e examinando-o de perto.
"Este anel tem escondido minha verdadeira identidade de Jesse," Ulva explicou. "Eu vivi com ele por muito tempo, como você sabe, mas ele não conseguiu descobrir que sou uma vampira. Este anel é o que tem mantido minha identidade oculta, e foi dado a mim pela feiticeira."
"Acho que Ulva está certa. Temos que tentar novamente, porque mesmo se ficarmos aqui, isso não nos garante segurança, pois ainda seríamos capturados," Theo interveio, apesar de seu estado comatoso.
No entanto, a discussão foi abruptamente interrompida pelo som de passos se aproximando. Os passos estavam muito mais próximos do que esperavam, fazendo com que Ulva rapidamente colocasse o anel de volta no dedo.
"Precisamos encontrar um lugar para nos esconder," Ulva instou, examinando freneticamente os arredores.
Sylvie assentiu em concordância enquanto corriam até Theo e o ajudavam a se levantar. Juntos, começaram a procurar um lugar para se esconder.
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Enquanto isso, Alpha Jesse estava ficando cada vez mais inquieto dentro da casa. Ele ainda não havia recebido nenhuma notícia de Silva e esperava o retorno deles com Ulva. No entanto, não houve atualizações desde então, e Jesse começava a ficar preocupado.
Jesse percebeu que era hora de contatar Silva para descobrir o que estava os atrasando.
"Silva, você está aí? Silva?" Ele disse, colocando a mão direita na orelha.
Não houve resposta no início, mas então a voz de Silva finalmente surgiu.
"Sim, senhor?" Silva respondeu.
"Como está o progresso na busca?" Alpha Jesse perguntou, seu tom indicando sua crescente preocupação.
"Ainda não," Silva respondeu, mas sua resposta só serviu para provocar Jesse, que gritou com ele com crescente frustração.
"O que diabos ainda está te impedindo de seguir a pista? Eu disse que minha esposa está tentando escapar! Você já deveria estar na pista!" Alpha Jesse vociferou para Silva.
"Desculpe, chefe. Estarei nisso em breve, mas estou encontrando algumas dificuldades," Silva começou a explicar, mas Jesse encerrou abruptamente a chamada telepática em raiva.
"Ótimo! Eu mesmo farei isso!" ele declarou enquanto se dirigia para a floresta para rastrear Ulva.
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Enquanto isso, Ulva e Sylvie ainda estavam fugindo na floresta. Exaustas e sem fôlego, Sylvie notou uma caverna à distância e chamou Ulva, "Ei, Ulva! Por aqui!" Ao se aproximarem da caverna, logo perceberam que era um beco sem saída.
"Estamos encurraladas," Sylvie exclamou, sua voz trêmula de tensão, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto lutava para recuperar o fôlego.
Ulva, por outro lado, começou a examinar os arredores em busca de outras possíveis rotas de fuga.
Quando Ulva estava prestes a falar, ouviram uma voz atrás delas.
"Bem, bem, bem, veja quem temos aqui," zombou Rubin, com um sorriso no rosto.
Ulva e Sylvie rapidamente se viraram para ver Rubin a poucos metros de distância, com Theo deitado inconsciente no chão ao lado dele.
"Finalmente alcancei vocês," Rubin rosnou, estalando os dedos enquanto se preparava para confrontar Ulva.
"Você não ousa se aproximar de mim! Você não pode me tocar!" Ulva gritou, enquanto Sylvie se encolhia atrás dela, tentando esconder o rosto.
No entanto, Rubin já havia sentido que sua companheira estava por perto.
"Uau, veja quem está aqui! Sylvie! Faz tanto tempo desde a última vez que te vi, sem saber que você estava tão perto. Eu sabia que eventualmente te encontraria!" Rubin exclamou, sorrindo maliciosamente para ela.
"Mal sabia você que seus amigos encontrariam seu fim por sua causa!" Rubin declarou enquanto atacava Ulva, derrubando-a no chão.
Apesar dos esforços de Ulva para revidar, Rubin estava sempre um passo à frente e tinha a vantagem.
Sylvie tentou retaliar, mas Rubin rapidamente agarrou sua perna, fazendo-a cair e bater a cabeça em uma árvore próxima.
Enquanto isso, Ulva estava em grave perigo enquanto Rubin se preparava para matá-la com um pedaço de madeira afiado. Justo quando Rubin estava prestes a golpear, Jesse interveio, agarrando sua mão e jogando-o de lado.
"Como você ousa atacá-la! Como ousa colocar seus dedos imundos nela!!!" Jesse bradou com raiva enquanto Rubin se levantava e o olhava ameaçadoramente.
"Irmãozinho, você realmente acha que pode me impedir?" ele rosnou, mostrando seus dentes caninos. Mais vampiros de seu coven apareceram do nada e se posicionaram ao lado dele.
Jesse olhou para Ulva, que havia conseguido se levantar do chão, mas parecia fraca. Ele percebeu que agora estava sozinho.
Ulva estava muito fraca para lutar contra os vampiros, e Sylvie estava em um estado semelhante. A responsabilidade de enfrentar os vampiros recaiu inteiramente sobre Jesse, pois era dever do Alpha proteger seu povo.
Quando estavam prestes a entrar em combate, o rugido de um dragão os interrompeu. Todos se viraram para testemunhar uma criatura enorme emergindo de uma caverna próxima. As escamas do dragão eram negras como a noite, e seus olhos brilhavam vermelhos como sangue.
O dragão rugiu novamente, fazendo Rubin e Jesse recuarem de medo. Ulva e Sylvie também ficaram surpresas, mas mantiveram-se firmes apesar da distração. Até mesmo o coven de vampiros estava pronto para atacar o dragão.
Depois de encará-los por alguns segundos, o dragão se virou e voou para longe.
Rubin e Jesse trocaram um olhar confuso e assustado. Ulva e Sylvie aproveitaram a distração para fugir com Theo.
"Onde diabos eles estão agora? Mas tudo bem! Porque este é o momento perfeito para atacar, irmão!" Rubin gritou para Jesse em frustração, pronto para lutar.
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Enquanto fugiam, Ulva se virou para Sylvie e disse, "Precisamos encontrar aquela feiticeira. Ela é nossa única esperança."
Sylvie assentiu em concordância, e continuaram a correr, sem saber dos outros perigos que poderiam estar à espreita.
Desconhecido para elas, estavam sendo observadas. Alguém estava seguindo cada movimento delas, esperando o momento perfeito para atacar.
A tela escurece enquanto o som de passos se torna mais alto e mais próximo.