Capítulo 6
Michael bateu a lista de convidados com força, sua compostura completamente perdida. Seus olhos brilharam dourados—um sinal perigoso de que seu controle estava se esvaindo.
"Droga, ela não está aqui!" ele rosnou, examinando a lista novamente como se o nome dela fosse aparecer milagrosamente.
Eu me encostei em seu ombro, o perfume da mulher misteriosa—Isabella—ainda pairando em minha mente. Meu lobo interior andava inquieto, exigindo que eu a encontrasse, que a reivindicasse. O impulso corria pelo meu corpo como uma corrente elétrica, fazendo cada músculo se tensionar sob minha pele.
"Por que o nome de Isabella não está aqui?" Michael exigiu, sua voz caindo para aquele tom autoritário que fazia as pessoas se afastarem instintivamente, o ar se tornando pesado com sua raiva.
Diana piscou, suas unhas perfeitamente manicuredas batendo nervosamente na mesa da recepção. "Quem?"
"Isabella," Michael disparou, sua paciência claramente esgotada, "a garota de cabelos escuros que saiu há alguns minutos."
Os olhos de Diana piscaram entre nós, um lampejo de reconhecimento cruzando suas feições, seguido por algo mais—algo que ativou meus instintos. Era... satisfação? Seus lábios se curvaram ligeiramente para cima como se celebrando uma pequena vitória.
"Ah, ela," ela finalmente disse, seu tom desdenhoso, "não me lembro de vê-la assinar."
Ouvindo seu tom casual, meu lobo interior avançou, e senti minhas presas se alongarem ligeiramente. A raiva pulsava através de minhas veias com cada batida do coração, empurrando a racionalidade para o lado. Diana deve ter sentido a mudança em minha aura porque imediatamente abaixou a cabeça, exibindo submissão instintivamente.
"Você não se lembra?" Eu dei um passo à frente, minha aura preenchendo a área da recepção. Outros funcionários instintivamente se afastaram, pressionando-se contra as paredes para evitar a raiva que eu emanava. Eu podia sentir meu coração acelerando, minhas mãos tremendo ligeiramente de raiva. "Você sabe que todo visitante precisa assinar a lista. É lei da alcateia."
Os ombros de Diana se curvaram ligeiramente. "Eu devo ter esquecido."
"Esquecido?" Eu me aproximei, observando-a encolher. Seu perfume misturado com o cheiro azedo do medo ardia em minhas narinas. "Você tem ideia do que fez? Você deixou uma ômega não registrada entrar em nosso clube."
"Eu... eu sinto muito, não foi minha intenção—"
"Você ao menos fez ela assinar o juramento de confidencialidade da alcateia?" Eu a cortei, minha voz perigosamente baixa. O tom profundo enviou um arrepio até minha própria espinha.
Seu silêncio foi resposta suficiente.
"Você está tentando ser demitida?" Eu rosnei, o comando em minha voz fazendo-a tremer. Seu rosto instantaneamente empalideceu, os lábios tremendo ligeiramente. "Porque é assim que você é demitida."
Diana abaixou ainda mais a cabeça, expondo o pescoço em um gesto típico de submissão. "Por favor, me perdoe, sinto muito. Não vai acontecer de novo." Sua voz estava quase um sussurro, quase chorosa.
Parte de mim sabia que eu estava exagerando, mas meu lobo estava em frenesi. A mulher—Isabella—tinha entrado em meu clube e depois desaparecido. Cada instinto em meu corpo gritava para encontrá-la, rastreá-la antes que alguém mais a reivindicasse. Meu peito apertou com a necessidade, a respiração se tornando superficial como se meus pulmões não pudessem puxar ar suficiente.
Nosso território. Nossa companheira. Encontre-a.
Michael de repente olhou ao redor, seus olhos dourados escaneando a área da recepção. "Ei, onde foi parar o Kevin?"
As narinas de Diana se alargaram ligeiramente, como se sentindo o ar. "Ele... ele foi lá fora." Sua voz carregava um toque de incerteza, seus olhos piscando, evitando contato direto com os nossos.
Eu franzi a testa. Kevin raramente agia sozinho ao rastrear—e era exatamente isso que parecia. Estávamos caçando, procurando, seguindo o perfume tentador da mulher mais fascinante que eu já havia encontrado. Eu podia sentir aquele puxão invisível, como uma corda oculta conectada à minha alma, apontando na direção que ela havia ido.
Como se convocado por nossos pensamentos, a enorme figura de Kevin apareceu repentinamente na porta. As tatuagens tribais em seu corpo pareciam se contorcer, seu lobo interior perigosamente próximo da superfície. Eu podia até sentir a mistura de couro, tabaco e natureza emanando dele, sinalizando seu estado de alerta elevado.
"Escritório," sua voz trovejante disse apenas uma palavra, mas carregava um comando inegável.
