Capítulo 02 Eric

Eu sou o herdeiro da máfia italiana. Cresci nesse mundo, cercado por homens brutais e ambiciosos, aprendendo o código de honra da minha família desde cedo. Sempre soube que um dia assumiria a organização, mas nunca imaginei que seria tão cedo.

Meu pai, o antigo chefe da máfia, inesperadamente se aposentou e passou a responsabilidade para mim. Com apenas 34 anos, agora eu estava no topo da cadeia alimentar, liderando uma das organizações criminosas mais poderosas do mundo.

No começo, senti o peso da responsabilidade e a pressão de manter o legado da minha família. Mas com o tempo, comecei a prosperar no meu novo papel. Sob minha liderança, a família cresceu em número, expandindo nossos negócios e aumentando nossos lucros em milhares.

Claro, houve desafios ao longo do caminho. Rivalidades e traições são comuns nesse mundo. Mas aprendi a ser implacável e a manter minha família unida e forte. E no final do dia, isso é o que realmente importa. Minha família é minha prioridade, e farei qualquer coisa para protegê-la.

A vida de um mafioso não é fácil, mas sou um homem de honra e orgulho. E como sucessor do meu pai, estou determinado a garantir que o nome da minha família seja lembrado para sempre.

Minha noiva, a mulher que eu amava com todo o meu coração, me traiu. Ela me fez de bobo, me enganou, mentiu para mim. E agora, todo o amor que sentia por ela se transformou em raiva. Um ódio mortal que arde dentro de mim.

Nunca pensei que um dia poderia ser enganado. Sempre fui muito cuidadoso nas minhas escolhas. Sempre soube identificar quem era confiável e quem não era. Mas com ela, eu estava cego. Deixei-me levar pela paixão e me entreguei completamente. E agora, aqui estou, me sentindo um idiota.

Não sei o que fazer com todo esse ódio que sinto por ela. Não sei como vou superar essa traição. Nunca fui de perdoar facilmente, e agora, com ela, não será diferente. Ela mexeu com a pessoa errada. Sou um mafioso perigoso, e agora Guilda vai pagar caro por me fazer de bobo.

Vou fazer ela se arrepender amargamente do que fez. Vou fazer ela sentir todo o ódio e dor que estou sentindo agora. E só depois disso, talvez, eu consiga seguir em frente.

Lembro como se fosse ontem, nosso amor adolescente, Guilda e eu. Éramos jovens e apaixonados, e nada mais importava além de estarmos juntos. Eu era um homem rico e poderoso, controlando uma parte da máfia italiana, mas nada disso importava quando eu estava com ela.

Eu a amava mais do que tudo, e acreditava que ela sentia o mesmo. Eu não era fiel a ela, mas fazia parte do trabalho. Não era diferente de todos os outros homens na minha posição.

Mas então, tudo mudou. Descobri que ela me traiu, que estava me enganando com um dos meus próprios homens. Nunca imaginei que ela pudesse fazer algo assim comigo. Estava cego pelo amor que sentia por ela, e agora, me sinto um tolo por ter confiado tanto.

Ouvi uma batida na porta, me tirando dos meus pensamentos enquanto via meu homem de confiança entrando.

"Eric, tenho notícias sobre a carga de um milhão de dólares que deve chegar esta semana," ele disse, colocando uma pasta na minha mesa.

Abri a pasta e examinei os papéis com cuidado. Os números eram bons, mas sabia que precisávamos ser cautelosos, especialmente com a quantia de dinheiro envolvida.

"Precisamos garantir que tudo corra bem. Qual é o plano?" perguntei.

"Já garantimos o transporte seguro da carga, mas temos que ser cautelosos com nossos movimentos. Não podemos chamar atenção, especialmente com o governo em alerta máximo," Josef respondeu.

Eu sabia que ele estava certo. Nosso negócio ilegal era perigoso, e qualquer movimento errado poderia nos levar a uma situação desastrosa. Mas eu estava confiante de que nossa equipe era bem treinada e capaz de lidar com isso.

"Manteremos comunicação constante com nossos homens no terreno e garantiremos que tudo esteja sob controle. Não podemos permitir que nada dê errado," afirmei.

Josef assentiu, concordando comigo.

"E quanto ao pagamento? Precisamos garantir que o dinheiro chegue às nossas mãos," ele perguntou.

Eu já tinha pensado nisso. Tinha um plano bem elaborado para lidar com o pagamento e garantir que não houvesse problemas.

"Usaremos nossas conexões na Suíça para garantir que o dinheiro seja transferido para nossas contas offshore. É a maneira mais segura de garantir que o pagamento seja feito sem chamar atenção desnecessária," respondi.

Josef pareceu satisfeito com minha resposta e se levantou para sair.

"Vamos manter tudo sob controle e garantir que a carga chegue ao destino sem problemas," ele disse antes de sair pela porta.

Eu sabia que tinha um grande desafio pela frente, mas estava confiante de que, com a ajuda de Josef e da minha equipe, poderíamos lidar com isso. Estava pronto para o que viesse e não permitiria que nada atrapalhasse nossos negócios.

Me sinto como uma besta, um monstro sem alma. Não consigo parar de pensar em todas as vidas que tirei. A máfia é minha família, é tudo o que conheço, tudo o que respiro desde jovem. Mas agora, me pergunto se valeu a pena. Todo esse poder e dinheiro compensam a dor que causei a tantas pessoas inocentes, ou nem tão inocentes assim?

Toda a máfia contribuiu para isso. E agora, me sinto preso em um ciclo vicioso de violência e morte. Não sei se consigo sair disso, se consigo mudar quem eu sou.

