Capítulo 2

Isabella

Eu estava parada na entrada do Paraíso Erótico, meu coração batendo contra minha caixa torácica como um animal selvagem preso. O cartão preto queimava entre meus dedos—minha única arma.

Sob a luz da lua, as portas de obsidiana reluziam com um brilho frio, os totens de lobos prateados esculpidos nelas me encarando, questionando minha coragem. Respirei fundo, o ar grosso com feromônios desconhecidos que arrepiavam minha pele.

Por que eu estava aqui? Este lugar era para lobos de alta patente, cheio de Alphas e seus jogos de poder, não para uma Omega de baixo nível como eu, da borda da floresta. Eu era apenas uma estudante universitária mal conseguindo pagar o aluguel na Cidade da Lua, trabalhando em bicos para sobreviver, carregando o rótulo de Omega—destinada a ajoelhar, submeter e esperar por um companheiro predestinado.

Mas esta noite, meu corpo me traiu. Meu aniversário de dezoito anos trouxe desejos ardentes, como um lobo uivando dentro de mim, me instigando a quebrar minhas correntes predestinadas.

Eu não queria ser uma Omega típica. Recusava-me a abaixar a cabeça, expor o pescoço e esperar que algum lobo macho definisse meu valor. Eu queria escolher meu próprio caminho, mesmo que fosse apenas por esta noite, mesmo que significasse apenas atravessar essas portas para provar que eu poderia desafiar o destino.

Alisei meu vestido preto simples—a única coisa decente no meu armário—embora meus dedos tremessem involuntariamente. Cada passo gritava para eu fugir de volta ao meu apartamento modesto, para me encolher na segurança familiar. Mas aquela sensação ardente, aquela intuição de que alguém estava me esperando além dessas portas, me empurrava para frente. Esta noite era meu ritual de maturidade, e eu lutaria por mim mesma.

"Identificação," disse o porteiro friamente, as narinas se dilatando ligeiramente ao me cheirar. Seus olhos cortaram minha fachada como facas.

Eu vasculhei minha bolsa, puxando meu cartão de estudante da Universidade da Lua, os dedos escorregando de nervosismo. "Aqui."

Ele olhou para o cartão, seu olhar penetrante. "Você tem um convite? Esta noite é só para lobos não vinculados."

"Eu sou," minha voz soou pateticamente pequena, minhas bochechas queimando, "não... não vinculada a ninguém."

Ele estreitou os olhos, liberando um toque de dominância que envolveu meu corpo como correntes invisíveis. Minha coluna se arqueou instintivamente, cabeça inclinada ligeiramente, pescoço exposto—droga, a postura de submissão típica de Omega. Cerrei os dentes, forçando-me a ficar ereta, encarando suas botas, recusando-me a deixar meu corpo trair minha vontade.

"Você está perto do seu ritual de maturidade, seu cheiro está forte," ele disse sem emoção, embora seus olhos brilhassem com avaliação. "Entre."

Ele empurrou a porta, e eu atravessei o limiar, entrando em outro mundo. O ar estava saturado com feromônios potentes, como licor inundando meus pulmões, me deixando tonta, meu núcleo apertando. Cerrei os punhos, unhas cravando nas palmas, lembrando-me: Não abaixe a cabeça. Não se encolha. Não seja a Omega que eles esperam.

A mulher atrás da recepção—seu crachá dizia "Diana"—olhou para cima, seu cabelo castanho liso como seda, seu olhar frio como gelo. Ela me examinou, as narinas ligeiramente dilatadas como se tivesse cheirado algo sujo. "Bem-vinda ao Paraíso Erótico," suas palavras pingavam com doçura, mal disfarçando seu desprezo.

"Olá," forcei a dizer, odiando o tremor na minha voz, "ouvi dizer que esta noite é aberta para lobos não vinculados?"

"Está certo." As unhas de Diana batiam no teclado, cada toque pesado com desagrado. "Preciso registrar você e confirmar que não carrega a marca de outro lobo. Você entende."

Seu tom me fazia sentir como sujeira sob seus sapatos, seu olhar constantemente passando por mim como se eu não valesse a atenção direta. Endireitei minhas costas, forçando-me a encontrar seus olhos, mesmo com meu coração disparado. Não estava aqui para implorar por aceitação; estava aqui para reivindicar meu destino.

Ela me conduziu por um corredor adornado com emblemas antigos de matilhas de lobos e pinturas iluminadas pela lua. O cheiro masculino ficava mais forte, pressionando contra meus joelhos, minha pele lambida por chamas invisíveis. Meu lobo se agitava inquieto dentro de mim, rosnando para se submeter, mas mordi meu lábio, recusando-me a deixar que tomasse controle. Esta noite, eu era Isabella.

Por que eu era a única afetada dessa maneira? Por que outros Ômegas permaneciam imperturbáveis enquanto eu queimava de desejo? Era porque eu era inferior, ou porque me recusava a aceitar meu destino?

No final do corredor estavam portas maciças esculpidas com uma lua prateada e cabeça de lobo. Diana bateu duas vezes e as empurrou. A sala estava mal iluminada, o cheiro de lobos machos me atingindo como ondas, quase dobrando meus joelhos. Respirei fundo, me estabilizei, e disse a mim mesma: Você pertence aqui. Você tem o direito de estar aqui.

"Violet, trouxe uma nova Ômega," a voz de Diana carregava aquele desprezo altivo, "por favor, explique as regras para ela."

Uma mulher vestida de couro se virou, suas botas até o joelho e espartilho apertado acentuando sua figura, suas luvas brilhando com autoridade. O sorriso de Violet era caloroso e genuíno, um contraste marcante com a frieza de Diana. "Claro, Diana. Vou cuidar bem da nossa pequena loba," suas palavras carregavam um toque de autoridade que fez a forma recuada de Diana se enrijecer levemente.

Diana jogou o cabelo e saiu, me deixando com Violet. Olhei para ela, confusa com sua hostilidade, mas o olhar de Violet puxou minha atenção de volta. "Qual é o seu nome, pequena loba?" ela perguntou, seus olhos livres de julgamento, apenas curiosidade.

"Isabella," disse suavemente, levantando a cabeça timidamente.

"Me chame de Violet." Ela gesticulou para que eu me sentasse, seus movimentos respeitosos, aliviando um pouco a tensão em meus ombros. "É sua primeira experiência com vinculação de mate?"

"Sim," admiti, minha voz mais firme agora, "Hoje é meu décimo oitavo aniversário, minha cerimônia de maturidade. Quero... Quero saber o que posso me tornar, além do destino de um Ômega."

Os olhos de Violet suavizaram, como se realmente me vissem—não um rótulo, mas uma garota de carne e osso. "Então você é corajosa, Isabella. Entrar aqui, desafiar sua identidade, exige verdadeira coragem." Ela se levantou, me chamando para segui-la. "Venha, deixe-me mostrar este lugar, te contar como funciona."

Eu a segui, meu coração ainda acelerado, mas não mais inteiramente por medo. Uma premonição floresceu em meu peito: esta noite, eu não seria mais aquela Ômega de baixo nível. Esta noite, eu reescreveria minha história.

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