Meu escritório privado ocupava todo o canto leste do terceiro andar do Paraíso Erótico. Totens antigos de lobos decoravam as paredes, os olhos esculpidos parecendo seguir nossos movimentos. Todos os móveis eram feitos à mão de pinho prateado colhido durante luas cheias. Cada vez que eu entrava neste cômodo, sentia meu lobo se tornar mais alerta, mais poderoso sob minha pele.
Eu servi três copos de uísque envelhecido, o líquido âmbar brilhando à luz da lua. O líquido desceu pela minha garganta com uma picada quente que não fazia nada para aliviar a inquietação dentro de mim. Kevin imediatamente acendeu um cigarro, a fumaça se enrolando ao redor de seu pescoço tatuado como algo vivo, intensificando ainda mais a tensão na sala.
"Então," Michael pegou seu copo e afundou em uma cadeira de couro, "qual é o nosso próximo passo? Preciso vê-la novamente esta noite." Sua voz carregava uma urgência que raramente ouvira dele, o dourado em seus olhos cintilando instavelmente.
"Impossível," Kevin resmungou, exalando uma nuvem de fumaça. "Tenho uma reunião da alcateia amanhã cedo." Seus dedos apertavam o copo com força, os nós dos dedos brancos, revelando o conflito interno.
Michael ergueu uma sobrancelha. "Onde você foi agora há pouco?"
"Conversei com os guardas." A voz de Kevin era quase inaudível, como de costume. Eu podia ver os músculos em sua mandíbula trabalhando, como se controlando para não dizer demais.
"Por que você—" Michael começou, então a realização surgiu. "Ah. Inteligente."
Meus dedos tamborilavam na mesa, a impaciência crescendo. Eu podia sentir minha frequência cardíaca aumentando, os vasos sanguíneos nas têmporas pulsando. "Qual é o nome dela? Nome completo?" Minha voz traiu a urgência que eu não podia esconder.
Kevin deu mais uma tragada no cigarro, a brasa brilhando brevemente. "Isabella Hart. Dezoito anos. Estudante na Universidade Lua Prateada." Ele pesou cada palavra como se estivesse lançando um feitiço.
"Ah?" Os olhos de Michael se iluminaram, sua natureza professoral imediatamente engajada. "Isso é interessante..." Seus lábios se curvaram levemente para cima, já analisando a informação em sua mente.
Eu andava pelo escritório, incapaz de conter a energia inquieta que pulsava dentro de mim. A cada passo, sua imagem surgia em minha mente—cabelos escuros, pele pálida, aqueles grandes olhos brilhantes. "Droga, ela mal tem dezoito anos. Talvez não se interesse por homens velhos como nós."
Mesmo enquanto eu dizia isso, meu lobo rosnava em discordância. A conexão que eu sentia—que todos nós sentíamos—era inegável. A maneira como seu cheiro nos chamava, como meu corpo respondia à sua presença... isso não era algo que idade ou experiência pudesse explicar. Era uma atração primal, instintiva, tão profunda e irresistível quanto a atração da lua sobre as marés.
Michael riu, recostando-se na cadeira. "Dez anos não é nada para lobisomens, especialmente considerando quem somos. Talvez ela aprecie homens experientes." Sua voz era profunda e magnética, revelando um charme confiante.
Eu parei, considerando suas palavras. O sangue corria pelas minhas veias, cada batida do coração chamando seu nome. "Mas todos nós interessados na mesma mulher? Isso é raro. A maioria das lobas só pode se vincular a um lobo macho. Se todos nós a perseguirmos, podemos assustá-la. Pelo menos podemos concordar nisso..." Minha voz misturava emoções conflitantes de desejo e preocupação.
"E se ela for uma Ômega Dourada?" A voz de Kevin cortou a sala como uma faca, afiada e direta.
A pergunta pairou no ar, carregada de implicações.
Ômegas Douradas eram criaturas de lenda da alcateia—lobisomens extremamente raros capazes de formar múltiplos vínculos de acasalamento sem colapso mental.
Meu coração quase saltou do peito, uma onda de calor inundando meu corpo inteiro.




































































































































































































































