Gostaria de poder voltar atrás e fazer as coisas de forma diferente. Talvez eu pudesse ter evitado algumas das mortes que causei. Mas agora, é tarde demais. Sinto que minha alma está manchada com o sangue que derramei.

Sei que sou responsável por minhas ações. Mas às vezes, me pergunto se tive escolha. Poderia ter feito algo diferente? Ou fui moldado pela máfia desde que nasci?

Me sinto perdido, sem saber para onde ir a partir daqui. Não sei como lidar com tudo o que fiz. Mas sei que preciso encontrar uma maneira de me redimir, de fazer algo bom antes que seja tarde demais.

Sou um assassino perigoso e impiedoso. Muitos podem pensar que não tenho coração, mas isso não é verdade. Todos temos momentos de consciência, e eu não sou exceção. Mesmo com Antonieta, minha sobrinha, como um pequeno raio de luz em meio a toda minha escuridão, ainda me sinto distante da superfície.

Sou um demônio que precisa de almas para sugar vidas, e é assim que sobrevivo. No entanto, essa sobrevivência sangrenta não me traz alegria ou paz de espírito. Sou um ser humano, afinal, mesmo tendo escolhido um caminho sombrio na vida.

Quando a bala sai da minha arma, o alvo cai no chão. Sinto uma mistura de alívio e tristeza. Não sou um monstro sem coração. Sou apenas um homem que fez escolhas erradas na vida. E agora, vivo com as consequências dessas escolhas todos os dias.

Desde jovem, sabia que esse era meu destino. Minha família, minha vida, tudo estava entrelaçado com a máfia. E mesmo quando tive a chance de sair, não saí. Sei que muitos podem pensar que foi uma escolha errada, mas não me arrependo.

Lembro do meu irmão mais velho, Dimitri, como se fosse ontem. Ele sempre foi um homem forte e corajoso, dois anos mais velho que eu. Sempre soube que a vida na máfia não era fácil, mas, como eu, escolheu seguir esse caminho.

Infelizmente, Dimitri foi morto em uma emboscada. Ele deixou para trás sua esposa Cassandra e sua filha Toni. Assumi a responsabilidade de cuidar delas, assim como ele teria feito se ainda estivesse vivo, e assumi a liderança da família.

Nunca esquecerei a dor que senti quando recebi a notícia da morte do meu irmão. Lembro de olhar para o céu e perguntar a Deus por que ele teve que nos deixar. Mas a vida continua, e eu precisava cuidar das pessoas que ele deixou para trás.

Comecei a investigar onde Guilda estava, seguindo pistas e fazendo perguntas discretamente em diferentes lugares da cidade. Foi quando um informante me deu uma dica sobre um suposto orfanato que poderia estar escondendo Guilda. Segui essa pista e fui até o local.

Ao chegar ao orfanato, me apresentei à Madre responsável. Ela ficou irritada com a minha presença e começou a discutir comigo. Certamente ela não sabia quem eu era, mas eu era um homem acostumado a lidar com situações como essa.

Eu sabia que o padre responsável pelo orfanato era corrupto e certamente conhecia os assuntos com os quais nossa organização lidava. Ele estava se escondendo e não saiu para me enfrentar, deixando a Madre sozinha para lidar com a situação.

Deixei claro para a Madre que não estava ali para causar problemas ou machucar ninguém. Eu só queria encontrar Guilda, e meus homens fariam uma varredura rápida, com ou sem permissão.

Ser um mafioso tem seus benefícios, apesar de tudo, ainda não me arrependo da minha escolha. A máfia é parte de mim, é quem eu sou. E continuarei a honrar meu irmão e cuidar de Cassandra e Toni.

Sei que Cassandra tem feito avanços em minha direção, mas a respeito demais para ceder a isso. Não quero trair meu irmão ou prejudicar sua filha. Então, continuarei a cuidar delas da melhor maneira possível e honrar a memória de Dimitri.

Já faz duas semanas que estou procurando essa vadia, se ela pensa que vai escapar, está enganada, estou apenas ganhando tempo, não vou demorar a encontrá-la, e então vou acabar com ela lentamente, e com o bastardo traidor.

Notei a Madre olhando para algo com uma expressão preocupada. Segui seu olhar e vi uma mulher pequena, vestida com roupas largas e cabelo coberto por um tecido marrom.

Ela parecia perdida, talvez assustada, e seus olhos azuis estavam arregalados com inocência. Não sei o que aconteceu comigo naquele momento, mas algo naqueles olhos azuis me encantou. Não conseguia tirar os olhos dela, e por um momento, esqueci que estava no meio da minha perigosa vida de mafioso.

Senti uma urgência de beijar os lábios daquela jovem. Sabia que não deveria, mas não consegui resistir ao impulso. Aproximei-me dela lentamente, observando cada detalhe daquele rosto angelical. Seus lábios pareciam convidativos, e me inclinei para beijá-la.

Aproximei-me da pequena freira com passos determinados e firmes, sabendo que minha presença poderia assustá-la. E foi exatamente o que aconteceu. Ela deu um salto para trás, e suas mãos tremiam enquanto eu me aproximava o suficiente para segurar seus pulsos.

Ela parecia tão frágil em minhas mãos, tão inocente e indefesa. Mas não podia deixar que esse sentimento me desviasse do meu objetivo. Segurei seus pulsos com mais firmeza, sentindo a pele macia e delicada sob meus dedos. Ela tentou se afastar, mas eu a mantive firmemente em meu controle. Eu podia sentir seu medo e incerteza, mas não me importava. Eu não era um homem que se importava com as emoções dos outros.